Visita de Guaidó a Bolsonaro é outra mancada diplomática

Já que não adotou a correta posição de neutralidade e negociação, o Governo Brasileiro bem que poderia cultivar uma postura discreta, agora que houve uma nítida demonstração de que o autoproclamado “presidente encarregado”, Juan Guaidó, não tem controle de coisa alguma em território venezuelano.

O fiasco do sábado da ajuda humanitária, embora com desgaste para todos, provou isso e, a muito custo, a intervenção do General Hamílton Mourão, com as expressões duras necessárias a maquiar o recuo, fez o Brasil refluir daescalada belicista a que nos levou o Itamaraty.

Posição, aliás, que foi tomada pelo Grupo de Lima, deixando “a pé” o desejo americano de que servíssemos, com a Clômbia, como ponta-de-lança de aventuras bélicas em território venezuelano.

Parece óbvio que, mesmo para os que desejam o afastamento voluntário de Nicolas Maduro e soluções político-eleitorais que dêem saída aos problemas do vizinho, o mínimo que isso exigirá será tambem o afastamento de Guaidó, a não ser que insistam na fracassada tentativa de depor o presidente da Venezuela ou de fazê-lo renunciar.

Guaidó é bananeira que deu cacho, não tem mais serventia no cenário político, desfeita sua ilusão de ascender meteorica e ilegitimamente ao poder.

Por isso, qual a serventia de levá-lo a este encontro com Bolsonaro, tirar umas quantas fotografias e, quem sabe, provocar alguma declaração canhestra de Sua Excelência, o ex-capitão?

Vai que ele queira dar seus gritos de guerra, louco que anda depois de ter sido obrigado a falar fino por conta das pressões parlamentares em torno da reforma da Previdência?

A diplomacia profissional brasileira jamais incorreria no erro deste encontro, agora, do qual Guaidó – que anda na base do cachorro que cai de caminhão de mudança, sem rumo – tira muito e Bolsonaro, com sorte, tira nada.

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