Lava Jato festejou prisão de Lula “como se fosse Natal”, diz Greenwald

Embrulhar o estômago assistindo o Segunda Chamada com Glenn Greenwald – e explico adiante a razão – valeu a pena por uma informação que será bombástica quando vierem a tona seus detalhes.

Glenn diz que, no dia em que o Supremo Tribunal Federal – com o covarde “não penso assim, mas sigo o colegiado” de Rosa Weber – decidiu que Lula poderia ser preso antes do trânsito em julgado de sua condenação, tal como está na Constituição e no Código de Processo Penal, a Força Tarefa “festejou o dia inteiro, como se fosse Natal”.

Dá para imaginar os esparramos verbais e impropérios que devem estar registrados, tal como uma torcida de futebol festeja um gol irregular, mas validado.

Aguardemos para ver como explicarão  com o “não me lembro, mas o diálogo pode ter sido fraudado”.

O ponto do vídeo, que não pude editar, está aqui, para quem não quiser ver tudo e sentir vergonha do papel a que se prestam jornalistas brasileiros.

Vera Magalhães, principalmente, e Mara Luquet (aquela que deixou o lugar de comentarista de economia da Globonews para ser garota-propaganda do Bradesco), deram uma lição do que é fazer um pastiche de jornalismo a favor de Moro.

Primeiro, repetindo o discurso oficial de que fonte mantida em sigilo – como é nosso dever profissional – não merece credibilidade, mesmo checadas as informações.

Depois, acusando Greenwald de “parcialidade” por “focar no caso Lula”.

Senhoras, jornalismo é saber focar no que tem mais importância jornalística e até o contínuo do jornal sabe que o caso Lula é o de maior repercussão, aqui e no mundo…

Gleen provou que outros assuntos foram levantados – como os “melindres de FHC” –  mas desmontou as duas com uma resposta que certamente elas não gostaram de ouvir. É que, nos grupos internos e nos diálogos com Moro, Lula é assunto que é tratado “muito mais do que todos os outros juntos”.

E vergonhoso e – ainda bem – acabou sendo, para os que comentam o vídeo no Youtube, o fato de relevo do programa.

Mais importante ainda que a impressionante segurança do editor do The Intercept, demonstrando o quanto ainda está por vir.

O vídeo, na íntegra. A “festa de Natal” está aos 48’48’.

O trecho, que encontrei cortado no Twitter, via DCM:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

42 respostas

  1. Caro Fernando Brito,

    O link para o trecho do vídeo não está funcionando. Mais uma vez alerto para o fato de este e outros blogs que se dizem “progressistas” ou “de esquerda” estão aceitando ser pautados pelo Intercept, esse portal gringo financiado pelo bilionário franco-estadunidense Pierre Omidyar, parceiro do Deep State estadunidense. Já republiquei em comentário postado nesta caixa de comentários, um artigo de Glenn Greenwald, escrito em 2005, no qual ele se mostra um falcão anti-socialista e defensor do governo Bush Filho e do Deep State estadunidense, esculhambando os governos de esquerda latino-americanos. Importante dizer que duas das três fontes do Intercept foram entregues ao FBI, além do destino que está tendo Julian Assange, do Wikileaks. Por que a difertença de tratamento entre Greenwald e Assange? Porque Gleen e seu marido brasileiro viajam aos EEUU, a qualquer hora, sem ser incomodados e Assange ficou trancado na embaixada do Equador em Londres, por 5 anos, sendo agora deportado para os EUA, onde deve ser torturado, preso de forma perpétua ou assassinado? Desde quando um jornalista estadunidense pode ser considerado como a referência para uma esquerda brasileira supostamente progressista e nacionalista?

    Enfim: não se deixe levar por essa onda, Brito.

      1. Se não possui argumento, fique calada. Se que continuar no auto-engano, problema seu. Mas não tente desqualificar o autor da crítica ; concentre-se na argumentação lógica e mostre que estou errado.

