Enfrentar a brutalidade é um dever civilizatório

Conrado Hübner Mendes, professor da Faculdade de Direito da USP, cunha na Folha, hoje, uma expressão reveladora destes tempos.

É o que ele chama de “Produto Interno da Brutalidade Brasileira (PIBB)”.

O nosso “déficit em direitos, tolerância cívica e institucionalidade democrática”.

Não passa dia sem que haja uma profusão de barbaridades ou infantilidades impróprias ao convívio social.

Do nada, Jair Bolsonaro reclama da “pirralha” a mocinha que o mundo acolheu, porque ela defendeu os indígenas mortos – o que ele não fez – e não desdenhou da defesa da florestas. Defendeu a prisão dos ativistas – quem sabe em conluio com Leonardo di Caprio – que estariam queimando a mata e “passou pano” para seu indicado para a Fundação Palmares, por lei a defensora da cultura negra, sugerindo como primeira medida acabar com o dia, justamente, da Consciência Negra”.

Seu delfim, Eduardo, culpa a população pelo massacre de Paraisópolis, seu grão-vizir Sérgio Moro diz que não recebe o presidente da Ordem dos Advogados senão quando ele parar de criticar o presidente, seu ministro da Educação insiste que plantar maconha e o agronegócio das universidades.

Ah, sim, depois de 11 meses de estagnação, 60% dos empresários, segundo pesquisa da CNI, vão na contramão do povo em geral e acham ótimo o governo que corta direitos de seus empregados, mostrando que quem aposta mesmo na luta aberta de classes são eles, que se contentam com um mercado onde nem 40% dos brasileiro pode ser visto, de verdade, como consumidor.

Em dois dias, apenas, uma carga de estupidez destas de causar vergonha a estúpidos.

Sem, claro, contar as cenas de brutalidade explícita, de agressões covardes, de práticas racistas, de humilhação e violência que nos chegam pelas redes.

Hübner tem razão: este PIBB, o da Brutalidade, é o que desgraçadamente cresce em nosso país.

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5 respostas

  1. Nunca vi,nem no auge da ditadura tanta morte pelos esquadrões da morte e nos porões de deics deops,doi cods e éramos bem informados mesmo sem mídia ou redes sociais.Estão matando quase que aleatoriamente,matam por prazer,por sadismo e por falta de opositores que reajam.

  2. Mr Moro não deixa de ser uma surpresa, mas é uma serpente esperando pra dar o bote!

    ele tem na pasta dele varias cartas na manga contra os Bolsonaro, senão vejamos:

    -se investigar Queiroz, prende um dos filhos do Bolsonaro

    -se investigar a morte da Mariele, prende outro

    -se investigar o nebuloso caso da cocaina no avião, provavelmente prende o terceiro dos filhos de Bolsonario

    ou seja: o clã dos Bolsonaro está literalmente com o pescoço nas mãos de raposa do Moro…

    agora, a questão é: qual a carta que o Bolsonaro tem contra o Moro que mantem o Moro na coleira, caladinho, submisso e engolindo as humilhações???

    e olhe que coisas contra o próprio Bolsonaro não falta…

    esta é pergunta que precisa ser desvendada…

    Neste jogo, acho que o Moro está só esperando o momento certo para derrubar o Bolsonaro e assumir o poder ele mesmo, como representação de uma força suprema de combate a corrupção, que nos livrou dos governos corruptos do PT e do PSL, que prendeu o Lula e os Bolsonaro…

    Os Bolsonaros que se cuidem! Eles morrem de medo não é do Lula não, que o Lula/PT é bozinho, e fazem o jogo dentro das regras.

    Eles morrem de medo é de um poder que não tem vergonha e nem excrupulos de pisar na cabeça dos seus adversários. E hoje quem representa este poder é o Moro.

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