Números estaduais provam que epidemia segue crescendo. E muito

Repetidas vezes alertou-se para a insanidade de “flexibilizar” o já pequeno isolamento social que se impôs às cidades brasileiras, pelo risco – ou quase certeza – de que as infecções e mortes pelo novo coronavírus recrudesceria.

Não é preciso esperar mais para verificar que isso aconteceu e se soma à disparada no número de casos e de mortes nas áreas do Sul e do Centro-Oeste que, até poucas semanas, tinha um número baixo de casos, comparado a Rio, São Paulo e estados do Norte e do Nordeste.

O painel – pouco conhecido – do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde oferece as informações sobre o que ocorre. Vou reproduzir a situação atual e você pode atualizar no site.

Primeiro, o Sul:

Como você vê, a escala de crescimento na região chega perto de 50% consideradas as duas últimas semanas e não é preciso lembrar ao leitor e à leitora por onde começou o relaxamento das restrições de mobilidade.

O quadro é igual ou mais grave no Centro-Oeste, vejam:

Por uma questão de espaço, deixo de mostrar os casos no Nordeste, que, na maioria dos Estados, vinha m em redução e, agora, voltam a apresentar crescimento, tendência que deve se agravar adiante, pois ali foi mais tardio o relaxamento das medidas restritivas.

Opto por retratar a situação do Estado que, até agora, vinha sendo um “oásis” no Sudeste: Minas Gerais, segunda unidade da Federação mais populosa.

Lá, em um mês, os casos e as mortes de pessoas atingidas pelo vírus triplicou em um mês, mesmo com o Estado sendo o que menos testa no Brasil. Ainda assim, a realidade está se impondo sobre as subnotificações: a ocupação de leitos nos hospitais mineiros é recorde (905) e se aproxima de uma situação de colapso, mesmo com o todo o tempo de preparação que suas autoridades tiveram para preparar-se.

No Rio e em São Paulo, depois de uma estabilização ou até redução, nas duas primeiras semanas de junho, do número de casos e de mortes, tudo voltou a crescer na semana passada e os números desta semana indicam que não foi um acaso, mas uma tendência.

Portanto, não é “adivinhação” o fato de que a crise vai se agudizar e não estamos longe de passar a registrar 2 mil ou até mais mortes por dia.

E, por conseguinte, de termos de voltar atrás – e desta vez em pânico – da revogação das medidas de relaxamento – em ambos os sentidos que a palavra tem – com a saúde pública.

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