        1. nossa!!! que macho valente
          me mandando calar a boca?

          vc. só prova que é um babaca

          1° – pra vir “aconselhar” o Brito – como coisa que vc. tem essa capacitação

          2° – pra vir com esse discurso ridiculo, discurso que qualquer bolsonarista repetiria com gosto e convicção

          antes de ficar nesse mimimi contra o glenn
          assita esse vídeo
          https://www.youtube.com/watch?v=kPCd0rMYxjg&list=PLyq1zhr5-rwxELo1BzT5Lv2j5uK8vhtF1&index=114&t=0s

        2. nossa!!! que macho valente
          me mandando calar a boca?

          vc. só prova que é um babaca

          1° – pra vir “aconselhar” o Brito – como coisa que vc. tem essa capacitação

          2° – pra vir com esse discurso ridiculo, discurso que qualquer bolsonarista repetiria com gosto e convicção

          antes de ficar nesse mimimi contra o glenn
          assita esse vídeo
          https://www.youtube.com/watch?v=kPCd0rMYxjg&list=PLyq1zhr5-rwxELo1BzT5Lv2j5uK8vhtF1&index=114&t=0s

          1. Não insista na grosseria. Se você me acusa de algo, a mim atribuindo adjetivação ofensiva, mas sem apresentar argumentos, é por que não os tem. Não lhe dei mandamento ou ordem; apenas pedi para não usar ofensas e grosserias, mas argumentos. Os adjetivos ofensivos que você usa contra mim parecem se ajustar mais a você.

          2. deixa de ser babaca

            assista o video e pare com esse mimi sem fim

            deve ser fácil repetir a 1° bobagem que le ou escuta sem nenhum filtro ou poderação, né mesmo?

          3. detona a fascistada, rita! mas, quando tiver um tempinho, me manda aquele link para o discurso de posse da honesta senadora dilma que eu pedi!

          4. taca-lhe pau nestes fascistas, ritinha! esse parece até aqueles imbecis que acusaram o grande intelectual DIÓGENES JÚNIOR de plagiar um texto, ou os que diziam que o rosário abençoado pelo papa era fake news…

      2. Vamos parar com a carolice. A abordagem que o João faz é correta e apoiada em documento publicado. Pode ser até que o Glen, em função de sua situação familiar atual tenha mudado alguns conceitos, mas, há todo um caminho anterior, apontando para o que o João alerta, com muito bom senso. Portanto, utilizemos o que o Glen nos traz, sem embarcarmos, como crianças, em algo que pode simplesmente estar atendendo um anseio da esquerda brasileira e dos progressistas deste país, mas, com foco em algo além da curva, podendo ser isto até o fechamento do regime do canalha Bozo e o derramamento de sangue, os trinta mil aqueles que fascista sonhava, para efetuar a entrega definitiva do país e a implantação de um enclave gringo em território brasileiro, do qual nunca mais nos livraremos, a não ser que aquela nação do terror seja varrida da face do mundo, para o bem da humanidade. Glen não é um novo tipo de pastor neopentecostal, disputando a santidade com Jesus. É um jornalista gringo, que pode trazer um grande benefício ao Brasil neste momento. Por outro lado, não existe almoço grátis. Já fui censurado por ti, ontem, ao comentar de modo semelhante ao que o João expôs agora e silenciei. Não se pode agir como cão de guarda de uma ideia, de uma postura, fechando os olhos para a realidade, sobretudo, sendo esta eivada de fatos e indícios.

    1. Concordo com este comentário. Mas, não sei porque, quando falo disso aqui sou censurado e não publicam. Não esperava isso do Brito…

    2. O Intercept não é apenas Glenn. Alguns dos seus pontos são importantes, como o de fontes queimadas , porém elas foram feitas por outros jornalistas do Intercept. Não sei desse artigo de 2005 que você fala, então não comentarei, mas desde as revelações de Snowden, Glenn é malquisto pelo establishment dos EUA, e hoje é persona non grata nas principais redes de notícias nos EUA por ser um dos maiores críticos do “Russiagate”, que é a baboseira que o partido Democrata inventou dizendo que a Rússia interferiu nas eleições a favor de Trump, para desviar o foco de que eles fizeram uma das piores campanhas presidenciais da história, com uma das piores candidatas que podiam lançar. Não é necessário concordar com Glenn em tudo ou endeusar ele, mas ele fez um trabalho que nenhum outro jornalista brasileiro de renome iria fazer. O que os sites estão fazendo é apenas republicar o trabalho do Intercept. Se a Globo, a Record ou a Veja tivesse feito o mesmo trabalho do Glenn, eles teriam que ser republicados. Mas spoiler, eles nunca o fariam.

      1. Eu republiquei o artigo dele na caixa de comentários de um artigo do FB em que o editor deste Tijolaço comenta sobre a “tranquilidade dos jornalistas profissionais”, se referindo a Glennn Greenwald. Como o artigo é recente, numa busca rápida você poderá encontrá-lo. Leia e tire suas conclusões.

