Não há mais Justiça, há política

jacobsen

Começa hoje, com a leitura do relatório do provecto deputado Bonifácio de Andrade, tucano e aecista, sobre a denúncia do finado Rodrigo Janot contra Michel Temer, levando de carona Moreira Franco e Eliseu Padilha.

Ninguém, em sã consciência, espera resultado diferente da recusa à abertura de um processo. Para quase todos os deputados, tanto fará abrir ou não a capa do processo ou ler uma linha sequer das alegações.

Dois mil quilômetros ao Sul, três homens analisam a sentença de Sérgio Moro condenando Lula e, para pelo menos um deles, servirá o exemplo do presidente do Tribunal Regional Federal em que funcionam: não é preciso nenhuma análise do que o processo contém, pois Lula é culpado, já o disseram Sérgio Moro e a mídia.

Os deputados, ao encontrarem qualquer sinal de culpa – imagens, documentos, gravações – dirão que isso não virá ao caso com Temer e que o importante, mesmo, é preservar a “recuperação da economia” (?!) e a estabilidade política.

Já os desembargadores, diante de qualquer dúvida da culpa do réu, pensarão que, importante mesmo, é “a moralização” do país e o efeito-exemplo de condenar um ex-presidente, para glória da lenda de que a lei é igual para todos. Dane-se a estabilidade democrática, dane-se a livre manifestação do juiz que está acima deles – embora jamais o reconheçam – que é o povo brasileiro.

Há, depois, outra consideração.

Os deputados que absolverão Temer serão apenas mais um numa multidão de canalhas, e lá em Araçoiaba da Sera quase ninguém vai saber disso e, na periferia, os manilhões pelos quais negociou seu voto absolutório certamente renderão mais votos e gratidões do que aquele chato que fica repetindo que o candidato votou com Temer.

Já  um desembargador, caso se atreva a inocentá-lo, por uma razão de consciência e diante de um processo inspirado nas altas lições jurídicas que Moro soprou à opaca Ministra Rosa Weber, onde ‘não há provas cabais mas a jurisprudência me permite condenar”, serão expostos à execração pela mídia, estão sujeitos a qualquer louco furioso interpelá-lo com a família num restaurante ou, quem sabe, a uma “expedição punitiva” dos MBLoucos.

Qualquer pessoa que não esteja dominada pelo ódio e ainda dê alguma importância àquele velho adereço da deusa da Justiça -a balança anda aposentada, enquanto a espada anda “a mil” – tem aí um retrato de como se processam os julgamentos no Brasil.

Sempre o foram, claro, quando se tratava de absolver ou atenuar penas de gente endinheirada.

Mas passaram, agora, a serem condenatórios para interferir no processo politíco.

A corrupção? Ora a corrupção…Tanto que a Transparência Internacional diz que, para 78% dos brasileiros a corrupção aumentou no último ano, com a Trupe Temer-Moreira-Eliseu-Geddel…

A corrupção, está claro, é o que menos importa neste processo.

É a política, só ela.

 
contrib1

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21 respostas

  1. A Lavajato é a reedição da Operação Condor. E isso precisa ser explicitado. Não para convencer coxinhas sem cérebro, mas para dizer-lhes: Eu sei o que representam; eu sei que vocês têm que realizar a tarefa que os EUA os designou. E, claro, para muitos que ainda acreditam que esta operação que hoje substitui os tanques pelas togas, o milico pelo judiciário, é para combater a tal “corrupssaum”.

    Brito: Lula, o PT e todas as lideranças progressistas, além de vocês blogueiros, têm o dever de denunciar à exaustão essa neo operação condor.
    Moro é mais um sub-sub-sub-agente da CIA. E digo sub-sub-sub, porque ele é uma ameba tarefeira. Tem a “inteligência” apenas para arrumar desculpas contra Lula. E só. É uma ameba tarefeira, um verme com o propósito de trazer no seu ventre, o propósito de destruição de nações (e do povo) em prol do dinheiro e poder na América do Sul – seu ex e futuro quintal.

    1. “Quando a Política penetra no recinto dos Tribunais a Justiça se retira por alguma porta” ( Bertolt Brecht).

