Quanto a Embraer vai pagar pelo escândalo da Boeing?

A expressão, a gosto dos “moderninhos” que fala em “agregar valor” por imagem deveria, no caso da compra da Embraer pela Boeing ser reescrita para “deteriorar valor”.

Embora a carteira de encomendas da empresa ainda seja forte, porque no setor as encomendas são de longo prazo, é impossível que os modelos da ex-brasileira de aviação não sejam fortemente impactados pelo crescente – e irreversível – escândalo envolvendo o 737 Max da norte-americana.

Ontem, o The New York Times divulgou mensagens trocadas internamente na empresa, enviadas aos investigadores federais que atuam no caso e os diálogos não podiam ser piores:

“Você colocaria sua família em uma aeronave treinada no simulador [737] Max? Eu não faria ”, disse um funcionário a um colega em outra troca [de mensagens] a partir de 2018, antes do primeiro acidente. “Não”, respondeu o colega. Em outro conjunto de mensagens, os funcionários questionaram o design do Max e até denegriram seus próprios colegas. “Este avião é projetado por palhaços, que por sua vez são supervisionados por macacos”, escreveu um funcionário em uma troca de 2017.”

Desde o início do ano passado, em números redondos, as ações da Embraer caíram 15%, contra uma valorização de 26% do índice Dow Jones.

Com a paralisação (que tende a ser definitiva) das linhas de montagem do 737 Max, é forte a tendência de que a produção da linha E2 da Embraer seja transferida para lá, ao menos na montagem final das partes.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

13 respostas

  1. Não existe mais a Embraer, ela foi doada para os EUA.
    Agora temos que construir outra companhia aérea. Alguns ex-funcionários da Embraer já criaram uma empresa e estão desenvolvendo o sucessor do Bandeirantes, o primeiro avião de sucesso da Embraer.
    Voltamos para a década de 70.

    1. Seria bom q os ricos decadentes tipo Chiquinho Scarpa tivessem visao e investissem nessas empresas
      Se nao podem ter industria pelo menos ganhariam dinheiro e gerariam emprego
      A empresa e em Sp e nao no Piaui ou Acre o q seria de se pensar
      Por engenheiro militar p fazer pesquisa de ponta em regioes mais afastados

  2. A empresa criada pelos ex-funcionários da Embraer chama-se DESAER. Quando o PT voltar ao governo federal, deveria de imediato entrar como sócio da DESAER, com pelo menos 51% do capital.

  3. Foi o que eu deduzi, com o problema do 737 Max. A alternativa será a Embraer, até que a Boeing desenvolva outra aeronave mais confiável o problema é o tamanho do EJ’ que não serve para empresas de grande fluxo de passageiros internacionais.

  4. E nenhum parlamentar da oposição pensou em crir uma cpi para investigar esse escandalo que foi a venda da embraer?

  5. O triste dessa história é que o Brasil provavelmente fará parte da salvação da Boeing e não apenas pela carteira de compras.
    A Boeing resistiu à novidade do fly-by-wire, a Airbus foi a pioneira. A Embraer, com os engenheiros do ITA (Estado) entrou nessa área e foi muito bem sucedida, como sabemos, não tendo problemas práticos, nem quanto a homologação. Esta, inclusive, sendo o que levou a Mitsubishi a buscar pessoal no Brasil.
    É justamente quanto aos softwares de comando e controle da aeronave que a reputação da Boeing está terrivelmente abalada (além da picaretagem pura e simples).
    Como se sabe, os eeuu não estão nem um pouco preocupados em formar talentos próprios, preferem comprar no “supermercado” dos outros países. Talvez pensem que seja mais barato, no que, podem tenham razão. Mas creio que, sobretudo, é uma questão social interna.
    Desenvolver talentos nacionais demandaria um investimento em educação pública de qualidade, do maternal ao pós-doutoramento, que, por pública, teria que ser, ao menos em teoria, aberta a todos. Ora, controlar a educação do povo é mantê-lo submisso. Já imaginou, em algumas décadas começarem a surgir profissionais de qualidade, alguns mesmo de alto nível, que nasceram nos guetos e rincões? Eles nem em sonhos permitiriam.

  6. Não acredito nisso. Apesar de sim, a imagem da Embraer entrar em parte no efeito cascata dos recentes problemas da Boeing, não haverá transferência do E2 para os eua. Não é uma tarefa tão simples e além disso, apesar de muitos aviões esperando para serem entregues, a Boeing ainda tem muitas encomendas firmes do Max.
    Vale lembrar que Boeing e Embraer nunca foram concorrentes diretas. Elas juntas oferecem uma carteira de aeronaves completa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *