Revelação de farsa sobre morte de JK põe STF diante de um imperativo moral

A notícia de que se tentou subornar o motorista do ônibus que, na versão oficial teria provocado o acidente que matou, em 1976, o ex-presidente Juscelino Kubitscheck, coloca o Supremo Tribunal Federal diante da obrigação de rever sua malsinada decisão de considerar prescritos os crimes cometidos durante a ditadura.

Os indícios são cada vez mais indesmentíveis de que houve, ali, não um acidente, mas um assassinato.

O argumento de que aqueles fatos são passado, “são história”, já não servem para que deles fique afastada a apuração com fins de responsabilização que afaste o caráter diletante de uma investigação.

Porque Juscelino – como João Goulart – são a própria história e não há país no mundo que possa se conformar com a obscuridade sobre um assassinato de um Presidente da República.

Não podemos continuar a ter esta história contada por desvãos, metáforas ou livros romanceados como o premonitório “Beijo da Morte”, de Carlos Heitor Cony e Ana Lee, que descreve este complô e assassinato.

A insistir numa visão míope, de que uma anistia possa simplesmente apagar os fatos do passado, o Supremo, em última análise, estará se mantendo como cúmplice de assassinatos premeditados e cruelmente urdidos.

Assassinatos de pessoas, inclusive o de um (ou, quem sabe, dois) Presidente da República.

E assassinato, também, da história brasileira.

E deixando de mostrar aos mais jovens do que é capaz uma ditadura, que a direita vive apresentando como sinônimo de ordem.

Quando é sinônimo de morte.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

14 respostas

  1. São essas e mais outra informações que nos levam a cobrar a atuação da justiça em rever o processo de anistia para esses criminosos. Se o mensalão é indiretamente uma vingança contra membros da antiga luta armada, que esse mesmo Supremo haja perante os assassinos da dita DURA.

  2. Mas pelo relato do motorista do ônibus, o motorista do JK foi imprudente ao passar pela direita.
    Por que ele fez isso ?
    É preciso uma evidência… Havia um carro da ditadura perseguindo o JK?
    Olhando desta forma, realmente não muda muito. A testemunha (motorista) tem interesse em se inocentar do caso, então seu depoimento não vale uma naba. Quem ofereceu a mala de dinheiro?

  3. O Supremo que condena Dirceu revogara a Lei de Anistia para punir torturadores e assassinos da ditadura?

  4. JK, Jango, Lacerda, Amarildo e desaparecidos Brasil afora. Marcas da tortura, herança de uma ditadura.

  5. Assustados como grito de Uhuuuuuu! Getúlio, Goulart, Ulisses e Tancredo voltam-se a tempo de ver o Juscelino socando o ar como Pelé… Ao retornar á nuvem, ele olha para os colegas e diz: Eu não disse que um dia alguém ia Apurar?!!

  6. Levando consideração que saiu da boca de um ministro do STF que foi uma “ditabranda”, esse final que esta sendo construído tijolinho por tijolinho da História, vai desmoronar a hipocrisia.

  7. Constatou-se nos paises Escandinavos, que a maioria dos suicidios eram de pessoas que tinham trabalhado em abatedouros de animais. A vida cobra caro.

  8. Isso tem que ser revisto para mostrar aos jovens o verdadeira face da direita brasileira de caráter entreguista e assassina, nunca olharam o Brasil como nação, na ditadura cumpriram religiosamente o pacto com os americanos assassinando as lideranças nacionalistas que defendiam os interesses do país. A elite brasileira lutou e luta contra qualquer transformação que venha fazer do Brasil uma nação livre, soberana e acima de tudo humanista.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *