O triunfo da “balbúrdia”

Cinco meses atrás, o sujeito que ocupa o Ministério da Educação – é questão de decoro não chamá-lo de ministro – disse que as universidades federais eram antros de “balbúrdia”, não de educação, procurando justificar com isso o corte de suas verbas.

Hoje, nos resultados do exame de qualidade feito pelo próprio MEC nas instituições de ensino superior, a prova de que Abraham Weintraub não é nada além de um xingador profissional e uma figura patética .

Perto de dois terços (64%) dos cursos das universidades federais tiveram os conceitos ótimo (5) e bom (4). Com o conceito 3, regulares, foram 25%, o que deixou apenas 11% entre os conceitos 2 (ruim – 9%) e 1 (péssimo – 2%).

As universidades privadas onde, em tese, não haveria balbúrdia – porque, afinal, paga-se caro para estudar – tem resultado virtualmente inverso: só 3% alcançaram o grau máximo, enquanto o conceito de bom ficava em 18%. Portanto, apenas uma em cada cinco pode ter um desempenho chamado de satisfatório. As regulares- conceito 3 – foram quase a metade (48%), enquanto as ruins e péssimas somaram 32%. Um terço, praticamente.

É a visão tacanha de gente que não tem a menor intimidade com o ensino, que pensa que uma universidade deve ter códigos de comportamento próximos aos de colégios internos ou de quartéis.

Como os homens de plantão no comando de nossa educação, que acham que ela será melhor espalhando PMs pelo pátio, para zelar pela a única disciplina que valorizam: a disciplina comportamental.

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27 respostas

  1. Faz um grafico sobre produçao cientifica.
    Para evitar a tese da folia dos c?s prolapsados pode so postar os q sao publicados fora do Brasil

  2. Isso só vai aumentar a convicção bolsonarista de que é necessário acabar com as universidades federais o mais rápido possível. Destruir o ensino e a pesquisa no Brasil é prioridade máxima da equipe local do Steve Bannon.

    1. Sim, para esse governo, estudos e pesquisas devem ser exclusividade dos filhos dos ricos.

      1. Os filhos dos ricos que possam receber uma educação bonita de fachada, mas completamente deturpada pela doutrinação que lhes prepare para entregar as riquezas do seu país aos estrangeiros, como fizeram seus pais; ou que possam fazer alguma iniciação científica que lhes selecione para voarem ao Império, indo trabalhar como escravos em um tal de Vale do Suplício, junto com outros escravos científicos de todo o mundo periférico. Os filhos dos realmente podres de ricos, estes deixaram de ser brasileiros e irão se educar na Suíça, de onde partirão para universidades imperiais, para aprenderem como sugar o sangue de seu próprio país para jogarem no cassino financeiro global.

  3. 1ª Parte
    Até a destruição política e econômica do Brasil, levada a cabo pelo direita para tentar reaver o poder, o discurso praticamente geral dos mais politizados e cultos era que o grande problema do Brasil era a qualidade da Educação. Por isso o Brasil não ia para a frente. A qualidade da Educação no Brasil, apesar de ter melhorado nos governos do PT, ainda estava bem aquém do necessário. Entretanto, algumas políticas do PT deram um importante estímulo aos estudantes, principalmente os das classes sociais mais baixas. Por exemplo, a criação de muitas novas Universidades, os financiamentos estudantis e o Sistema de Cotas. O Sistema de Cotas foi realmente importante, fez a diferença, porque jovens inteligentes e esforçados, que em outras épocas dariam excelentes funcionários mas dificilmente teriam oportunidades reais de terem um futuro brilhante, de repente puderam sonhar e tornar seus sonhos realidade. Os estudantes que conquistam as vagas para cotistas são a nata dos pobres. Dizem que, mesmo tendo estudado exclusivamente em escolas públicas, em coisa de seis meses seu rendimento supera o dos não cotistas, que via de regra estudaram em escolas particulares, frequentaram cursinhos e não precisaram trabalhar para ajudar nas despesas da casa.
    2ª Parte
    Se antes a Educação era considerada tão importante, principalmente pelos mais politizados e mais cultos, por que agora, com todo esse desmonte na área da educação, ninguém mais fala da importância da Educação para o futuro do Brasil? Ninguém mais cobra do governo seriedade e investimentos nessa área? Parece que a meta agora se inverteu. Afora a esquerda, parece que todos agora acham que a Educação deixou de ser importante e pode ser relegada a segundo plano. Talvez quem sabe até ser terceirizada e passar a ser responsabilidade das igrejas evangélicas.
    Afinal, por que essa reviravolta? Quem ganha com isso? Além, é claro, dos rebentos das famílias das classes superiores, que antes tinham ao seu dispor as melhores oportunidades profissionais e hoje têm que disputar empregos e promoções com os filhos dos pobres…

  4. Nossa oligarquia é tão previsível… A completa anomia da classe média chapa branca com esse Weintraub só vai durar até o primeiro filho de figurão maçônico levar borrachada em alguma universidade federal…

  5. E, em uma universidade pública me disseram que o aluno da universidade particular tem um custo muito melhor do que o aluno da pública. Aí está a diferença do custo entre um e o outro. A qualidade da educação na universidade pública que supera e muito a quantidade da universidade particular. Conclusão: A universidade pública qualifica e a universidade particular quantifica para o maior lucro dos proprietários e dos acionistas.

