Números que iludem são aliados da estupidez

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, deu a O Globo um número que confirma o que se disse aqui, ontem, sobre a imensa subestimação dos casos de infecção e morte por coronavírus.

Há “2.176 mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) ocorridas num período de sete semanas, entre fevereiro e abril, ainda estão sendo investigadas”.

Trata-se, portanto, de um número que é, praticamente, o dobro do número de mortes atribuída, nos números oficiais, ao novo coronavírus.

Como são casos fatais e não se deram no período mais agudos de vírus Influenza A e B, não é demais estimar que ao menos a metade (e provavelmente mais) devam-se ao Covid-19.

O que faz dobrar o número de mortos.

Ninguém se iluda com o fato de, por já serem de pessoas mortas, estes números não têm importância para a Saúde Pública.

São eles – e o número de infectados – do qual a falta de testes (se nem para os mortos há) nos tira qualquer ideia – que fazem decidir por atitudes preventivas práticas, quanto ao isolamento social e as restrições de mobilidade.

Não saber é o mesmo que ignorância e a ignorância é cúmplice da burrice desumana de nosso Governo, que quer que se ignore o alcance e a gravidade da epidemia aqui..

Ajuda a subestimar, tal como os números, os cuidados sociais e o que paradoxalmente seria a “autodefesa coletiva” de uma quarentena o mais rígida possível, que evitasse o estrangulamento do sistema médico-hospitalar que está chegando em marcha batida.

Quando os números macabros, afinal, tenderem a refletir a situação real, talvez seja tarde demais para evitar o colapso.

 

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16 respostas

  1. Já temos algumas lições:
    O que o ódio e seu incentivo pela globo fez.
    Como as instituições se deixaram levar pelo ódio e elegeram este senhor que ai está?
    Como uma instituição tradicional de defesa e segurança do país apoiou e apoia este senhor que aí está?
    Como o guedes está despreparado para tudo a não ser destruir o estado.
    Como foi indecente o aumento que se concedeu ao judiciário.
    Como é indecente, inaceitável, criminoso todo salário que está acima do inaceitável 35.000. E como foram criminosamente insuflados os tantos que estão perto deste teto.
    Com foi criminosa a limitação de gastos com a saúde que visavam destruir o SUS.
    Eu votei no Haddad, votei em um projeto político, outros não votaram em outro candidato, votaram no ódio. Deu nisso.
    Que Deus nos abençoe nesta Páscoa.

  2. Se o governa espera que até 70% da população seja infectada, e se obtivermos o mesmo percentual “civilizado” de óbitos da Alemanha, de 0,37%, teremos um número de até 540.000 mortes pelo coronavírus. Estamos didos e nem pagos…

  3. Estou dizendo isso aqui e em outros sítios há duas semanas. Menor número de testes por milhão de habitantes; funerárias enterrando duas ou tres vezes mais que o normal – vide reportagem do estadão em Bh (sem investigação); os poucos testes que fazem, muitos são inconfiáveis. Resumindo: o mandetta a mando do bozo comete crime de desinformação proposital.

  4. Desculpe mas não consigo entender a vontade de ampliar os números da tragédia. É pura CONVICÇÃO, não existem dados reais para isso e não tem NENHUM propósito construtivo. Não vai melhorar o isolamento, não vai convencer o presidente, só vai semear pânico.
    Vamos agora transformar os QUATRO MILHÕES, que morrem no mundo todos os anos, de pneumonia comum, em Covid ?
    Se o negócio é na base da “convicção”, pode-se dizer também que muitos estão morrendo de outras doenças e estão sendo computados como Covid, por falta de teste.
    Em certos casos, pode ser o nosso, o alarmismo provoca uma reação de negação nas pessoas, que preferem ignorar o perigo para não pirarem.

    1. Junte-se aos Incrédulos e aos idiotas da objetividade e você certamente será mais um dígito a ser acrescentado na lista de vítimas. Nesta guerra, a informação é a arma mais eficiente, e todas as fontes têm que ser analisadas e levadas em consideração.

    2. Isso mesmo! Pela mesma lógica, pra que os testes? Os resultados continuarão a não convencer o presidente, continuarão a não melhorar o isolamento e vão, certamente, causar pânico.
      Fiquemos com os mil, mil e quinhentos mortos que já está de bom tamanho.
      Pare com essa “vontade” de querer “ampliar os números”, Brito, seu comunista!
      Tá serto…

      Leia de novo:
      “Ninguém se iluda com o fato de, por já serem de pessoas mortas, estes números não têm importância para a Saúde Pública.

      São eles – e o número de infectados – do qual a falta de testes (se nem para os mortos há) nos tira qualquer ideia – que fazem decidir por atitudes preventivas práticas, quanto ao isolamento social e as restrições de mobilidade.”

  5. VI-rus e o VER-me: pra VIVER, temos que derrotar os dois, simultaneamente. Não tenham dúvidas: se derrotamos só virus, o verme nos matarás; se derrotamos só o verme, o virus nos matarás.

  6. Isso me lembra da epidemia de meningite ocorrida no início dos anos 70, que foi censurada pelo regime militar. Era criança e, apesar da proibição, lembro que a população começou a divulgar a notícia boca-a-boca, e graças a essa rede informal de comunicação muitas vidas foram salvas. Mas foram milhares de óbitos, o que levou os militares a, no ano seguinte, divulgarem massivamente na imprensa os cuidados no combate à doença. A história se repete…

  7. Nosso mundo virou fake (há muito o era sem sabermos). Pelo menos agora cada vez mais gente tem consciência disso – e procura pontos de apoio para ler o que ocorre. O Tijolaço é um destes. Obrigada.

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