Colômbia, mais um país nas ruas

Primeiro, o Equador. Depois o Chile e, a seguir, a Bolívia. Agora, na Colômbia, centenas de milhares de pessoas em Bogotá e em outras cidades – Cali, Medellín, Cartagena, Barranquilla – protestando contra o Governo.

Sem contar o resultado eleitoral da Argentina…

Só mesmo os microcéfalos dos minions e de Eduardo Bolsonaro para achar que isso é obra do Nicolás Maduro ou do Foro de S.Paulo: levantar a América do Sul em um mês e meio!

Nem mesmo são os partidos de esquerda ou os sindicatos que estão levando as massas para as ruas.

Quem convoca estas multidões por todo o continente é a esperança, que entrou em eclipse.

Está lá, mas não a vemos mais.

E como jamais se esquece sua face, por toda a parte se a está procurando.

Isso não vai ser contido a polícia, a milico, a tiro, porrada e bomba.

Pior, estão quebrando, destruindo a ideia de progresso para todos, que viram em uma década em que ganharam mais que o povão, com este ganhando um pouco mais.

Estão construindo um ódio suicida.

Acham que vão sobreviver despachando policiais que mais parecem robocops sobre milhares de pessoas?

A América do Sul do início do século 21 tinha, querendo ou não, firmado um pacto de desenvolvimento que – na linguagem do capitalismo moderno, seria o tal “ganha – ganha”.

Mas nossa elite quis voltar a tempos inviáveis.

E inviável ficou ela…

 

 

 

 

 

 

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27 respostas

        1. Nó somos covardes e burros demais para tomar esta iniciativa.
          A globo fez um excelente trabalho de lavagem cerebral e transformou os brasileiros em idiotas.
          O resultado esta aí.
          E a globo faz parecer que o Brasil está melhor que a Suiça.
          E a maioria acredita.

      1. Quando houve paralisação no governo Temer, já identificaram as lideranças e neutralizaram-nas. Provavelmente saiu bem barato… um suborno pequeno ou ameaça já resolve.

  1. A servidão voluntária é o grande enigma da história da América Latina. Todos sabemos as razões do porque ums minoria impõe seus privilégios sobre uma maioria social, o que não entendemos é o porquê essa maioria se deixa dominar. Por isso, apesar das causas econômicas do problema, o x da questão é a questão do poder na América Latina. O único poder capaz de desafiar os outros poderes (econômicos, policiais, militares, visíveis ou “invisíveis”) é o poder democrático, o único poder legítimo. Todos esses levantamentos populares ocorreram depois de vitorias eleitorais (como na Argentina, no Chile, no Equador e na Colômbia) ou de Golpes de Estado (como no Paraguai e agora na Bolívia) das seculares forças oligárquicas que simplesmente não aceitam a estabilidade democrática e o desenvolvimento econômico e social. Por isso podemos chamar todos essas viradss de contra revolução neoliberal latino americana, uma nova forma desgastada da velha mentalidade colonial e oligárquica. Apenas um paradoxo resolve esse grande inigma: a maioria social deve IMPOR a democracia e o desenvolvimento a essa minoria social. Não são apenas eleições como despectiva e desavisadamente se fala, mas sobretudo eleições.

    1. “ou de Golpes de Estado (como no Paraguai e agora na Bolívia)”
      Esqueceu do Brasil.
      O que prova que não temos salvação.

      1. Esses outros países tiveram a grandeza de se levantar contra essa contra revolução neoliberal e antidemocrática, nós por hora nem isso. O nosso é sempre Golpe de Estado e nunca precisaram dar um tiro para isso, dessa vez nem tanques.

    2. Concordo inteiramente. Eles não conseguem mais impor ditaduras abertas e assumidas. Então, eles constroem simulacros de democracia que, mesmo sendo simulacros, sempre trazem brechas enormes que devem ser por nós aproveitadas exaustivamente. Se fazem eleições confiados em que poderão fraudá-las, mesmo assim devemos participar delas todas como se fossem límpidas e honestas, e não deixar nada muito fácil para eles. Há momentos em que ficam tão irritados que quase chegam ao extremo de gritar na sua cara que estamos em uma ditadura e eles são os ditadores, e que não estamos em uma democracia; mas recuam, porque não podem chegar a este extremo.

  2. Caro Fernando Brito, eu não diria “elite” e sim classe dominante, porque existe uma grande diferença entre uma e outra.

