‘Efeito sanfona’ nos mercados é ilusão que logo se desfaz

Logo cedo, os sites anunciavam uma retumbante “recuperação dos mercados”, depois do tombo histórico de ontem.

A Bovespa subia “quase 12%”.

Especulação e ilusão, duas coisas que costumam andar juntas.

É provável que os índices subam algo, bem menos do que caíram, se não houver alguma notícia forte na esfera política ou financeira.

Mas é na economia real que, além do limite dos pregões, a crise se desenvolve.

O número de casos novos – de uma média de 1.340 no final de fevereiro – devem chegar hoje perto de 9.000 e as mortes já deixaram para trás a casa das 5 mil.

Sem nenhuma subestimação do quanto de sofrimento humano das vítimas diretas, o estrago que se está causando na vida social (e, portanto, na economia) é imenso.

Áustria, Bélgica e Espanha – esta cada vez mais parecida com a Itália – ordenaram o fechamento de todos os estabelecimentos que não sejam farmácias ou supermercados. Certamente também fábricas e escritórios ficarão semiparalisados.

É evidente que isso vai afetar imensamente os níveis de consumo, de produção, de emprego e renda e, em muitos casos com o fechamento de empresas e postos de trabalho.

A Alemanha e a França seguem rápido no mesmo caminho e mesmo nos EUA, é questão de tempo para os números explodirem.

Isso diz muito mais sobre o que nos espera do que vaivéns de índices, onde o “vai” é sempre maior do que o “vem”, porque vai acabar se encontrando com a realidade, o que é, afinal, o grande problema da especulação.

PS. Não tratei do “positivo-negativo” de Jair Bolsonaro por razões sucessivas: 1) não é notícia que se possa dar com base em fonte “informal”; 2) mente-se muito neste governo e ninguém tem confiança nem no positivo, nem no negativo, até que alguma instituição o confirme e 3) a notícia só teria consequências se Jair Bolsonaro estivesse no comando do país. Não está, é passageiro da crise.

 

 

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10 respostas

  1. No Brasil a pandemia ainda é incipiente, e isso é o que encoraja os insipientes a menosprezá-la. Os cavaleiros da Ordem da Panela Furada estão a afirmar a plenos pulmões, enquanto ainda os têm, que de qualquer modo vão marchar e de narinas abertas, a desafiarem quantos vírus coroados se lhes anteponham. Vão para o sagrado logradouro conspiratório dos patos, para ali apresentarem solene defesa de seu brioso e impoluto líder diante das decadentes adversidades institucionais que se lhe tentam obstaculizar a via da suprema glória.

    1. Se TODOS ELES MORRESSEM (o gado e seu dono), seria ótimo para o que resta do Brasil.
      MORRAM CAMBADA DE FILHOS DA PUTA !

  2. Essa esculhambação dos ” mercados” era questão de tempo. O mundo financeiro vive de especulação, malandragens contábeis, informações privilegiadas, paraísos fiscais, governos desnorteados, muito para poucos e pouco para bilhões de seres humanos que sobrevivem diariamente. Essa situação tem que acabar e aos poucos os sinais têm sido dados; essa semana teve dois exemplos claros e provavelmente vem muito mais por aí. Os nossos filhos vao agradecer se colaborarmos para a derrocada desse falso capitalismo onde o capital pertence a muito poucos e o resto vive como escravos, alguns de luxo mas a grande maioria somente sobrevive.o neoliberalismo thatcheriano e reaganiano tem que ser varrido do mapa. Aqui temos que varrer os economistas ( são na realidade contabilistas pois só olham os números passados e não sabem estabelecer políticas futuras ) que somente conhecem o lado financeiro e esquecem que a economia assenta-se em trabalho, recursos naturais e capital, todos de forma equilibrada. Aqui só falam do capital improdutivo.

  3. As chances de pequenos investidores lucrarem comprando e vendendo em tempos de sanfona no mercado são as mesmas de ganharem em um cassino: pura sorte. Quem tem pouco dinheiro e é esperto não investe em ações. Quem tem dinheiro sobrando, é esperto e aplica uma parte em ações, nessas horas fica quieto. Espero para ver no que dá. Na pior das hipóteses, perde um pouco ou tudo, mas não se estressa, porque sabe que o que investiu nesse mercado não vai modificar seu futuro.

  4. O que os mercados querem é “incentivos”. Já conseguiram 1,5 trilhão do FED para recompra de ações. Quando estiverem satisfeitos a histeria de mídia acaba e se seguirá nova fase do cassino. O problema é que não há modelo econômico que substitua a financeirização do capital. Enquanto essa situação persistir o mundo saltará de crise em crise. As pessoas se acostumam com o novo normal. Aqui no Brasil morreram mais de 900 pessoas de dengue em 2019, … alguem se lembra? Alguem se importa?

  5. Caro Brito,
    Com relação ao positivo-negativo, a única certeza que temos, que se trata de uma disputa entre fake news. Vamos ver quem vence. quem vencer leva uma fantasia completa de coronavírus, com direito a respirador artificial. Mas, o importante é que saiam vivos dessa treta pois, tem muitas perguntas esperando respostas. Por exemplo os governos petitas deixaram uma reserva de quase 400 bilhões de dólares, por quê não usar somente 10% dessa reserva e salvar todo o sistema de saúde. São 200 bilhões de reais e não essa micharia de 5 bilhões de reais ofertada pelo Posto Ipiranga em chamas?
    Por quê estão falando em isenções fiscais para empresários (1% mais rico do país) que podem ser superior a 200 bilhões de reais?

  6. Mercados à parte, surgiram novas e irrefutáveis provas de que o senhor Dallagnol e seu time curitibano conspiraram secretamente com agentes de um governo de outro país, contra as lei nacionais e contra o próprio governo brasileiro. Por culpa desta conspiração, vastos e profundos foram os prejuízos causados em todas as esferas: prejuízo para a democracia e as instituições, prejuízo econômico incalculável e prejuízo insanável à soberania nacional. Resta saber se o Janot também estava nessa.

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