  2. Boa tarde,

    a verdade é que acabou e todos nós sabíamos o resultado, mas vivíamos expectativas de que o resultado seria diferente. Lula adotou a ideia de paz e amor que não leva a nada. Precisa agora para frente é menos respiração e mais transpiração, ou seja, porrada!…

  3. O Temer acabou com a designação de “Doutor” para os advogados! O cara não cria nada! Ele só sabe tirar, excluir, diminuir, cortar, anular! Acho que ele deveria proibir designar Presidente da República do Brasil como “Ladrão”, ” Golpista”, “Bandido”, “Porra-louca”Mordomo,”, “Traira”, “Corrupto”, e muito mais!

  4. A Band contratou um comentarista para analisar os números aumentados da corrupção pesquisada pela ” transparência Internacional “. Na opinião dele apenas um aumento da circulação da informação facilitados pela mídia e as redes sociais , que na verdade ela diminuiu na sua opinião . Na verdade ele se esqueceu , no que parece ser uma pessoa “esclarecida” da sua pr´pria corrupção e de milhares de outras parecidas com a dele . Negar a verdade por dinheiro e/ou outros favares .

  5. Olha ai o presidente dos coxinhas:

    “O Ministério Público Federal de Minas Gerais recebeu, no fim de julho, material que foi apreendido junto aos homens condenados pelo Tribunal Regional Federal por crime de apologia ao nazismo e corrupção de menor.

    Dentro desse material está uma carta enviada pelo deputado federal Jair Bolsonaro a um dos condenados.”
    (…)

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/mpf-vai-investigar-ligacao-entre-neonazistas-de-mg-e-bolsonaro-por-eduardo-reina/

  6. Ditadura do judiciário é a pior das ditaduras, não há qualquer recurso, que não seja pela via de uma revolução. Se for para fazer política, prefiro que os juízes sejam submetidos a processo eleitoras – serem eleitos! Ninguém votou em juiz, que democracia de fachada é esta?

    1. A propósito, vamos ver quantos juízes o PSDB (o queridinho da PF, do MPF e do Poder Judiciário) conseguirá eleger!

      1. Eles não precisam eleger, eles não topariam escancarar suas opções e de quebra correrem o risco de perder. Covardes como são, jamais largarão a toga, pois é apenas mais um dos seus tentáculos

    2. Verdade!!! Além disso, os juízes no Brasil tem um grande poder…É quase uma inversão de valores… Na gradação dos poderes, o judiciário (juíz) humilha o legislativo (deputados, senadores), como se fossem “intocáveis”, mesmo que suas convicções fiquem longe da compreensão jurídica e a aplicação do Direito (punição) se faça apenas para seus desafetos e gostos pessoais. O Judiciário virou um partido político e defensor do cinismo e da imoralidade´. Mas isso vai prevalecer por muito tempo ainda, infelizmente, graças a idiotização promovida pela mídia e assimilada por muitos… O Brasil se tornou uma Somália moral… Está morrendo de inanição!

  7. —-As togas e as batinas são as que dão as melhores cordas para enforcar seus ocupantes—— verdade antiga como o mundo.É o que está restando aos estuprados,…nós.

  8. Verdade!!! Além disso, os juízes no Brasil tem um grande poder…É quase uma inversão de valores… Na gradação dos poderes, o judiciário (juíz) humilha o legislativo (deputados, senadores), como se fossem “intocáveis”, mesmo que suas convicções fiquem longe da compreensão jurídica e a aplicação do Direito (punição) se faça apenas para seus desafetos e gostos pessoais. O Judiciário virou um partido político e defensor do cinismo e da imoralidade´. Mas isso vai prevalecer por muito tempo ainda, infelizmente, graças a idiotização promovida pela mídia e assimilada por muitos… O Brasil se tornou uma Somália moral… Está morrendo de inanição!

  9. Nesta terra em que a ju$$tiça se torno em Moros, Gilmares e stf e seus replicantes , estes que aviltam e desmoralizam e que nos faz descrente nesse país. Mas trago uma história do que ao meu ver é a verdadeira justiça, e que há pessoas dignas de quem nem tudo esta perdido.

    O texto abaixo é da juíza Fernanda Orsomarzo, do Tribunal de Justiça do Paraná. Publicado em seu Facebook, viralizou.