      2. O Glenn é um Pulitzer. Isso vale como atestado de idoneidade e honestidade jornalística.
        Assim como Carl Bernstein e Bob Woodward, que detonaram o Nixon.

    3. Nada de errado ter um pé atrás com Glenn Greenwald dada as suas ligações e posicionamentos no passado, mas o que você sugere que Fernando Brito e os outros façam então? Ignorar a Vaza Jato e atacar o Glenn? Isso a bolha bolsonarista ja tem feito bastante, não acho que precisem de uma ajuda do lado de cá.

      1. Não, eu não sugiro ignorar as publicações do Intercept, mas sim adotar postura mais crítica em relação a elas, que podem não ser o que tentam mostrar. Prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Que tal analisar avaliar a postura do Intercept, os editores do portal e colaboradores em relação à ORCRIM Fraude Jato desde que ela entrou oficialmente em operação? Trabalhos e análises anteriores de Glenn Greenwald, assim como quem banca o veículo em que ele trabalha há cerca de 5 anos (e com quais interesses) podem dar pistas valiosas a jornalistas e militantes das causas democráticas e progressistas.

    4. Respeito sua opinião. Porém acredito que, nesse caso, Snowden também teria livre trânsito nos EUA mas, ao contrário, ele é considerado traidor. Vamos ver até aonde isso tudo vai levar. Se não houver uma transformação radical do que acontece aqui desde o golpe de 2016, aí sim, toda essa reportagem não terá adiantado em nada. E se não for incômodo, publique novamente o link para este artigo do Greenwald de 2005. Afinal, estamos todos no mesmo barco a pique.

      1. Fernando Caneiro,

        O artigo é este:
        ________________
        FRIDAY, NOVEMBER 04, 2005
        The reality of Latin American reaction to Bush
        George Bush is here in Latin America this week, visiting Brazil and Argentina, and the standard reports of the American media are trying to depict a handful of isolated, juvenile socialist-organized “demonstrations” as some sort of sweeping, popular mass protest against Bush’s visit, thereby suggesting, yet again, that the Administration’s policies are flawed because people in other countries dislike Bush. As usual, the truth is vastly different than what the U.S. media is reporting (see UPDATE below) .

        It is true that in this region (as is true for the U.S.), there remains a small, fervent band of left-wing fanatics with crazed enthusiasm for the worn-out, socialist/collectivist policies which have condemned millions upon millions of people throughout Latin America to poverty unimaginable to even the poorest Americans. These putative “mass demonstrations” in Argentina and Brazil are, in reality, nothing more than a few isolated spray-painting incidents of trite pacifist slogans in Brasilia, and a Cindy Sheehan-like “rally” of hard-core Socialists in Argentina led by an obese, Castro-idolozing, retired soccer player who found time away from his decade-old cocaine addiction to show up wearing an oh-so-clever t-shirt showing Bush’s name spelled with a swastika.

        Hardly the stuff of mass demonstrations and popular anti-Bush uprisings, New York Times reports and breathless television correspondents notwithstanding.

        In some countries, most notably Venezuela, this vintage left-wing, anti-American fervor is not small, but is predominant, which is what has led that country to be under the repressive thumb of Fidel Castro-copy Hugo Chavez, whose primary interest in attending this Latin American regional summit seems to be to lure Bush and the U.S. into some sort of game of childish taunts rather than doing something constructive to aid his impoverished, unstable country.

        Unsurprisingly, the attention-craving Chavez’s principal ally in these escapades seems to be the American reporters and correspondents reporting on Bush’s trip. They instinctively regurgitate stories of supposedly widespread anti-Bush sentiment based upon nothing but a handful of socialist stragglers defacing public property with anti-war cliches and jobless Latin American hippies gathering for some music, celebrity-gazing and chants. The American media is accustomed to misleadingly translating such isolated 1left-wing antics as some sort of symbol of widespread public opinion, and they have obviously packed their reportorial laziness in their suitcases with them as they travel with Bush to Latin America.

        As is true in U.S., the Latin American socialist agitators who have captured the attention and affection of the American media are as substance-less as they are inconsequential. They are lovers of Fidel Castro. The insist that the source of their severe economic woes is not their collectivist policies or national character, of course, but the evil economic policies of the U.S. At the same time, of course, they are furious that the evil U.S. is not providing them with greater economic aid.

        During Hurricane Katrina, newspapers in Brazil were filled with left-wing Op-Ed columnists and letters proclaiming, with a straight face, that Katrina happened because Bush did not sign the Kyoto Treaty and, as a result, Americans were getting what they deserved. That is the intellectual and moral level of this small crowd.