    1. Libertaram o Lula para que a revolta popular diminuisse e tb para não acontecer aqui o que está acontecendo lá fora. Por hora está dando resultado, mas a perda de direitos e a miséria está aumentando… vamos ver até quando a população vai suportar….

  3. “ESTÁ RUIM MAS VAI MELHORAR” (diria Miriam Leitão). Putz. Só aqui nesta merda de país que o povo ignora a desgraça que está debaixo do seu nariz e os “civilizados e politicamente corretos” querem esperar mais de três anos para as eleições, baba ovos do republicanismo e da democracia que aqui, é uma quimera, uma enganação.

  4. Ainda não conseguiram criar a trampa de um triplex para o Evo Morales, mas já dão sinais de como será insana a perseguição a ele. Pediram ao presidente do México que faça com que ele se mantenha calado e não emita opiniões políticas, e o Obrador reagiu mofando de tanta ousadia. E aproveitando que a Michelle Bachellet está sendo apontada como omissa e chamada até de traidora dos movimentos progressistas da América Latina, os golpistas pensaram até em pedir a condenação do Evo “por seus crimes contra a Humanidade”. Como a usurpadora (tia de grandes narcotraficantes) já declarou que não considera os índios bolivianos como seres humanos, embora sejam a maioria esmagadora da população daquele país então, para seus companheiros, combater a sonegação de impostos dos brancos ricos, como fez o Evo, é mesmo um crime contra a “humanidade”.

  5. Enquanto isso o PT e toda a esquerda, ficam só reboque de LULA, como se ele fosse milagroso e não fazem nada para aglutinar a população para um movimento que realmente possa mudar a situação,

  6. Primavera latino-americana. Mas, os daqui estão:Deitados eternamente em berço esplêndido
    Ao som do mar e à luz do céu profundo, Mergulhados na burrice luso-americana.

  7. A Colombia é outro país em que o “laboratório” chileno está sendo copiado, com as mesmas consequências.
    Penso que o termo neo-liberalismo é incorreto (na verdade uma dissimulação quase carinhosa daquilo que é de fato).
    É o velho, surrado, liberalismo econômico. O mesmo princípio de lasse-faire de sempre, em que o capital tudo pode e o estado é usado como guarda pretoriana.
    A novidade (o neo) é o escravagismo. Penso que o correto seja chamar de “liberalismo neo-escravagista”. Uma forma nova de escravagismo em que não precisam investir em comprar e sustentar escravos, os tem de graça e aos milhões. O tronco é substituído pelo cassete, pelos canhões d’água, pelo gás lacrimogenio, pelas balas de borracha ou de verdade, pelos carros blindados jogados sobre o povo, como castigo e “exemplo” – que era a função do tronco.
    O sistema sofisticou-se, e o aparato do estado já não busca escravos fujões para devolvê-los ao senhorio. Este já não precisa do escravo fujão de volta, atira-o em prisões ou os mata, pois milhões de outros escravos estão à disposição para trabalhar para o senhorio sem que este precise desembolsar dinheiro para comprá-los ou sustentá-los.
    Este modelo só consegue impor-se através do fascismo. O crescimento do fascismo é alimentado por este “liberalismo neo-escravagista” por que tornou-se a forma de subjugarem os povos a este sistema. Para fomentar o fascismo valem-se de muitos elementos, desde a xenofobia, o fanatismo religioso, o racismo, a homofobia, etc. A própria “crise” da segurança pública é instrumentalizada e fomentada, para justificar ações que fortalecem a consolidação do fascismo (como por exemplo o tal pacote anticrime e o recém apresentado projeto de exoneração de culpa aos militares e outras forças de segurança quando reprimindo manifestações).
    Num mundo em que 368 indivíduos possuem mais riqueza acumulada que os 3,5 bilhões de pessoas mais pobres do planeta este sistema neo-escravagista não tem como sustentar-se num ambiente democrático. Por isso a consolidação da democracia e seu aprofundamento com efetiva participação popular, seja através de conselhos, plebiscitos, referendos, ou democracia direta (por exemplo, na escolha de juizes, chefes de polícias, promotores, secretarias de finanças, etc.) é fundamental para não só colocar o estado ao serviço do povo como bloquear as condições para o avanço do fascismo.
    Nos países periféricos aliam-se às oligarquias locais, que para manterem seus privilégios, aceitam submeter seus países à espoliação neo-colonial, em que a rapina é desenfreada.

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