Propaganda de Moro explora ‘mundo-cão’ que seu pacote não resolve

É, de fato, muito triste a história do advogado Rafael Guimarães, o rapaz que aparece nas propagandas do pacote anticrime, mas nada do que aconteceu nela teria sido evitado pelas propostas apresentadas por Sergio Moro, para o qual serve de “argumento mundo-cão”.

O pai de Rafael, Oscar Vieira Guimarães, de 61 anos, foi assassinado por Guilherme Zanoni, em novembro de 2015, supostamente por uma discussão de condomínio ocorrida três anos (!!!) antes.

Zanoni teria arrastado Oscar para seu apartamento, no mesmo andar da vítima, o esfaqueado e se trancado , até que a polícia chegasse.

Violência típica de psicopatas – como o próprio Rafael admitiu, ao falar ao G1, em 2016, ao classificar o assassino como “psicopata”.

Zanoni não foi colocado em prisão domiciliar por nenhuma outra razão senão a de ser advogado e ter direito a prisão especial – ponto em que o “pacote” não toca e não haver, segundo a Justiça do Rio Grande do Sul, local onde pudesse ficar detido em “prisão especial”.

Mas ficou, até ser liberado pelos desembargadores do TJRS, preso preventivamente por oito meses, até ser-lhe concedida a constrição em casa, por falta de vaga em “sala de estado maior”: ou seja, a prisão especial.

Com toda a carga dramática que tem um assassinato, nada disso pode ser classificado como um problema de segurança pública.

Nem da legislação, porque ela que não impede, como não impediu no caso do assassino do pai de Rafael, que um homicida perigoso fique preso.

O que o soltou foi o instituto da “prisão especial” para advogados, no qual o pacote não toca.

O assassinato do pai de Rafael é um terrível drama, mas não é um problema de segurança pública. Um milhão de PMs, a menos que estivessem dentro do corredor do prédio onde seu pai foi covardemente esfaqueado, não teriam evitado o crime.

Faz parte das deformações mentais que acometem insanos, por toda a parte e por todos os tempos.

Se a lei penal for moldada por casos extremos, será matéria para furiosos, que querem fazer o que consideram ser “justiça” com vingança.

Façamos de casos dramáticos – e ninguém nega sua existência – os parâmetros da vida comum, é claro que logo vamos acabar estatuindo o linchamento como regra jurídica.

A exploração – sórdida, aliás – de dramas pessoais nunca é boa conselheira para processos de propaganda, até mesmo os bem intencionados – e, neste, há controvérsias sobre isso.

A propaganda de Moro, além de ilegal – porque não se pode se confundir com publicidade de ações governamentais o que está sendo feito, mas como estratégia de convencimento da opinião pública, por meios emocionais – é enganosa.

PS. O vídeo pode ser assistido aqui.

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14 respostas

  1. A cada movimento do Mor”t”o me assusto mais com sua pessoa. É frio, calculista, vingativo, focado em seus fins e sem escrúpulos para conseguí-los. Comprova a cada passo que não foi à toa que toda a tragédia que vivemos hoje passou por ele. É ele quem deve ser combatido com todas as forças. É ele o verdadeiro psicipata. Todos os outros atores deste cenário nacional surreal são figurantes.

  2. O depoimento de Marcelo Odebrecht serviu de matéria prima para uma edição de notícia da Rede Record na manhã de hoje, onde o Lula aparece como o maior corrupto de todos os tempos, que mandou o BNDES financiar obras da construtora em Angola em troca de milhões para o PT e para o Instituto Lula. Mesmo dando cinco segundos para “o outro lado” apenas negar, mas sem poder explicar, trata-se de um retorno aos ataques contra Lula e o PT, e coisas assim não deveriam permanecer impunes, sem contra-ataque. Urge agir.

  3. Numa sociedade doente, esperam o que? . Exemplo, Uma coisa é matar.e morrer em combate outra é tentar e defender torturdores, que mais nao podem ser de psicopatas e covardes ..

  4. Esse agente da CIA dá mostras a todo o momento de que é um agente estrangeiro dentro do estado brasileiro. A lei penal na maioria dos estados americanos é fundamentada no princípio da vingança, não na recuperação do indivíduo para a vida social (somente para crimes federais existe uma lei penal para todo o país). Isto é particularmente acentuado em estados onde vige a pena de morte.
    Aliás, o sentimento de vingança é muito presente na sociedade americana. E permeia inclusive as relações internacionais. Se algum país ou movimento político os desafia ou ataca, não descansam enquanto não se vingam, mesmo que tome décadas. São pragmáticos nos negócios mas não na política. O império é vingativo.
    Moro busca incorporar ao ordenamento jurídico brasileiro estes traços culturais americanos, aos quais obedece. Em conseguindo avançar, não tenho dúvidas de que o passo seguinte será a proposta de instituição da pena de morte.

  5. “Façamos de casos dramáticos – e ninguém nega sua existência – os parâmetros da vida comum, é claro que logo vamos acabar estatuindo o linchamento como regra jurídica.”

    O “jornalismo policial” de Datenas e Cia. tem propagandeado essa idéia faz décadas. E quase ninguém tomou providência no sentido contrário. Não é nada fácil superar o lugar comum de que o melhor política em segurança pública é “prender e arrebentar” e quem é contra “defende a bandidagem” e parabenizo o Brito pelo esforço: podia todo mundo andar armado, ter mil polícias dentro do condomínio… nada disso evitaria esse homicídio.

  6. A questão da segurança se resolve com distribuição de renda. Em países desenvolvidos os policiais costumam nem usar armas e os índices de violência são baixos. No Brasil, pode colocar um policial para cada cidadão que a violência vai continuar pois o contrabando de armas e o trafico de drogas continuam organizados.

  7. A psicopatia desse verme e seu comparsa DDinheirol já haviam sido detectados em meus comentários há muito tempo. São os monstros a serem combatidos e também os pilares do golpe. Se observarem os dois chegaram a um grau tão grande de demência com suas mentiras, que já não sabem o que é certo ou errado. Mas na verdade o que eles estão fazendo é normalizando os atos errados como se fosse certo. São mentes doentias. é assim que a sociedade cria seus sociopatas.

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