Enquanto houver “Força Tarefa da Lava Jato” não haverá PGR

Rodrigo Janot, espertamente, aderiu. Raquel Dodge, timidamente, acovardou-se.

As respostas de Augusto Aras, até agora, na sabatina que sofre no Senado, dão a impressão de que ele tem a consciência de que a Força Tarefa da Lava Jato significa, faz tempo, a perda da autonomia da figura do Procurador Geral da República.

Tanto é assim que ele tem se mostrado extremamente cuidadoso na sua fala, pela visível agressividade dos senadores lavajatistas.

A impressão que transmite ao falar é de estar pisando em ovos no limite entre proteger e enquadrar os procuradores antes “intocáveis”.

Mas ao defender a lei de abuso de autoridade deixou claro que está disposto a contrariar a opinião corporativa que, hoje, nas redes, trata a derrubada dos vetos como uma trombeta do apocalipse.

Se levar à PGR estes limites, será inevitável que entre em rota de colisão com Curitiba.

A substituição de Deltan Dallagnol como coordenador da “Força Tarefa” talvez lhe venha a ser facilitada pela punição – demorada mas iminente – que depende de apenas mais um voto no Conselho Nacional do Ministério Público, pois sete dos seus 14 membros já se manifestaram pela censura ao enfant gâté da Lava Jato.

O que ele ressaltou que provavelmente “pelo colegiado, sem a necessidade do voto do presidente”.

Semana que vem, o presidente é ele.

PS. Quando escrevi, Aras ainda não tinha soltado a pérola do “assinei sem ler” a carta dos juristas evangélicos que defendia a “cura gay”. Tomara que não assine sem ler os pareceres. Deve ter sido um “alinhamento” ao presidente que o indicou.

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11 respostas

  1. O TAL DO ARAS FOI SABATINADO MAS QUEM RESPONDEU FOI O PSICOPATA.
    ANIMEM-SE;APÓS TOFFOLI VEM FUX.
    UMA DESGRAÇA APÓS A OUTRA.
    A SAÍDA MAIS COMENTADA E QUE ACENDEU OS ÂNIMOS DA EXQUERDA É O PTTINDER.

  2. Foi indicado pelo atual “presidente”. Isto já é motivo suficiente para não perder tempo com acompanhamento sabatina ou qualquer outra coisa. Foi assim com dodge. Teve gente que perdeu tempo com análises, sendo que o nome de quem a escolheu já dizia tudo que era preciso saber. Com ou sem lava jato, não devemos esperar nada.

  3. O erro e ter essa trolha de mp misturado com pf e juiz que não é natural…..isso é bizarro e incrível ainda permanecer…

    O que deveria existir é a investigação da pf e os processos serem distribuídos aos juízes de forma imparcial, durante o inquérito o ministro designado poderia autorizar as ações necessárias….mas isso que está aí é contra todo o senso jurídico, é um absurdo sem tamanho….

  4. O termo “lava jato” tem que voltar ao seu sentido original – um serviço expresso de lavagem de veículos.

    Enquanto o combate (verdadeiro) à corrupção for apropriado indevidamente pelo nome de batismo dessa organização criminosa que faz achaques com ambições políticas e de enriquecimento pessoal, o país não avançará – e a democracia seguirá destroçada.

    1. Deveria se chamar “lava rato”, pelo tanto de ratos que saíram com o dinheiro lavado em troca da delação combinada.

  5. Sera que devemos acreditar neste procurador? Não esqueçamos os anteriores (Janot, Dodge, ….) que mostravam-se independentes e que acabaram mostrando sua verdadeira posição depois, ou seja subserviente ao MPF.

  6. A Constituição da República do Brasil, nas mãos de nossas “autoridades”, ainda não passa de um calhamaço sem valor. Me surpreenderá se o Aras se revelar mais do que o amedrontado feliz da foto.

  7. A conferir.
    Não custa lembrar, até porque a máxima tem se mostrado verdadeira no mais das vezes, a famosíssima passagem cunhada por Nelson Rodrigues na sua clássica obra “Bonitinha, mas Ordinária”.
    A personagem Peixoto declara: “No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte”.
    Diz-se que Nelson teria buscado inspiração, nada mais, nada menos, do que em Rui Barbosa.
    Aliás, Aras citou Rui na sua menção à Lava Jato, ao afirmar que teria faltado aos procuradores alguém com a “cabeça branca”.
    A escolha da figura de linguagem invocando as “cãs” não foi feliz, pelo contrário.
    Não faltará alguém para lembrar Aras do que dizia Rui Barbosa: ” Não se deixem enganar pelos cabelos brancos, porque os canalhas também envelhecem”.

  8. Aras estará com Bolsonaro em qualquer situação. E serão poucas as situações em que Bolsonaro não exigirá dele fidelidade absoluta.

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