A Folha confessa que omitiu resultados, mas não explica porque os adulterou

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A ótima matéria de Gleen Greenwald e Erick Dau, que reproduzi ontem aqui, denunciando a fraude nos resultados divulgados pela Folha  sobre a pesquisa Datafolha foi feita sem o conhecimento da parte oculta da pesquisa, que este blog publicou hoje no final da tarde, com indícios e, no início da noite, com provas inquestionáveis.

À noite, sem ter como negar a manipulação dos resultados, depois que se publicou a íntegra, não mutilada, da pesquisa, o jornal resolveu “confessar” que havia uma parte da pesquisa que “resolveu” não publicar por não considerar “jornalística”:

Sobre a não publicação de algumas questões do relatório, Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, afirma que é prerrogativa da Redação escolher o que acha jornalisticamente mais relevante no momento em que decide publicar a pesquisa.

“O resultado da questão sobre a dupla renúncia de Dilma e Temer não nos pareceu especialmente noticioso, por praticamente repetir a tendência de pesquisa anterior e pela mudança no atual cenário político, em que essa possibilidade não é mais levada em conta.”

Dávila ressalta que não é incomum o Datafolha fazer mais perguntas do que as que acabam sendo utilizadas nas reportagens. A íntegra do levantamento pode ser conferida aqui.

Sérgio D’Ávila não diz, porém, que este arquivo está sendo linkado somente agora, depois que veio a público, no início da noite, por este blog  e por outros, o arquivo escondido nos servidores do Datafolha.

Mais de duas horas depois de revelado o escândalo é que isso foi feito.

Embora tenham tido forte repercussão, os questionamentos de Greenwald e Dau ficaram desde ontem à noite sem resposta. Mas não havia resposta possível quando apareceram os documentos do próprio Datafolha, que a publicação do The Intercept motivou muitos, entre eles este blogueiro, a procurar. E, misturando um pouco de sorte com curiosidade por ter sido “esquecida” uma frase que revelava o apoio a novas eleições, buscar o arquivo original.

A conversa “pra boi dormir” de que não tinha interesse jornalístico não explica porque foi feita uma versão do arquivo em PDF com os resultados da pesquisa que foram omitidos.

Foi pega no contrapé de sua “esperteza” e desmoralizou-se.

Não tem vergonha de escrever que, mudando a pergunta, a percentagem dos que querem novas eleições sobre de 3% para 62%, como se isso fosse estatisticamente normal.

De hoje em diante, frente a qualquer pesquisa Datafolha, o cidadão tem o direito de perguntar: as questões foram só estas? Vocês esconderam alguma coisa que não fosse “jornalística”?

Só lamento pelos profissionais que têm de submeter a esta pantomima.

Mas lamento mais ainda pelos cidadãos que são enganados por ela.

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14 respostas

  1. Meu, estatística nunca foi ferramenta pa ra gente honesta. Vide o que fazem as e mpresas quando seus produtos sofrem concorrência e sentem-se ameaçadas de perda ou redução de fatia no mercado o nde atua. Fazem de tudo para esconder as virtudes da concorrente e trapaceiam, camuflando suas fraquezas e defeitos.

  2. Só é enganado quem quer ser enganado ou optou por ser um desinformado, um analfabeto político. Não devemos lamentar nem um, nem outro. Lamentemos o circo de horrores que cirou nosso país.

  3. [Mais um capítulo do *penúltimo crime DataFRAUDE!
    *penúltimo porquanto “o último mais recente” está ainda no prelo!]

    Datafolha usou Lava Jato, nunca as pedaladas, para saber se Dilma merecia impeachment
    QUA, 20/07/2016 – 16:35

    Por Cíntia Alves

    Tanto faz se há crime fiscal que justifique o processo de afastamento, como manda a lei, porque o que Datafolha apura junto ao povo, desde 2015, é a corrupção como justa causa.
    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://jornalggn.com.br/noticia/datafolha-usou-lava-jato-nao-as-pedaladas-para-saber-se-dilma-merecia-impeachment

  4. Que a FSP é desonesta até a espinha, assim como Globo, Estado , Abril e congêneres, isso é patente. Difícil é engolir IMBECIS que ainda apoiem, mesmo sendo vitimados pelos desmandos , desmonte e usurpação de direitos duramente conquistados, este Governo ( ? ) GOLPISTA.

    IMBECIS OU MASOQUISTAS , perceba-se ! Se IMBECIS merecem o escarro da história, se masoquistas que atirem-se na fogueira sozinhos e queimem até o último suspiro.

  5. Esse GOLPE é uma farsa. A mídia familiar é uma FARSA. A vaza à jato é uma FARSA. O Brasil virou um antro de delatores. Cinismo, hipocrisia e sadismo são a tônica das relações políticas. O temer é cunha e carne com a corrupção. Os incompetentes tomaram o poder para roubar com anuência do beiçudo. FORA TEMER!

  6. Anos e anos engolindo gato por lebre. Realmente Data falha. Manipulação pura e simples da estatística .

  7. Agora imagina as pesquisas relacionadas à tiragem e demais formas de quantificação de valor das empresas??

    Não vem ao caso

  8. A imprensa deve ser tida como uma instituição do Estado Democrático. Quando passa a praticar ações que se confundem com banditismo, tendo em vista flagrantes atos fraudulentos com propósitos de manipular grande parte da população que nela deposita confiança, então podemos concluir que a bandidagem tomou conta de parte das instituições do Estado Democrático. Não se rebelar contra isso é aceitar o cabresto e a certidão de imbecilidade.

  9. Sei que os call centers e seus atendentes não tem culpa. Mas já ligaram algumas vezes oferecendo seis meses grátis de folha (era uma boa pra limpar a merda do cachorro) mas eu nunca perco uma oportunidade, educadamente é claro, de explicar pro atendente que tenho condições de assinar a folha mas a considero um lixo.

    Quando não fazia campanha contra Lulla eu até gostava de ler a seção tendencias e debates, o colunista Janio de Freitas é impagável, o macaco Simão com seu humor, as tirinhas e as cruzadas. Mas me recuso a assinar ou ao menos ler um jornal partidário, hipócrita, sujo, mesquinho, mentiroso e fraudador!

    Mesma coisa a veja, da qual já fui leitor. Ela não era esse lixo que é hoje. Nos tempos de Fhc é certo que ele batia no governo. Tanto quanto a folha. Mas nunca abaixo da cintura. Eram críticas mas críticas moderadas sem acusações fortes e exposição da intimidade do governante. Tampouco ia a fundo exigindo das autoridades medidas a serem tomadas.

    No início do governo Lulla, com ampla popularidade, o PiG inteiro se rendeu aos seus encantos elogiando-o. Porém, com o tempo, a mão gradativamente começou à pesar contra o governo trabalhista. o que era pra ser um escandslo como todos os anteriores de roubalheira (anões do orçamento, Banestado, Fonte Cindam e etc), foi tratado como o maior caso de corrupção, deixando o original, o mensalão mineiro fora da pauta tanto que o mensalão “do PT” já foi julgado à toque de caixa já tem condenados e o mineiro, que ocorreu e foi descoberto primeiro, nem anda!

    Alguém ainda pode perguntar se posso confiar nessa mídia bandida?

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