Em marcha batida para o impensável

Não falta muito: já na próxima semana passaremos de 1 milhão de diagnósticos de infecção pelo novo coronavírus.

As mortes, em 30 dias, saltaram quatro vezes, de 10 mil para 40 mil.

Mantido o mesmo ritmo, por mais 30 dias – e não é difícil, frente ao abandono das medidas de isolamento social – seremos o país com mais casos no mundo – acima de 3 milhões – e de mortes, na faixa dos 160 mil, como projetam os modelos matemáticos da Universidade de Washington.

Isso, vejam, se o grau de contágio não se acelerar com a volta das aglomerações e dos transportes lotados.

Parece que ninguém se importa, porque de maus exemplos a encheram ao logo destes quase três meses.

Os telejornais da manhã retratam ruas cheias, pessoas com a máscara nos queixos ou sem elas.

O maior desastre sanitário do país está apenas começando, com o país mergulhado em discussões sobre a reabertura dos shoppings centers e em debates inócuos sobre onde os casos crescem ou decaem.

O fato objetivo é que, com a circulação livre e intensa das pessoas, o vírus se espalhará por toda a parte e para todas as pessoas, sem dar tempo para que se consiga remédios ou vacinas para ele.

Assistimos, em escala ampliada, a estupidez que fez dos EUA um cemitério para mais de 110 mil pessoas e o inverso do que travou a epidemia na China e na Coreia do Sul.

Algo assim, por mais que demore, vai estalar em um grande protesto popular.

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17 respostas

  1. O que os três países com mais mortes no mundo (EUA, Reino Unido e Brasil) têm em comum?

    Candidatos que se beneficiaram da máquina de manipulação cibernética do Steve Bannon. Não sei como esse patife ainda não sofreu um atentado.

    1. O buraco é mais embaixo. Bannon não criou a máquina, apenas passou a empregá-la com reconhecido sucesso, mas ela já havia tido sucesso no país de origem de seu criador. Bannon apenas alimentou-a com o conteúdo da direita.
      Tudo começou muito antes, no início dos anos 2000, quando o publicitário Gianroberto Casalleggio resolveu “inventar” um avatar humano para um experimento, uma candidatura antipolítica totalmente dirigida, na realidade, por algoritmos informáticos criados para manipular pessoas através de redes sociais. Ele procurou um obscuro comediante chamado Beppe Grillo, convenceu-o a ser este avatar e submeter-se à sua direção de campanha, fundou um arremedo de partido chamado Movimento 5 Stelle e colocou esta ideia em prática, através dos contatos em informática que tinha seu filho Davide, e ganhou, em fevereiro de 2013. Bannon, buscando jogo desde 2005, só ganha protagonismo após associar-se a Andrew Breitbart e, posteriormente, conhecer o poder das redes antisociais baseadas em fóruns da deep web, através de Milo Yannopoulos e do “escândalo Gamegate”, em 2014. Aí deu-se a revelação de como manejar, de maneira totalmente diferente do que os yankees sempre entenderam por jogo político, uma campanha eleitoral. Faltava apenas o avatar humano, e ele surgiu na figura de um super-rico ambicioso, ignaro e exibicionista. A antipolítica ganha sua figura nos EUA, vitoriosa em 2016.
      A vitória chamou a atenção de grupos da extrema-direita mundial, que rapidamente aproveitou-se para copiar o modelo e criar “novos” nomes para eleições por vir. Na Itália, despontou o radical da Lega Nord Matteo Salvini, conhecido como “capitão” (coincidência, hein?), cercado por um grupo que oscilava entre a plena ignorância e a loucura absoluta (mais uma coincidência). No Reino Unido, surge a figura de Dominic Cummings, que projeta ao estrelato Nigel Farage e seu UKIP, essenciais para a ascensão de Boris Johnson e, com a associação à Cambridge Analytica, para o Brexit após alguns anos. No Brasil, o jogo golpista em curso desde 2013 (pró-PSDB) muda o rumo e o rosto a partir do uso intensivo das redes do WhatsApp, elegendo um candidato obscuro que todos nós (infelizmente) agora conhecemos bem. Ok, teve a “fakeada”; mas adaptação aos imprevistos é chave no funcionamento da máquina, e o Brasil é a maior prova disto.
      Aguardemos o que virá na Alemanha do AfD e na França dos gillets jaunes, ambos adeptos do esquadrismo digital, pensado por Casalleggio, que tornou-se agora a nova forma de vencer politicamente da extrema-direita (a fonte das informações, livro interessantíssimo, é Os Engenheiros do Caos, de Giuliano Da Empoli, ed. Vestígio, 2019). Saudações!

  2. A solução é o levante popular. Dia 13 de junho, sábado, e Dia Nacional de Luta pelo FORA BOLSONARO.
    Que o povo dos EUA nos sirva de exemplo.

  3. Pra quem ainda não sabe ..o MPSP conseguiu um acordo ..nesse domingo, 14, SÃO PAULO, MASP, 14:00 hrs ..liberado manifestação para os CONTRÁRIOS ao governo Bolsonaro ..se puder, COMPAREÇA ..use mascara, leve álcool gel

  4. Brito superestima o povo brasileiro. Gado faz fila para entrar no matadouro, Brito. Se houver revolta, será contra aqueles que saírem da fila.

    1. Eu estou nesse nível de pessimismo. Mas torço para o Brito estar certo. Afinal, como professor de História, sei que, teoricamente, ele está certo. Bolsonaro corre risco de sair do poder na base da porrada.

    2. Pois é, o único que não tem ilusões com a gentalha que vive nestas terras é o Bolsonaro, vão morrer 200 mil pessoas e a população vai dizer que “o Bolsonaro que estava certo, era só uma gripezinha, que não morreu quase ninguém”, e ele vai se reeleger no primeiro turno.
      E o outros ainda estarão dizendo que o Bozo quer dar golpe, que devemos nos abraçar numa frente ampla, que o brasileiro vai acordar.
      Ainda bem que o Bozo não tem uns 20 e poucos anos, senão teríamos que atura-lo mais uns 60 anos.

  5. Vale lembrar que a partir do momento que o sistema de saúde entrar em colapso o percentual de vítimas fatais entre os infectados pode aumentar de 5 a 10 vezes.

    É por isso que achatar a curva é de vital importância. Sem manter o número de infectados dentro do limite que o sistema de saúde consegue tratar o número de mortes atinge níveis verdadeiramente catastróficos, de fazer os desastres da Itália e Espanha parecerem uma “gripezinha”.

  6. Fernando, Não haverá protestos. É um país já derrotado, de gente despolitizada, fascista, individualista e não tem a menor empatia pela morte, dos outros. É o país que Satanás escolheu para alojar a escória dos maus espíritos, inferiores e violentos. Somos todos satanazes, adoradores da morte. Viva o Diabo!!

  7. Protesto popular? No Brasil? Faz-me rir, FB! A massa teleguiada só vai se mexer se o dólar inviabilizar levar os filhos pra Disney. Fora, isso… o que a classe média tem a ver com isso? Ou vc acha que os pobres farão os protestos? E pra quê? Pra levar borrachada da PM e serem chamados de vagabundos nos portais de notícias?

  8. Pois é, Donald Trump, que conhece muito bem Bolsonaro e toda sua família, garante que o Brasil ainda chegará a 5.000 mortes por coronavírus ao dia,…”palavra de padrinho”.

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