    1. A proliferação de universidades e cursos superiores particulares acabou com a credibilidade deste tipo de ensino. Só se salvam mesmo as poucas tradicionais que sobreviveram.

    2. Com certeza. A meta das universidades públicas é a propagação do conhecimento. A meta das universidades privadas é o lucro. Afora a área de medicina, desconheço alguém cuja família pode pagar faculdade, mas que não cursa porque não conseguiu vaga em nenhuma universidade.

    3. Exatamente isso. Tudo, absolutamente TUDO que foi largado no Brasil para “ser regulado pelo mercado” acabou cartelizado, miliciado , explorado, sucateado, prostituido, desvalorizado e desmoralizado. Principalmente o Ensino, do primário à pós-graduação.

    4. O problema já começa quando se considera Educação como “custo”. Enquanto esta, em todos os níveis, não for tratada como investimento, não teremos Nação.

  6. Em polvorosa, na edição de hoje à noite, mais do que nunca o estúdio do ‘jornal NAZIonal’ virou o maior picadeiro do Projac!
    Com todo o perdão pela metáfora!
    ***
    Agora, vamos ao que mais interessa:
    SENSACIONAL, a desMOROlização da máfia do pseudo jornalismo da Globo Organizações MafioCriminosas a serviço da destruição do Brasil!
    AO VIVO Nocaute no JN – NA AVALIAÇÃO DE NOTAS, O MINISTRO WEINTRAUB SERIA PUNIDO?
    https://www.youtube.com/watch?v=sb0DXs3ClN4

  7. Nossa preocupação imediata deve ser a eleição para os Conselhos Tutelares em todo o Brasil no próximo domingo! Os setores evangélicos estão trabalhando para derrubarem o Estatuto da Criança e do Adolescente orientados pelo Edir Macedo. Em cada prefeitura podemos encontrar as listas com os nomes dos candidatos. Precisamos votar em pessoas mais progressistas, nossas crianças terão melhor assistência.

  8. Nosso ministro e nosso presidente tem razão. As universidades públicas são uma ameaça. E a sociedade está com eles. E acho que a oposição também. O brasil (cada vez mais minúsculo) não deu a mínima para o desmonte, não só da educação, do país. Por isso nossos governantes têm razão. Governam para maioria. Nós, minoria que achamos que tudo isso tá errado, temos que esperar nossa vez. Quiçá sobre algo para desfrutarmos.

  9. Todo mundo é a favor da educação no Brasil. No domingão a “classe” “média”, entre uma e outra garfada daquela macarronada gourmet (com massa “daquela marca italiana”), depois de uma boa golada de “vinho importado” (tomada, claro, depois de mover o copo e fazer aquela cara de enólogo e conhecedor de vinho), e depois de profunda reflexão com olhar de reprovação indignado chega a conclusão que “o problema do Brasil é a educação”, a educação que eles julgam ter. Em sua maioria os membros diletos dessa “classe” passaram por colégios particulares alguns caríssimos proibitivos para a ampla maioria dos estudantes ou passaram por cursos preparatórios também proibitivos para a ampla maioria dos estudantes. Depois desse enorme investimento dessas famílias uma parte deles ingressa nas universidades públicas, enquanto o resto tem que pagar pela formação dos seus filhos e filhas em faculdades particulares caras e de duvidosa qualidade. No mercado de trabalho as grandes empresas é claro buscam jovens formados nas melhores universidades e os filhos das famílias que não puderam pagar pelo acesso a essas universidades públicas não podem nem se candidatar a essas posições no mercado de trabalho (os famosos estagios e trainees). Nos últimos anos a essa barbaridade e bem ao modo cínico e cafajeste bem brasileiro os diletos membros dessa “classe” para coroar o absurdo dessa situação deram o nome de “meritocracia”. Sim a ampla maioria dos diletos membros dessa “classe” votam em partidos e candidatos que em geral defendem para absurdo e contradição final a redução dos gastos com as universidades públicas ou simplesmente o fechamento delas (em que eles próprios estudaram), participam de campanhas contra a corrupção dirigidas por corruptos conhecidíssimos e outros estreantes tão corruptos quanto e por fim votam em um candidato a presidência que se caracterizou pela ignorância e incompetência para qualquer atividade profissional. Se não chamamos isso de dissonância cognitiva só podemos chamar de demência coletiva.

  10. Os ministros do bozo não são exatamente burros ou incompetentes (alguns são). O problema está no discurso, nas narrativas. Eles usam a retórica da pós verdade onde o que importa não são os fatos dos quais quanto mais confiáveis mais próximo da verdade se está. A pós verdade é o discurso e a narrativa da versão que convém a determinados propósitos e como num mundo onde proliferam abundantemente as informações superficiais, sem lastro com os fatos, de forma obsessiva para toldar a mente das pessoas, estas narrativas falsas conseguem converter alguns aos propósitos desejados. É o triunfo dos fins sem a autenticação dos meios. O objetivo é acabar com o ensino público para ficar apenas com o ensino privado.

  11. Esse sujeito que ocupa o MEC é um desqualificado debochado. De educação não entende nada.

  12. Conheço a universidade desde 1965. Nunca vi, nem nos regimes militares, algum ministro da educação persegiuir a Universidade.

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