Poder das milícias faz os Sérgio Naya dos pobres

Sérgio Naya, para quem não se lembra, era o dono daquele Edifício Palace 2 que desabou em 1996, matando oito pessoas, na Barra da Tijuca, o bairro da sociedade emergente do Rio de Janeiro.

Não é longe da Muzema, no Itanhangá, lugar de gente pobre ou de classe média baixa, controlado pelas milícias, onde dois prédios caíra, deixando 2 mortos, cinco feridos e 17 pessoas desaparecidas.

O que caiu não foram barracos de pobres, destes que a gente sempre viu pendurados milagrosamente nas encostas do Rio de Janeiro.  Foram prédios construidos por gente capaz de mobilizar muito dinheiro, para erguer cinco ou seis andares, com 20 0u 30 apartamentos. E em série, porque nas fotos pode-se observar outros iguais em tudo, só mudando a cor dos revestimentos das fachadas.

Quem é que investiria milhões em obras mambembes, se corresse o risco de vê-las embargadas, de fato, e mandadas demolir, por irregulares e inseguras?

As milícias – as tais “bem intencionadas”, segundo o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva – são o poder político de fato nestes locais e donas ou sócias destes esquemas picareta de grilagem de terras, construções irregulares e venda lucrativa de arapucas para quem tem pouco dinheiro e muitos sonhos.

É o Estado paralelo, já quase oficial, da polícia, que cresce nos espaços que o o Estado oficial, que ignora os pobres, lhes entrega, até para fazerem o que ele está deixando de fazer. Os prédios da Muzema, afinal, são o “Minha Casa, Minha Vida”  que o Brasil parou de fazer.

E, para alguns de nossos irmão, tragicamente, o “Minha Casa, Minha Morte”.

 

 

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

7 respostas

  1. A Farsa a Jato veio para consolidar a milícia em nível nacional.

    Chantagens, perseguição, ameaças, achaques, poder paralelo, interferências políticas, escutas ilegais, apropriação de riquezas do estado de forma ilícita, venda de proteção (venda de consultorias de “compliance”), constrangimento de outras autoridades – as semelhanças são gritantes.

    Quem não for morto antes por um policial bandido, sofrerá “lawfare”. E por tabela, o “deep state” americano agradece (e suborna) seus pimpolhos pelo “grande serviço prestado” de destruir o Brasil como uma nação próspera e soberana, soberania esta que poderia ir contra interesses da nação da “Estátua da Liberdade”.

    1. Estátua da Liberdade ?. Liberdade só para eles, povo norte americano. A tal “liberdade” deles é só desculpa para explorar os demais povos do planeta, para que eles, estadunidenses, usufruam das riquezas desses povos em nome “dessa tal liberdade” falsa

      1. Sim, essa foi a minha intenção ao mencioná-los como “país da estátua”, pois para eles a liberdade mesmo, num sentido amplo, é conversa fiada. ;)

  2. Só está faltando do IBGE reconhecer, mapear e mandar publicar nos livros escolares que as áreas dominadas por milicianos e/ou traficantes já não pertencem ao Estado ou aos Municípios. Eles agora são Estados ou Feudos dentro do Estado. Possuem os três poderes, nomes, cores, mas possuem donos. Como o Estado tributa a todos, os Feudos estão exercendo uma espécie de bi-tributação. Seria cômico se não fosse sério.

  3. bom, se o ministro da defesa disse q as milícias são ‘bem intencionadas’ então batemos no topo ou no fundo. Pelo visto vamos cair sob o jugo tanto das quadrilhas legais quanto das ilegais (mas a caminho da legalidade com o grande bozonildo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *