Haddad estava “morto” e os “coxinhas” da Paulista tinham a eleição no papo?

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Meses antes das eleições municipais em São Paulo, em 2012, quando tudo era um mar de rosas para o PT, Fernando Haddad, seu candidato, patinava entre 7 e 8% das intenções de voto nas pesquisas.

José Serra liderava e  Celso Russomano,  já em ascensão, lhe tomaria o lugar.

Todo mundo sabe o que se passou.

Agora, quem se impressiona com a leitura dos jornais, juraria que Haddad estaria eleitoralmente “morto”, restrito a “bolsões” petistas, sem votos na classe média.

E que a “massa cheirosa” estaria em peso com os tucanos, adonada de São Paulo depois de lotar a Avenida Paulista com as marchas do “Fora, Dilma”.

A crer nos números do Datafolha, a conversa é outra.

Russomano repete o espetáculo de 2012, partindo na frente como o “coelho” numa corrida de atletismo.

Empatados, Haddad, José Luiz Datena e Marta Suplicy.

Na rabeira, longe,  os “coxinhas” assumidos: Andrea Matarazzo e João Dória Júnior.

Nada demais, até aí, tudo dentro do previsível.

As surpresas começam quando se estratificam os resultados.

Haddad chega a 23% entre os eleitores com renda acima de 10 salários-mínimos.

Seus resultados melhoram, também, entre os mais jovens: 19% entre os de 16 a 24 anos  e 15% entre os de 25  a 34 anos, bem à frente de seus adversários diretos.

Dois indicadores da maior importância, porque indicam seu potencial de crescimento entre os formadores de opinião e os formadores de mobilização.

Não precisa ser marqueteiro para enxergar que o mote de sua campanha será algo na linha do “São Paulo mais jovem”, o que mesmo os mais velhos gostariam de ser, ver e viver.

O problema de Haddad? Os eleitores pobres, da periferia, onde o “recall” de Marta Suplicy ainda fala alto e lhe dá os únicos índices significativos na disputa: 19% entre os com renda menor que dois salários mínimos e 17% entre os de grau de escolaridade fundamental, ou menor.

Já deu para entender porque – ao contrário do que aconteceu entre os segmentos mais mobilizados – não se partiu para um ataque frontal a ela?

A reconstrução de Haddad e a desconstrução de Marta, nestas áreas do eleitorado tem um nome: Luís Inacio Lula da Silva.

Quem tem tudo a temer nesta eleição é o PSDB.

Dono do Governo do Estado, da mídia e da Avenida Paulista, vai ter de levar seus limpinhos e cheirosos para comer barro. Com Russomano e Datena parece estar-lhes fechada a área da exploração do “mundo-cão”.

Aliás, o mundo-cão dos tucanos, em São Paulo e em toda parte, parece estar restrito aos pet-shops e aos bichon frisé.

Abaixo, os gráficos interativos de estratificação da pesquisa Datafolha.

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17 respostas

  1. de fato, Haddad estava em situação quase sem jeito quando entra em cena o político mais espetacular que temos, Maluf e decide de fez para que SP tenha finalmente o maior prefeito mundial de todo mundo

  2. Quem dera tivéssemos uma Haddad para concorrer aqui no Rio, pois o cenário até agora é desolador….

  3. Caro amigo, é isso mesmo. Além disso, na periferia, muitos eleitores do PT pensam que Marta é candidata do partido. E muitos que desanimaram com o PT por conta das denúncias de corrupção não sabem que Marta é candidata do partido de Eduardo Cunha. Isso tende a complicar a vida dela.

    Realmente o Psdb está acabando na cidade de São Paulo. Sem Serra e Geraldo candidatos tem votações ridículas no maior eleitorado do Brasil desde os anos 1990.

    Ainda é preciso levar em consideração que, geralmente, o PT é depreciado nas pesquisas da Folha de S. Paulo, a própria Marta, em 1998, viveu isso, quando pesquisa no dia anterior do instituto a colocava em quarta lugar – e então foi pedido voto útil em Mario Covas para que não houvesse segundo turno em dois direitistas (Maluf e Rossi). No dia da votação ela por pouco não ficou em segundo, poucos votos atrás de Covas.

    Ótima pesquisa para o Haddad e para as forças progressistas do Brasil!

  4. Segundo o datafolha, antes das eleições Presidenciais 2014, Aécio já estava disparado na frente e o TSE passou um ano, contando votos e cancelando 20 pedidos de Impitin, e até agora ele não aceitou.

  5. Haddad estará no segundo turno, hilariante será ver tucano, aquela gente metida a inteligente, apoiando Datena ou Russomano. A imprensa golpista está batendo em Haddad desde o tempo em que ele foi Ministro, no entanto ele se elegeu prefeito. A direita está desesperada (sobretudo tucanos), porque não produziram um único traque em relação a novos nomes para oferecer ao eleitor, por isso datenas e russomanos se “agigantam”. Marta já era. Esta aí nunca teria sido eleita prefeita ou senadora sem o PT. Eu proponho uma coisa: que tal se o psdb convencesse fhc a se candidatar à prefeitura novamente, como fez em 1985 pelo pmdb?

  6. Os mais bem informados pela globo e veja tem dificuldade em assumir o segundo lugar. O povo não é bobo, entende a dificuldade de manipular depois de 2003 e vai garantir o segundo lugar em 2018, de novo.

  7. Bem, a maioria do eleitorado da Marta, num segundo turno votaria no Haddad, podem apostar.

    E, se considerarmos, que o Haddad vem sofrendo um bombardeio diário da mídia paulista, é surpreendente que ele apareça empatado em segundo lugar junto com Marta e Datena, correndo, como coelho na ponta. o Russomao.

    Aposto que o Haddad, com tempo para rebater as críticas e mostrar seus projetos – coisa que a mídia no momento não lhe dá espaço -, durante o horário eleitoral ele deve subir, de início, uns sete pontos, pois tem boa desenvoltura e uma militância aguerrida, indo assim para a segunda colocação isolada e, assim, irpara o segundo turno, provavelmente contra o Russomano, que deve perder alguns pontos ainda no primeiro turno,

    Bem, a maioria do eleitorado da Marta, num segundo turno votaria no Haddad, podem apostar. Já os votos do Datena devem se espalhar com um pouco mais para o Russomano.

    Assim, a disputa pode ser apertada no segundo turno, mas acho que o Haddad leva, porque tem um eleitorado mais cativo e com maior grau de formação de opinião, por isso ele aparece surpreendentemente empatado no segundo lugar, mesmo com todo bombardeio atual.

    Gritos de ódio foram um bom fomento no início, mas agora, está claro que a população cansou desses raivosos e está até assustada com os mesmos, por isso o definhar dos movimentos coxinhas que, praticamente, só sobrevivem na mídia.

  8. Não moro em SP, e por isso não tenho como julgar a administração Haddad. Mas não é interessante que ele seja líder da pesquisa justamente na faixa de renda acima de 10 salários mínimos, justamente na faixa da classe média tradicional?! Serão os coxinhas votando nos petralhas?!

    Já postei aqui e volto a repetir: A classe média tradicional não é inimiga das forças progressistas. A Esquerda não pode desprezar essa parcela da população da sua luta. O nosso país é muito mais complexo e tem muito mais recursos do que esse Fla Flu ideológico de baixo nível no qual estamos enterrados…

  9. Eu não subestimo a capacidade da mídia em criar o ambiente apropriado ao seu candidato. Em se tratando de São Paulo, é mais fácil ainda. O que vai ter de pobre metido a besta reclamando de ciclovia, de setores pouco afáveis da sociedade periférica apoiando a “terra da oportunidade”, como ocorreu na eleição do Serra e derrota da Marta, enfim, eles conhecem o eleitorado que têm. Me lembro de ter visto no centro da cidade, no dia em que o Serra foi proclamado prefeito, as gangues dos “piratas” soltando fogos no Parque Dom Pedro.
    No caso do Haddad, meu voto a ele seria somente pra desbancar o PSDB numa eventual virada. A condescendência desta administração com a incivilidade e a ilegalidade disseminada em vários momentos me deixou indignado. Desde a atenção dada aos coxinhas durante as jornadas do quebra-quebra da prefeitura, até o Secretário de Cultura chamando Pancadão de Manifestação Cultural, a leniência com as feiras livres clandestinas (tem uma perto de minha casa em que tive que brigar pro feirante não jogar inseticida nas frutas pra espantar os insetos, além de ser um ponto pra outras “atividades noturnas’), feiras estas que se espalham pelos bairros, oferecendo riscos à saúde e a integridade, além de não contarem com os serviços de limpeza urbana, ficando tudo pra gente limpar depois. São “pequenas” condescendências que não interessam a quem mora nos bairros mais centrais, mas que tornam a vida do cidadão um inferno, além de passar a sensação de conivência e oportunismo, no mínimo. Pra quem diz ter combatido fiscais corruptos, deixou a desejar.

  10. Boa análise. Mas, não sei se é o caso de ficarmos contando com a sorte (vejam a eleição estadual onde o Padilha sofreu o diabo). E outra, a Marta foi injustiçada em 2004, eleitoralmente. Nunca vi o PT fazer dois mandatos consecutivos em SP capital.
    A briga será feia…

  11. Se o vencer Haddad será muito engraçado a cara dos coxinhas, se o russomano ou datrena vencerem será muito engraçado o que acontecerá na cidade.

  12. Datena, Doria, Feliciano, Russomano, Matarazzo – me recuso a acreditar que algum paulistano esclarecido vá votar em qualquer destes candidatos. É simplesmente assustador imagina-los tomando decisões sobre a maior cidade do Brasil. Os coxinhas ja perceberam que Haddad é o melhor pra sua cidade.

  13. Vou mandar, um exemplo para vocês, eu moro no Parque Santo Antonio, periferia de SP, região do Capão Redondo, voto Addad, sou testemunha que ele esta fazendo, varias obras por aqui, melhoria no corredor de onibus, contrusão de uma avenida paralela a M BOI MIRIM, mais eu nunca vi ele pessoalmente por aqui.

  14. O recall da Marta na periferia, creio que especialmente entre as mulheres (ela fez CEU, deu uniforme, ônibus escolar, ampliou o ‘leve leite’, essas coisas que fazem uma enorme diferença no dia a dia das mães e das crianças) e os bons índices do Haddad nos segmentos citados, podem blindar pretensões dos concorrentes. Marta fez uma boa prefeitura. Haddad é ótimo prefeito. Tudo vai depender da campanha. E do serviço ou desserviço dos meios de comunicação. Eu prefiro Haddad, votarei nele.

  15. Marta Suplicy já não é a mesma e não há razão alguma para os mais pobres nela votarem. Daquí até às eleições eles vão entender isso. Marta Suplicy agora pertence ao clube dos que são contrários aos pobres.

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