        There is no denying the fact that much of the world is opposed to the war in Iraq, and Latin America is no exception. That is hardly a surprise. Whatever one thinks of the Iraq war, it is always the case that threats to the national security of one country are going to be taken far more seriously by the people of that country, and far less seriously by the people in other countries.

        The September 11 attacks did not take place in Sao Paolo and Al Qaeda is not declaring war on Peruvians. It is therefore perfectly understandable, but equally irrelevant, that Latin Americans do not perceive the need to change the Middle East as being as critical and urgent as Americans perceive that need to be. It should be axiomatic that the risks posed to American national security will best be understood and appreciated by Americans, not by those in other countries.

        And yet, the American media refuses to understand what American citizens understand quite well: particularly as to matters of American national security, the fact that people in other countries are opposed to what we are doing does not mean that what we are doing is misguided or wrong. That seems like a simple concept to grasp, and yet a central argument of the American media, vividly re-appearing with Bush’s Latin American trip, is that the “people in other countries dislike Bush, therefore he is a bad President.”

        The overwhelming majority of people here in Brazil, and throughout Latin America, are not spray-painting walls or leaving their jobs and children to attend anti-Bush rallies. Only a tiny number of Che Guevera worshippers are doing that. But none of that will stop the American media from depicting reality here much differently, because large-scale anti-Bush rallies are exciting, fun and consistent with their ideology.

        UPDATE Buried in this morning’s New York Times account of the “demonstration” — submerged underneath the initial, typical paragraphs depicting this depraved demonstration as proof that “Bush’s troubles trailed him to an international summit meeting here” — is this passage, which really tells you all you need to know about the protesters and the sentiments motivating them:

        As Mr. Chávez spoke, he was interrupted by chants from the crowd mocking Mr. Bush. Every mention of Fidel Castro, in contrast, was cheered, as were frequent references by Mr. Chávez to his desire to unite all of Latin America in a new wave of socialism.
        . . . .
        The thousands of protesters carried banners calling Mr. Bush a “fascist,” “child-killer” or “genocidal beast,” some with the “s” in his named replaced by a dollar sign or a swastika.

        Fidel Castro has been one of the world’s most repressive, spirt-slaughtering dictators for the last 40 years. Is it really a sign of “trouble” for Bush if a crowd which worships Castro protests against him? Only in the eyes of lazy, mindless reporters would this affirmatively pro-Castro crowd and its behavior be seen as something meaningful, credible and noble.

        UPDATE II: Photographs of the demonstration speak volumes about what really went on there and about the truly odious nature and authoritarian viewpoints of the “protesters.”
        posted by Glenn Greenwald | 11:57 AM________________

        O link para o original é: http://glenngreenwald.blogspot.com/2005/11/reality-of-latin-american-reaction-to.html
        _____________________________________________________________________________________________

        Apresentei primeiro o texto original e o link para ele porque considero importante ir direto à fonte, ainda mais tendo em conta que as traduções podem conter erros ou o tradutor interpretar de forma tendenciosa o que foi escrito pelo autor.
        _____________________________________________________________________________________________

        Uma tradução do artigo é esta:

        Texto de Glenn Greenwald, editor do Intercept, publicado no seu blog em novembro de 2005, durante a visita do então presidente dos EUA George W. Bush à America Latina, que incluiu o Brasil, revela o que ele realmente pensa da Esquerda na América Latina, seus líderes e militantes.

        The reality of Latin American reaction to Bush
        por Glenn Greenwald – Friday, November 04, 2005
        Texto original no blog do Sr.Greenwald (em Inglês)
        -> http://glenngreenwald.blogspot.com.br/2005/11/reality-of-latin-american-reaction-to.html

        Tradução:
        A verdade sobre a visita de Bush a América Latina
        por Glenn Greenwald – Sexta-feira, 04 de novembro de 2005

        George Bush está na América Latina nesta semana, visitando o Brasil e a Argentina, e a maioria das reportagens na mídia americana estão tentando retratar um pequeno número de “protestos” isolados, organizadas por socialistas infantis, como uma espécie de grande protesto popular contra a visita de Bush, sugerindo, mais uma vez, que as políticas da Administração dele são falhas, porque as pessoas em outros países não gostam do Bush.
        Como de costume, a realidade é bastante diferente do que a mídia dos EUA está reportando. .

        É verdade que nesta região (como também nos EUA), ainda existe um pequeno e fervoroso grupo de fanáticos de esquerda que têm uma paixão louca pelas desgastadas políticas socialistas/coletivistas que condenaram milhões e milhões de pessoas na América Latina à pobreza, pobreza inimaginável até mesmo para os americanos mais pobres.
        Essas tais “manifestações de massa” na Argentina e no Brasil são na realidade nada mais do que alguns incidentes isolados de grafitagem de slogans pacifistas banais em Brasília, e um “rali”, semelhante ao da Cindy Sheehan, de socialistas do núcleo duro na Argentina, liderados por um jogador de futebol gordo e aposentado, venerador do Castro, que encontrou tempo suficiente longe de seu vício de cocaína de dezenas de anos, para aparecer usando uma camiseta tão inteligente com o nome de Bush em cima de uma suástica.

        Um quadro bastante diferente das demonstrações de massa e revolta popular anti-Bush, descritos pelo New York Times e inúmeros repórters de televisão.
        Em alguns países, especialmente na Venezuela, essa mania antiquada anti-americana da Esquerda não é pequena, mas predominante, e é o que levou esse país a estar sob o polegar do repressivo do Hugo Chavez, uma cópia do Fidel Castro, cujo principal objetivo ao participar da cúpula regional Latino-Americana, parece ser atrair Bush e os EUA para uma espécie de jogo de insultos infantis, ao invés de estar fazendo algo construtivo para ajudar o seu empobrecido e instável país.

        Não é surpresa que o principal aliado de Chávez, que ama atenção, nesses joguinhos, parecem ser os jornalistas e correspondentes americanos que estão reportando a viagem de Bush. Eles instintivamente regurgitam histórias desse suposto enorme sentimento anti-Bush, baseados simplesmente num punhado de socialistas lerdos, que destróem a propriedade pública com clichês anti-guerra e hippies latino-americanos desempregados, reunidos prá cantar uma música, curtir uma celebridades e entoar uns cantos.
        A mídia americana está acostumada a traduzir esses incidentes isolados de forma equivocada, como se fossem uma representação da opinião pública maior, na viagem com Bush pela América Latina, eles obviamente carregaram na mala a sua preguiça jornalística.

        É a mesma verdade nos EUA, os agitadores socialistas Latino-Americanos, que captaram a atenção e o carinho dos meios de comunicação americanos, são tão sem substância quanto são inconsequentes. São amantes de Fidel Castro. Eles insistem que a raiz de seus graves problemas econômicos não são suas políticas coletivistas ou de caráter nacionalista, é claro, mas as políticas econômicas malignas dos EUA. Ao mesmo tempo, é claro, que ficam furiosos porque o malvado dos EUA não lhes está fornecemdo uma maior ajuda econômica.

        Durante o furacão Katrina, os jornais no Brasil foram preenchidos por artigos de colunistas da esquerda e cartas proclamando com a maior seriedade, que Katrina aconteceu porque Bush não assinou o Tratado de Quioto e, como resultado, os americanos estavam recebendo o que mereciam. Esse é o nível intelectual e moral desse pequeno grupo.
        Não há como negar o fato que grande parte do mundo se opõe à guerra no Iraque e a América Latina não é exceção. Isso não é uma surpresa. Seja qual for a opinião sobre a guerra no Iraque, é sempre o caso que as ameaças à segurança nacional de um país só são levadas à sério pelas pessoas daquele próprio país, e são levadas menos a sério pelas pessoas de outros países.

        Os ataques de 11 de setembro não ocorreram em São Paulo e a Al Qaeda não está declarando guerra aos peruanos. Portanto, é perfeitamente compreensível, mas igualmente irrelevante, que os latino-americanos não percebam como é fundamental e urgente a necessidade de mudar o Oriente Médio, da mesma forma que os americanos percebem que isso precisa acontecer..
        Deveria ser óbvio que os riscos colocados à segurança nacional americana serão melhor compreendidos e apreciados pelos americanos e não por aqueles em outros países.

        E no entanto, a mídia americana se recusa a entender o que os cidadãos americanos entendem perfeitamente bem: especialmente quanto à questões de segurança nacional americana: o fato das pessoas em outros países se oporem ao que estamos fazendo, não significa que o quê estamos fazendo é equivocado ou errado.
        Isso parece ser uma idéia simples de entender, mas mesmo assim o argumento central da mídia americana, bastante refletido na viagem latino-americana de Bush, é que “as pessoas em outros países não gostam de Bush, portanto ele é um presidente ruim”.

        A grande maioria das pessoas aqui no Brasil, e em toda a América Latina, não estão grafitando muros, ou abandonando os seus empregos e filhos para ir participar de uma manifestação anti-Bush. Apenas um pequeno número de adoradores do Che Guevara estão fazendo isso. Mas nada disso impedirá a mídia americana de descrever a realidade aqui de forma muito diferente, porque os comícios anti-Bush em larga escala são excitantes, divertidos e consistentes com sua ideologia.

        UPDATE: Enterrado no relato do “protesto” do New York Times nesta manhã, submerso embaixo dos parágrafos iniciais e típicos que descrevem este protesto depravado como prova de que “os problemas de Bush o perseguiram até uma reunião cumbre internacional aqui” – é essa passagem, que realmente diz tudo o que você precisa saber sobre os manifestantes e os sentimentos que os motivam:
        Como o Sr. Chávez falou, ele foi interrompido por cânticos da multidão zombando de Bush. Todas as menções de Fidel Castro, em contraste, foram animadas, assim como referências frequentes do Sr. Chávez ao desejo de unir toda a América Latina em uma nova onda de socialismo. . . . .
        Os milhares de manifestantes levaram bandeiras chamando o Sr. Bush de “fascista”, “assassino infantil” ou “besta genocida”, alguns com os “s” em seu nome substituídos por um sinal de dólar ou uma suástica.

        Fidel Castro foi um dos ditadores mais repressivos e assassinos do mundo nos últimos 40 anos. Será que é realmente um “problema” para Bush ter uma multidão que adora Castro estar protestando contra ele? Somente nos olhos de repórteres preguiçosos e estúpdos, essa multidão afirmativamente pró-Castro e seu comportamento seriam vistos como algo significativo, com credibilidade e nobre.

        UPDATE II: As fotografias da manifestação dizem muito sobre o quê realmente aconteceu e sobre a verdadeira natureza odiosa e os pontos de vista autoritários desses “manifestantes”.

        publicado por Glenn Greenwald | 11:57 Sexta-feira, 04 de novembro de 2005

        ________________________________________________________________________________

        A tradução foi publicada em https://greenwaldamericalatina.blogspot.com/

    5. Ninguém é tonto para não acreditar no intercept, continue com a sua verdade, que te contaram antes, nós somos muito gratos ao glenn por trazer a pós verdade.

      1. Não existe verdade absoluta, bem sabemos. Cada pessoa acredita no que quer; muitas continuam acreditando em coisas que não se podem provar ou, mais absurdo, que se provaram (por método científico) falsas. Em nenhum momento afirmei que as publicações do Intercept são falsas ou mentirosas ou que não devam ser lidas e analisadas. O que recomento é cautela e postura crítica, antes de dar crédito e assinar embaixo de tudo que é publicado lá. É bom desconfiar daqueles que “mudam radicalmente de lado”, pois não é comum as pessoas abrirem mão princípios, valores e adotar discurso e práticas totalmente opostos àqueles que costumava exteriorizar já na fase adulta da existência. Os camaleões mudam de cor conforme a situação; os traidores mudam de discurso e posição de acordo como o momento e os interesses particulares. Por fim pesquise qual o conceito de pós-verdade e verá que você mesma cometeu um ato falho.

    6. Assange hackeou sistemas, foi acusado por isso. Além do crime de estupro na Europa. Muito provavelmente ele não vai ser extraditado para os EUA (a audiência será em 2020), mas para a Suécia, talvez antes. Glenn apenas publicou o material de Snowden, que se esconde na Russia. Agora, se tu vai começar a fazer teoria da conspiração, então vai procurar a tua turma, que é a turma de Olavo de Carvalho e seus terraplanistas!

