O Irajá do Feagá

irajafeaga

Fernando Henrique Cardoso já não tinha popularidade ou votos.

Restavam-lhe as luzes de intelectual, muito embora as práticas sempre lhe desmentissem as ideias pelas quais ganhou respeito acadêmico.

Nos jornais de hoje, vê-se o retrato de quem até isso perdeu, nas colunas de Elio Gaspari – é preciso dizer se é ascendente ou decadente a “curva de Sartre a Huck” que lhe desenha – e, sobretudo, na de Marcelo Coelho, o perfeito retrato do “eu me amo, eu me adoro, eu não posso viver sem mim” do ex-presidente.

É destes textos que, ao lê-lo, faria o personagem encolher à estatura de um formiga. A leitura, que recomendo integral, apropriando-me do bordão do jornalista Luís Costa Pinto, vale, vale, vale. Muito embora, neste caso, o “vale” seja uma amarga referência.

Recorto-lhe o trecho final:

Como ex-presidente, FHC poderia se colocar num plano bem elevado, o de sábio estadista.
Suas considerações sobre a oportunidade de uma candidatura Luciano Huck confirmam, infelizmente, a característica que ele sempre teve: a de ser um imenso falastrão, cuja única inocência é a de achar sinceramente que é um sábio estadista.
“Ora, ora, você sabe que eu sou um estadista mesmo… Pare com esse nhe-nhe-nhem.”
FHC poderia conferir peso a propostas de reforma política ou equilíbrio nos debates sobre a Previdência; poderia moderar os embates entre o Judiciário e os políticos.
Não. Chama os holofotes para elogiar Luciano Huck.
Provavelmente, acha que qualquer um é tão inferior a ele mesmo que, entre Huck, Serra, Alckmin, Doria, Justus ou Romário, qualquer um serve, desde que ganhe.
Talvez FHC esteja mais uma vez seduzido por seu grande fetiche, o da “modernidade”, no seu modelito Jardins. Huck? Um rapaz “simples, boa figura, falei com ele outro dia no La Tambouille”.
O Plano Real, com seus grandes méritos, trouxe essa modernidade como bandeira: o câmbio baixíssimo e os juros altos permitiram nossas compras de bebida importada e nossas viagens com cartão de crédito internacional.
Dizia-se que aquela demagogia do dólar barato era na verdade uma aposta na possibilidade de renovar tecnologicamente nosso parque industrial. Entraríamos no Primeiro Mundo; quanto a você, se for um dos 60 milhões de excluídos de quem FHC fez pouco, saiba que, no Caldeirão do Huck, um arquiteto de grife redesenhará o seu barraco.

Ao menos o castelo do Príncipe da Sociologia já redesenhou:juntou a banca, os jornais e virou palco das subcelebridades.

O epílogo de nossa Greta Garbo intelectual encontrou seu Irajá.

 

contrib1

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10 respostas

  1. FHH como egôlatra nunca soube distinguir o personagem do ator, a realidade da ficção. Nesse sentido é como um Moro. Ambos não sabem que o poder que se lhe atribuiram não lhes pertencia, nem era pessoal e nem era permanente. e nem se devia à suas qualidades próprias, mas exatamente o contrário do bom governante e do bom juiz que ambos tentavam interpetrar e que se julgavam ser.

  2. Não se deve à idade a estultícia de FHC. Acontece que ele é o maior engano moral e intelectual de todo o século XX no país, transbordando para o século XXI.

  3. ESTE VERME RASTEJANTE SEMPRE FOI UM LIXO MORAL.
    VENDEU A IMAGEM DE INTELECTUAL QUE ALGUNS COMPRARAM(problema de quem comprou).
    O EGO DESSE BOSTA E SUA IMORALIDADE BRIGAM PARA VER QUEM É MAIOR.
    CHAU SEU BOSTA ,JÁ VAI TARDE,ESTÁ DEMORANDO TUA PARTIDA,O MUNDO FICARÁ MELHOR.

  4. Esse,é um CIDADÃO que goza da IMPUNIDADE.Milhões,iguais ou pior que ele,elegeram-no DUAS VEZES para a PRESIDÊNCIA.E os outros,onde estão? Também,IMPUNES.

  5. O cão obedece seu dono.
    FHC sempre foi o cão do imperialismo e da rapina financeira internacional em particular.
    Anda por aí a cheirar o fiofó dos seus iguais buscando liderar a matilha de cães do imperialismo que é imensa no Brasil. Uns com a coleirinha da CIA bem visivel como moro, outros com um chip de rastreamento implantado sob a pele, como huck. Todos se reconhecem pelo odor do fiofó ideológico e seu comportamento sócio-político os atrai mutuamente, como cães da mesma matilha. Nunca há rosnar de dentes entre eles.

  6. Vaidoso, incompetente, entreguista, papai de filhinho que não é chegado ao trabalho, metido com a maior corrupção do Brasil que foram as privatizações, professor universitário que não criou uma universidade federal, apropriador de planos alheios, debochado, cínico, hipócrita, autor que ninguém lê, traidor em geral, quebrou o Brasil 3 vezes, endividou o País, aumentou a carga tributária, hordas de famintos em cidades do Nordeste, estadista que comprou a reeleição e esquecido. Breve perfil do biruta de aeroporto esquecido h.c.

  7. Sr.Fernando.Se o ” PRÍNCIPE DOS SOCIÓLOGOS “É isso aí,O QUE DIZER DO REI !AO PROPOSITO,CONTAVA O SR. Valter Conceição,conterrâneo do Rio Negro, Quinto Distrito de Bagé,onde nasci,que lá pelos anos 60,o Major Jardim vereador do município,deu um tiros no Wilson Tavares,também vereador à época,e o Jorge Mansur,colega de ofício disparou escada abaixo,posto que a Câmara Municipal funcionava no andar superior da antiga Prefeitura de Bagé, e ao descer,já que era uma noite de chuva, enredou sua CAPA E NYLON na imagem de SÃO SEBASTIÃO,padroeiro da cidade,e que gritava,- ME LARGA,ISSO É COM O JARDIN E O WILSON,nada tenho que ver com isso !O FHC,me evoca essas lembranças !

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