Desagregando valor

A expansão dos casos de coronavírus na Coreia do Sul – o número de casos dobrou a cada um dos dois últimos dias, ao ponto de a fábrica da Samsung na cidade de Gumi, no sudeste do país, ser a primeira unidade de produção paralisada no país por conta da doença – colocou na sombra a relativa melhoria do surto na China, embora seja difícil falar em melhora se 100 pessoas morrem por dia.

O Estadão, hoje, um mês depois do início do surto – eram 326 casos em 21 de janeiro e 78 mil, ontem – aponta uma perda de valor de mais de R$ 47 bilhões nas empresas brasileiras ligadas ao comércio de commodities, levando em conta o valor das ações.

É muito pouco perto dos outros efeitos que a situação traz, embora muita gente por aqui continue relativizando o problema.

Hoje, o jornal inglês Financial Times diz que o coronavírus pode ser pior do que Wall Street está apostando e registra que o “vôo para a segurança” dos capitais está fazendo despencarem as taxas de juros dos títulos do Tesouro Americano. O mesmo movimento de “safety” está levando a um alta do ouro que ameaça bater recordes históricos.

E isso atinge o Brasil de uma forma mais forte que alguma redução nas exportações, porque tende a reduzir o fluxo de investimento estrangeiros por aqui, sempre a maior fonte de equilíbrio – ou ao menos déficits pequenos – no fluxo cambial total do país.

O déficit nas contas externas, só em janeiro, ficou em quase US$ 12, mais de um quinto do projetado para todo o ano de 2020.

É só o fato de termos, desde o governo Lula, enormes reservas cambiais (US$359,4 bilhões) que nos está, por enquanto, nos salvando de uma grave crise financeira. Mas o fato de serem tão grandes as reservas não quer dizer que perder uma parte delas apenas não vá nos abalar.

A cada dia que passa, a “meta” de 2% e crescimento que Bolsonaro teria estabelecido para Paulo Guedes fica mais distante e só isso põe um tremendo ponto de interrogação no cenário.

 

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12 respostas

      1. É realmente impressionante a desfaçatez dessa súcia de bandidos!
        O governador podia ter vindo a público denunciar essa palhaçada e não engolir o sapo sozinho e em silêncio.

  1. 21 de janeiro foi o reporte oficial da China, portanto depois do quarto trimestre de 2019.

    Quando sair o resultado do PIB do quarto trimestre pelo IBGE, vai ter um monte de robôs espalhando a fake news de que a culpa foi do coronavírus.

  2. Ainda assim,o mais grave da CRISE DO IMPERIALISMO FINANCEIRO INTERNACIONAL,é que com o sucateamento da INDUSTRIA,em razão dos consumos dos que produzerm mercadorias,estarem nos níveis mais baixos da recente história econômica, é os VELHOS AGIOTAS,outrora expeculadores com ações das SOCIEDADES ANÔNIMAS,,voltaram-se para aplicar nos TESOUROS DOS PAÍSES,e estes,em virtude das baixas arrecadações de tributos ,incidentes sobre mercadorias,pois o consumo foi pra o espaço,já que DESEMPREGADOS E MISERÁVEIS,pouco ou nada consomem,e os países capitalistas continuarem a emitir ,no nosso caso,com a garantia das RESERVAS feitas em governos anteriores,mas que não duram eternamente,os AGIOTAS BURGUESES,não sabem o que fazer,senão criar TEORIAS ECONÔMICAS,assemelhadas às caras dos GUEDES DA VIDA.No caso chinês,que tem EQUILIBRIO ECÔNOMICO sustentado pelo REGIME SOCIALISTA CHINES,o surto da PESTE ATUAL,colabora mais ainda,para o agravamento da crise do AGIOTISMO BURGUES INTERNACIONAL.Então,aos BURGUESES AGIOTAS,reste somente,O LUAR DE PAQUETÁ.

  3. Enquanto a situação do surto viral parece estar se estabilizando na província de Hubei, na China, os EUA se vê às voltas com uma epidemia de gripe que já dura 4 meses, atingindo cerca de 26 milhões de estadunidenses e fez aproximadamente 25 mil vítimas fatais, segundo o jornal Washington Post. Mas, com exceção do WP, na mídia ocidental em geral não se publica nada sobre isso:

    https://www.washingtonpost.com/health/time-for-a-reality-check-america-the-flu-is-a-much-bigger-threat-than-coronavirus-for-now/2020/01/31/46a15166-4444-11ea-b5fc-eefa848cde99_story.html

    https://youtu.be/eQVS0R4G05s

    1. Há algumas diferenças essenciais entre as duas situações. Um: a epidemia de influenza A é perigosa sim, porém largamente conhecida e estudada, repete-se a cada ano graças a pequenas mutações na cepa inicial, o que facilita a criação de vacinas eficazes em curto espaço de tempo. Sabe-se o que esperar e como agir, ao contrário dos novos vírus (arenavírus, coronavírus), largamente desconhecidos. Pode apostar em um mínimo de 6 meses para surgir alguma forma de prevenção eficaz, sendo otimista. Dois: a disseminação do influenza habitualmente pode ser contida a um só local geográfico, funcionando quase como epidemia pontual, onde a maior parte da população de risco é logo exposta, o adoecimento pode ser brecado neste momento; quanto a um novo agente que conseguiu se disseminar em 32 países mesmo tendo sido reconhecido como perigoso há mais de um mês, só podemos torcer pro caldeirão não entornar. Três: a chance do influenza tornar-se pandêmico é menor, teria de haver a emergência de uma cepa muito diferente e de tratamento mais difícil. O Covid-19 já está no umbral de uma pandemia, como demonstra o dado citado pelo Sr. Brito. Se o ocorrido na Coreia do Sul acontecer em 3 ou mais países da região, ninguém vai conseguir conter a disseminação maciça. E o clima? Pois é, já existem casos confirmados no Oriente Médio e no norte da África. E o inverno chega também abaixo do equador…

  4. Eu não sei mas depois de velho sei lá ser chamado de BOZZO? QUE QUE VC ACHA?e repugnante oh! Bozó sai fora vai lá pro usa sentar no pau do trump.cara isso tá ridículo pra ti.tu e e sempre foi engodo.

  5. BOZZO !!!!! SE MANCA SEU SR VELHINHO.bozzo tu e ridículo maior palha.ta com nada . falastrão covarde com a jornalista que não puxa teu saco seu verme.tu e essa cambada de corsário vão se fuder.

  6. Ou seja, começou a segunda fase da disseminação viral, aquela que independe de exposição geográfica à chamada “zona quente”. Epidemia propagada, como eu já escrevi neste espaço. O nível de novas infecções estabiliza na origem, pois a maior parte da população de risco já foi exposta ao contágio e não sobram muitos novos indivíduos para serem infectados, mas os comunicantes secundários começam a gerar novos surtos de disseminação à distância. Ao que parece, só não está pior porque a China Continental fez valer suas medidas draconianas de quarentena e reduziu sua capacidade de “exportar” contaminantes para outros países. Mas chama a atenção um dado: segundo o mapa de comportamento epidemiológico da Johns Hopkins – OMS de hoje (16:00h de 22/02), a mortalidade aumentou de 2 para 3%. Péssima notícia, sinal que o virus não está se adaptando a seus “novos” hospedeiros. Quanto mais isto demorar a acontecer, maior o número de doentes graves ou de mortes, com um número tão grande de infectados por um agente virtualmente desconhecido até agora.

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