      1. Análise lógica de sentenças.

        1ª sentença: “Assange hackeou sistemas.”
        Análise lógico-fática: até hoje não foi produzida prova de que tal sentença é verdadeira; logo ela pode, e deve, ser classificada apenas como possibilidade ou especulação.
        2ª sentença: (Assange) “foi acusado por isso” (hackear sistemas).
        Análise lógico-fática: esta 2ª sentença já não considera como verdadeira a 1ª, atribuindo a esta apenas o statu de acusação. E, claro, acusação não é prova, antes exige que se produza uma prova, para que possa ser considerada verdadeira.
        3ª sentença: (Assange) (foi acusado também) “Além do crime de estupro.”
        Análise lógico-fática: esta 3ª sentença apresenta os mesmos vícios da 2ª.
        4ª sentença: “Muito provavelmente ele (Assange) não vai ser extraditado para os EUA (a audiência será em 2020), mas para a Suécia, talvez antes.”
        Análise lógico-fática: esta 4ª sentença é meramente especulativa, opinativa, podendo figurar apenas no campo das possibilidades.
        5ª sentença: “Glenn apenas publicou o material de Snowden;”
        Análise lógico-fática: esta 5ª sentença é falsa porque o jornalista Gleen Greenwald não publicou o material bruto que recebeu de Eduard Snowden, mas sim o que convinha a ele, Gleen, e ao editor do portal Intercept. Triagem e seleção do que vai ser publicado e do que permanecerá nas gavetas e nos arquivos digitais é decisão editorial sujeita a interesses e subjetividades.
        6ª sentença: (Snowden) “que se esconde na Rússia”
        Análise lógico-fática: Alguém cuja localização se conhece não pode estar escondido. É fato público que Eduard Snowden pediu e obteve asilo político na Rússia, país em que se encontra desde 2013. Não é logicamente verdadeiro afirmar que um asilado político seja uma pessoa escondida. Portanto a 6ª sentença é falsa.

        Já a 7ª, 8ª, 9ª e 10ª sentenças são ofensas e argumentos ad hominem que o o missivista usa contra mim. Esse tipo de argumento é usado por aqueles que não conseguem na realidade fática e na argumentação lógica elementos pra rebater ou refutar os argumentos do oponente.

    7. João, respeito sua opinião, assim como no embasamento teorizado pelo grande jornalista internacional, Pepe Escobar, a respeito do papel do The Intercept e o bilionário por trás do mesmo.

      Só não consigo enxergar, nesse esboço, qual o sentido que faria em Glenn ser útil ao Deep State numa tal estratégia de “dominação em pleno espectro” (como disse certa vez, o Pepe), sendo ele o jornalista quem deu publicidade à uma parte do conteúdo revelado por Snowden, a respeito dos grampos e outros tipos de espionagem americanas a chefes de estado e negócios de outros países.

      Pode-se até discutir uma suposta “privatização” do conteúdo, com o risco de não haver o comprometimento da revelação de tudo (o que, aliás, não tem como sabermos ainda).

      Agora, especular sobre um trabalho jornalístico e os interesses do jornalista, apenas porque ele fez o óbvio, que foi buscar “proteção” contra uma possível prisão arbitrária (conhecendo nosso sistema judicial e nossa polícia federal, bem como a quem se subordinam) através de parcerias com outros grupos de mídia, não consigo achar plausível.

      Sobre as posições políticas dele, meu caro, dão a entender que se encaixam naquele perfil de “progressista dos Democratas”. Que até deseja Lula Livre, mas não respeita a eleição de Maduro.

      E nesse ponto, até aonde sei, não é nenhuma novidade, até pela postura de algumas figuras de esquerda no nosso país.

    8. Adoro essa gente que gosta de dizer o que é ou não de esquerda, o que é ou não progressista, quem pauta quem e o que como se estivesse do alto do Pulpito ou sentado no centro de um Tribunal. Se isso já era lamentável em outros tempos de partidões e partidinhos, hoje em tempos de “redes sociais” é simplesmente ridículo, beira a esquizofrenia. Você pode gostar ou fazer crítica desse ou daquele, o que é perfeitamente legítimo, mas o único blog autodenominado progressista e de esquerda que se coloca nessa posição ridícula é o Duplo Expresso, verdadeira realização concreta da comédia escrita por Umberto Eco em seu genial Número Zero. Mesmo levando em consideração a situação de desespero político e de dificuldades dos partidos de esquerda para “operar” nessas “redes sociais” realmente é preocupante que surjam anomalias no nosso campo democrático, popular e de esquerda como esse Duplo Expresso, a que denomino loucosfera, outros preferem a palavra mitomania para descrever essa espécie de trastorno psicológico que consiste en mentir de manera compulsiva e patológica, de modo a falsear a realidade para fazê-la caber na imagem distorcida do real e de si mesmo. Que tempos difíceis vivemos.

  2. Duas pseudo jornalistas a serviço do mercado financeiro. Isdo já é de longa data. Promiscuidade imensa nesse duplo papel, envolvendo benesses diversas pagas pelos bancos e assets. Vergonha da profissão.