    Certo dia, ao chegar ao fórum, avistei uma moça que me aguardava na entrada do gabinete. À medida que me aproximava, ela baixava os olhos para o chão, acuando-se num canto entre a parede e a porta.
    – Olá! Posso te ajudar em algo?
    – Oi, doutora. Meu marido pediu para que eu falasse com você.
    – Quem é seu marido?
    – É o João (*nome fictício*). Ele está preso.
    – Ah, sim. O que aconteceu?
    Nesse momento, a moça de corpo franzino começou a chorar. Suas lágrimas eram acompanhadas por intensos soluços e, por conta disso, não conseguia falar. Eu, surpresa e sem jeito com a situação, pedia para que ela se acalmasse, o que foi acontecendo aos poucos.
    – O que há? Por que chora tanto?
    – Eu só queria saber quando meu marido sai da cadeia, doutora.
    Eu, então, me calei. Tendo em vista o estado emocional daquela mulher, que me olhava com tanta tristeza, não podia simplesmente dizer que seu companheiro ainda enfrentaria mais sete longos anos de prisão. Contudo, enquanto pensava em como dar a notícia, ela se adiantou:
    – Acabei de sair do hospital. Sangrei uma noite inteira sozinha. Pedi ajuda, mas os vizinhos não escutaram. Perdi meu filho. Perdi a criança que preencheria a minha solidão. Estou só, doutora. Não tenho ninguém.
    E começou a chorar novamente. Eu, diante dela, experimentava mais uma vez o sentimento que tem sido para mim uma constante na Vara de Execuções Penais: a impotência.
    Por que conto esse episódio?
    Conto para que não esqueçamos que o cárcere esconde dramas e histórias de vida que vão além, muito além daquelas paredes mofadas e mal cheirosas, daqueles corpos amarelados e abatidos.
    Conto para que saibamos que existem pais, mães, esposas e filhos que, apesar de não estarem fisicamente presos, encontram-se em intenso sofrimento psíquico.
    Conto para dizer que é absolutamente possível ser solidário às vítimas da violência e lutar para que o sistema carcerário não faça mais vítimas; afinal, ser a favor da vida não admite meio-termo.
    Conto para que lembremos que diariamente pessoas são entulhadas como lixo, muitas delas sem decreto condenatório definitivo, a fim de que seja saciada a sede de vingança de uma sociedade doente.
    Conto para que saibamos que seres humanos “pagam” pelos erros cometidos num lugar que, ao invés de ressocializar, é a barbárie na Terra.
    Conto para lembrar que cabe ao Estado, sim, a sua proteção, e que a Constituição Federal prevê a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República, sendo um de seus objetivos a promoção do bem estar de todos. TODOS, sem exceção.
    Conto para dizer que não quero, não posso e não vou me conformar com a situação dessas pessoas, e que no dia em que achar natural a morte de 60 seres humanos, no dia em que não enxergar nada além de “bandidos” naqueles corpos atrás das grades, a magistratura já não estará mais viva em mim. Eu já não estarei mais viva.

  10. “Lula, a quem julgavam destruído, vai se revelando indestrutível e eleitoralmente invencível.”

    Diz isso pra oitava turma do TRF4!

    Ê paixão, Fernandinho!

    Responder

  11. Lamento dizer mais isso não é politica . Isso é conchavo, armação, combinação entre bandidos.

  12. Fernando Brito como você exemplificou muito bem no texto, a balança enferrujada para a turma do Tucanato e Pmdebistas e a espada afiada sob a cabeça dos Petistas. Que “Justiça” é essa que além de tudo é cega por conveniência ou melhor com conivência? Esse é o Brézilll do Jucá! Um grande acordo Nacional com STF com tudo!

  13. Pela desenvoltura como esses golpistas corruptos do congresso livram a cara do “presidente” ladrão, chegamos a conclusão de que não haverá eleição no ano que vem, pois com essa “ficha”, nenhum deles se reelegeria novamente. Diante de tudo o que estamos presenciando, está mais na cara que nariz, que a operação “farsa a jato” foi criada para dar proteção a essa cambada de corruptos que se apoderou do país, incluindo os seus membros com a venda de “delações”. O erro dos Batistas, foi delatarem as pessoas integrantes da mesma quadrilha.

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