Mas Cristina Kirchner não havia morrido? Como é que venceu as eleições com Scioli?

scioli

Quase nada saiu na imprensa brasileira sobre as eleições presidenciais argentinas.

A impressão do leitor médio dos nossos jornais era a de que Cristina Kirchner, além dos problemas de saúde, teria problemas econômicos e políticos tão grandes que mal seria, a esta altura, um molambo eleitoral.

As pesquisas chegaram a dar-lhe, nos primeiros meses do ano, mais de 65% de reprovação.

E não é que o peronismo de Kirchner ganhou as eleições primárias na Argentina?

O candidato Daniel Scioli vai fechando as apurações (no momento em que escrevo, 85% dos votos apurados), com 7% dos votos de vantagem (37,78%) sobre o candidato da direita, Maurício Macri, (30,69%) e uma vantagem de 10% deste para o terceiro colocado, o dissidente peronista e líder de uma confusa frente com democratas cristãos, Sergio Massa, que ficou com surpreendentes 20,53%.

Os números finais devem ficar praticamente nisso, talvez com uma pequena elevação da diferença favorável a Scioli, por a apuração estar mais atrasada nas seções da província de Buenos Aires onde, ao contrário do que ocorre na capital propriamente dita, o peronismo é muito forte.

São eleições primárias, onde se definem as chapas – ou fórmulas, como chamam nossos irmãos portenhos – que disputarão as eleições propriamente ditas, onde  vence aquele que alcançar 45% dos votos ou mais de 40%, se abrir ao menos 10% de frente sobre o segundo colocado.

Não resolvida a disputa, segundo turno, como aqui.

O resultado foi claramente decepcionante para Macri, que o pressentiu e começou a falar em “fraude” ainda durante a votação e, logo depois, em “voto útil”.

O quadro, hoje, é de uma disputa final entre Scioli e Macri, mas os 20% alcançados por Massa superaram o que lhe previam as pesquisas e o transformam numa força real nas eleições.

A eleição argentina caminha para ter um final apertado, como a brasileira, ano passado.

E ninguém se assuste que a imprensa argentina, tão cheia de ódio aos Kirchner quanto a nossa ao PT (embora lá, com razões para tê-lo), vá desfechar campanhas de denúncias nos últimos meses, como já fez no caso do promotor encontrado morto e de um suposto envolvimento em tráfico de funcionários da Casa Rosada.

No es lo mismo, pero es igual.

 

 

 

 

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14 respostas

  1. Avante Daniel Scioli, derrote o PIG argentino novamente, continue aperfeiçoando a Ley de Medios e coloque o Clarin na lona.

    A Dilma, por aqui, deveria é cortar a Bolsa PIG e fazer uma nova redistribuição das verbas publicitárias, pulverizando a mesma entre os meios de comunicação de todo o país, desde que promovam e divulguem a diversidade ideológica e cultural do Brasil.

    E cadeia para a mafiosa famiglia Marinho.

    1. Peço encarecidamente que membros do PT e do governo, que vá ate Argentina e conversar com a Cristina Kirchnere pedir a receita como se recuperar do golpe das elites.

  2. No es lo mismo, pero es igual.

    Mídia Argentina = Globo;
    Cristina Kirchner = Lula;
    Daniel Scioli = Dilma;
    Maurício Macri = Aécio;
    Sérgio Massa = Marina Silva

  3. O dado mais importante disso tudo,e que a imprensa vai calar nos próximos meses,é a taxa de desaprovação que publicavam,de 69% para Cristina.Não é muito diferente,da de DILMA.Dado importante,talvez o mais.

  4. Aproveitando o tema do assunto, ontem o Jornal da Band fez aquele clichê barato e golpista de fazer joguinho de imagens e sequências tendenciosa de reporcagens. Começaram a falar da inauguração de um trecho de ciclovias em baixo do minhocão na capital paulista, mostraram meia dúzia de bicicleta contrastando com a imensidão de veículos “Tipo, olha, uma obra de 7 milhões para beneficiar meia dúzia de ciclista enquanto o trânsito está um caos”. Mostraram obviamente o prefeito Haddad sempre se justificando da importância da obra (haja paciência, eu teria mandado todos a pqp a muito tempo), acaba a reporcagem e volta ao âncora, sempre e todo sempre, com a cara fechada, sério, pois essa é a expressão clichê para governos do PT. Na reportagem seguinte a cidade de Porto Alegre, o exemplo, a prefeitura fazendo faixa preferencial para PEDESTRE, isso mesmo. Entrevistaram alguns cidadãos de bem, mostraram a importância da obra, e quando acaba a reporcagem, volta o âncora sorrindo, como ocorria no governo FHC, além dos ancoras, os jornalistas sempre estavam sorrindo em volta do camarada. Porque? O prefeito José Fortunati, agora amiguinho da Rádio Bandeirantes de POA, está se licenciando do PDT.

  5. Como tu é ruim de matemática heim…
    100- 65% = 35%
    Portanto, ao obter 37,7%, o candidato teve 2,7% a mais de votos

    1. Havendo segundo turno, o candidato da oposição deve absorver todos os votos anti-cristina e somar:30+20 = 50% dos votos.
      Se for o de direita, deve perder alguns votos para o peroismo, mas se for o dissidente, ele vai fácil acima dos 50% dos votos.
      Isso que nem começou ainda a campanha ne… a tendência é a coisa piorar para o lado da pseudo-ditadora peronista. (lembrando que Peron era também um ditador, assassíno, fascista, apoiador de Hitler sem culhões de entrar para o eixo, enfim o cara era TÃO MALÉFICO que virou O PADRÃO latino-americano para se estudar POPULISMO.

  6. Fica esperando….O candidato do Governo Kitchner é favorito.
    Vi algumas noticias da eleição ,Brito vc acha q se acusarem os marinhos e civitas de associação ou trabalharem para a cia esta suposta acusação teria chance de ser verdadeira e haverem provas ?

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