O “esquenta” pré-Carnaval antecipa ano de conflitos

Enquanto a”lacrosfera”, com o seu terraplanismo cultural, discute a pintura indígena da moça do bloco, o mundo de verdade está girando com muito mais rapidez do que percebe a crônica política, econômica e social.

As relações entre o governo e o Legislativo, que nunca foram boas, estão completamente esgarçadas e está se desenhando um cenário de impasse para os únicos projetos econômicos em curso, as reformas tributária e na administração – leia-se servidores – pública. Sem base própria e sem articulação, o governo virou passageiro e não condutor do processo legislativo.

Nem sequer espaços de barganha tem, porque as emendas agora são de desembolso compulsório e o Planalto virou um “Forte Apache”.

Na economia, segue o rali cambial esta manhã, com o real devolvendo todos os centavos que as intervenções do Banco Central conseguira baixar na sua cotação e também a bolsa, a confirmar-se o mercado fortemente baixista nos EUA, no premarket, e nos pregões europeus e asiáticos. O dólar está se valorizando em relação a quase todas as moedas e o Euro está fraco como pouquíssimas vezes se viu.

O “agora vai” extinguiu-se e se os indicadores de atividade econômica ficarem no “zero a zero” já estarão como nos melhores sonhos do mercado.

Por fim, a greve dos petroleiros, que se sustentou e cresceu apesar do estrondoso silêncio da mídia, mostra que há sinais de uma retomada da mobilização contra a política privatizante (ou “desmantelante”) do Governo, ao ponto de hoje, em alguns jornais, os incorrigíveis antipetrobras virem com uma imaginária revolta da população com a “falta de combustíveis” igualmente imaginária.

Daqui a três dias, é Carnaval e a irreverência e ânimo populares vão para a rua sem as repressões que moralistas e politicamente corretos pretendem lhes impor.

E, depois da quarta-feira de cinzas, talvez não se vistam mais de fantasias.

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6 respostas

  1. É pra rir ou pra chorar desta “polêmica” envolvendo a fantasia de Alessandra Negrini? Coisa de alienado, ou de infiltrado.

  2. Infelizmente, a tal “lacrosfera” sobrevive também por conta de uma “esquerda” dita identitária e cirandeira, enquanto o desmanche do país e o caos social batem à porta.

    E para os “sonhadores” dessa lacrosfera que contam com uma revolução que se avizinha, algo difuso que milagrosamente levará ao paraíso, basta verem a besteira que fizeram em 2013; a revolução terminou em Bolsonaro.

    1. Essa sempre foi minha bronca contra a “esquerda” brasileira. Enquanto o golpe estava em pleno andamento, mas ainda com chances de ser detido, ela ficava ocupando todo o pouco espaço na mídia e nas redes sociais discutindo se gente branca tem direito de usar turbante.

      O identitarismo de confronto é uma isca da direita para dividir e enfraquecer a esquerda, que a nossa esquerda engoliu com anzol e tudo. Pautas identitárias são importantes e devem ser discutidas. Mas a seu tempo. Estamos no meio de um incêndio e hora de apagar o fogo, não de pensar na nova decoração.

      1. Excelente. À altura do seu ilustre “xará”, o José. Pergunto-me quando as esquerdas vão perceber o que se passa bem debaixo de seus olhos…

  3. Mas não se sabe quem é mais canalha com o país e os trabalhadores, por que a briga para ver quem ferra mais os pobres é feia……. tanto faz a proposta sldo congresso ou do governo, ambos são sabujos do rentismo podre e cada vez se arreganham e ficam de quatro

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