    1. O Chapolin Colorado estava assistindo a entrevista e disse:
      “AI, QUE BURRAS,….. DÁ NOTA ZERO PRA ELAS”.

      1. Isto se repete em quase todas as conversas entre progressistas e coxinhas. Falam duas línguas diferentes, porque os últimos não estão no mesmo nível dos primeiros, mas pensam que estão. Suas fontes são, exclusivamente, a mídia que fez parte da grande mentira do começo ao fim, e suas ramificações radicais nas redes sociais. Olavo de Carvalho e outros propagandistas como Pondé, fizeram um excelente trabalho de lavagem cerebral, com o objetivo de empoderar os ignorantes de todas as classes e origens, para que falem de igual para igual e orgulhosamente, com quem sobre os acontecimentos políticos sabe mil vezes mais do que eles.

  3. Glenn enfrento a CIA, a NSA, e todo aparato de repressaão dos EUA
    esse cara vai se intimadar com as luketes da vida?

    1. Segue uma listinha de quem enfrentou o sistema pesquise como acabaram: Lula, Dominic Strauss Khan, Rafael Correa, Gandhi, JFK(foi mexer com o FED se lascou), Julian Assange. Tem muito mais. Eles não acabaram bem.

  4. Nos últimos anos eu tenho evitado esse tipo de material, porque não tenho mais idade e sangue frio pra isso. Seria masoquismo. Mas faço questão de ir lá deixar meu comentário. Eu só queria é que toda essa escória ficasse marcada para sempre, como inimigos da democracia neste país. Porque um dia esta há de voltar.

  5. Glen Greenwald ao contrário do que alguns pensam não participou do vazamento capitaneado por Assange e que tinha como fonte Chelsea Manning ,soldado lotado no Irake e com acesso a informações restritas.
    The Washington Post e o The Guardian inglés ,juntamente com Greenwald participaram sim dos vazamentos gerados pelo Snowden e que basicamente se referíam a rede de espionagem mundial montada pela NSA ,tanto de cidadãos americanos quanto do mundo todo.
    Conforme alguns suspeitam,ele é financiado por um bilionário que faz parte do Deep State ,que curiosamente foi o mais atingido com os vazamentos de Snowden e dos jornalistas. (???????)
    Também de acordo com as informações fornecidas pelo próprio Greenwald,ele trabalhou com a globo,(sonia bridi) no caso do Snowden e desta vez também ofereceu a mesma parcería.
    Se o GOLPE veio de lá ,.organizado por eles, contando com o conhecimento e logisitica do império ,obviamente sendo uma tarefa não pública,oculta,profunda,qual sería a intenção deles ,por meio de um de seus “agentes” melar o GOLPE? as respostas podem ser muitas ou nenhuma convincente.
    Importa que neste momento é válido a nossos propósitos o que ele está realizando ,e talvez seja uma das poucas armas disponíveis ,visto a classe de massa que habita este país.

    1. Prezado Sr. Vargas, caso apareça um voto negativo como de minha autoria neste post, peço que desconsidere. Estou com um probleminha no tablet, por vezes a resposta sai distante da tecla que digito, e as duas setinhas são próximas, daí a confusão. Já tentei corrigir, não sei se funcionou, mas meu voto real foi positivo. Grato pela compreensão.

  6. Surpreende o Glenn dar bola pra Vera Magalhães, jornalista reacionária e mentirosa. Mas ela está se apequenando perante a realidade Intercept, por mais que tente fazer sabotagem.
    Acorda Glenn.

  7. Existe muito hype, mas enquanto não aparecerem materiais mais concretos (audio, video, imagens) ou o histórico de mensagens com horários associados, os fascistas continuarão a negar. Eu entendo a estratégia de levar um tempo e dar corda pro pessoal se enforcar, mas seria legal a gente conhecer algum desses audios… para ter uma noção da procedencia do material.

  8. Ouvi agora há pouco (12.15)o Merval na CBN. Ele só faltou dar soco na mesa e gritar para o STF manter o Lula preso

  9. A participação destas duas ditas jornalistas me enoja. Fico pensando, a que nível um ser dito humano pode descer…

  10. Vi o programa inteiro. A Vera Magalhães passou o tempo todo tentando desqualificar o Glenn. Defendeu FHC com unhas e dentes. Nada de novo. A questão é que isso que o Intercept está fazendo deveria estar sendo feito há muito tempo pela nossa imprensa velha. Mas ficaram quietos. Agora tentam desqualificar quem faz.

  11. Se o Lula é, sem dúvida a qualquer inteligêcia mediana, um preso político, preso sem provas mas atrvés de notícias plantadas na midia, qual assunto seria mais importante que sua liberdade? Ora, a midia prefere acoitar os malandros Moro e do Neymar. Cada um com suas prioridades, a minha é a justiça.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *