Conversa Afiada: MP “aliviou” negócio suspeito entre Globo e banco do “mensalão”

O Conversa Afiada acaba de publicar uma informação gravíssima, apoiado em documentos do inquérito do chamado “mensalão”.

Uma investigação solicitada ao Banco Central revelou que, além dos contratos com Marcos Valério e o Partido dos Trabalhadores, o Banco Rural – que teve seus dirigentes condenados no julgamento  – realizou “práticas fraudulentas” com outros clientes, entre eles a Globo Comunicações e Participações, a “holding” da Rede Globo de Televisão.

Abaixo, o texto e os documentos reproduzidos pelo Conversa Afiada:

BANCO RURAL: 
MP LIVROU A CARA DA GLOBO

MP fala grosso com o PT e fino com a Globo

Conversa Afiada decidiu aprofundar-se numa denúncia do incansável Stanley Burburinho (quem será ele ?).

Trata da forma suave, carinhosa até, de o Ministério Público Federal, do Dr Antonio Fernando e, depois, do Dr Gurgel – que o senador Collor, da tribuna do Senado, chama de prevaricador – considerar a participação da Globo – aquela de moleques, segundo o senador Requião, da tribuna do Senado– nas operações do Banco Rural  que incriminaram o PT.

O MP fala grosso com o PT e fino com a Globo – é isso, amigo navegante ?

Agora, aqui entre nós: e esse Bessinha, hein ? Anda impossível … Coitado do Chico Caruso … 

Leia o que Murilo Silva, editor do Conversa Afiada, apurou: 

Ao consultar o famoso inquérito 2245 – o inquérito que deu origem ao Mensalão – o incansável amigo navegante Stanley Burburinho encontrou menção à Globo Comunicações e Participação.

O inquérito 2245 teve origem na Justiça de Minas,  e foi registrado no STF  no dia 26 de julho de 2005, porque alguns dos investigados tem foro privilegiado.

Desse inquérito surgiu a denúncia que o Ministério Público Federal apresentou, um ano depois.

O trecho para o qual  Stanley Burburinho chama a atenção é o que trata da “Gestão Fraudulenta de Instituições Financeiras”.

Basicamente, trata dos empréstimos supostamente fictícios que o Banco Rural fez ao PT e à SMP&B, agência de Marcos Valério.

A Justiça questionou o Banco Central sobre esses empréstimos e, em fevereiro de 2005, o Banco Central instalou uma “Verificação Especial” na área de crédito do Banco Rural (PT 0501301503).

O BC teria constatado uma série de indícios de gestão fraudulenta  nesses empréstimos. Eles seriam incompatíveis com as normas de risco correntes no mercado.

No caso do PT e de Marcos Valério esses empréstimos chegavam a 296 milhões, 10% da carteira do banco.

O banco dissimulou os riscos sobre os empréstimos, segundo o BC.

O que se lê na página 90 é que, nesse relatório do Banco Central, o (PT 0501301503), além dos empréstimos firmados com o PT e Marcos Valério, aparecem outros contratos suspeitos, com outros clientes.

Entre as pessoas físicas e jurídicas, o relatório cita:

– Moinho de Trigo Santo André S/A;

– Banktrade Agrícola Imp. Exp.;

– Tupy Fundições Ltda.;

– Globo Comunicações e Participações;

– ARG Ltda;

– Securinvest Holdings S/A;

– Ademir Martines de Almeida;

– Agroindustrial Espírito Santo do Turvo;

– Agrícola Rio Turvo;

– Cia. Açucareira Usina João de Deus;

– Usina Carola S/A;

– Viação Cidade de Manaus Ltda.;

– Amadeo Rossi S/A;

– João Fonseca de Goes Filho;

– Enerquímica Empreend. Participações;

– Noroeste Agroindustrial S/A.

O inquérito 2245 sugere que fosse aberta investigação especifica para investigar os indícios de gestão fraudulenta levantados pelo relatório do Banco Central.

Até onde se sabe, a investigação não foi aberta.

Veja os documentos:

 

 

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43 respostas

  1. Há alguma surpresa nisso?
    O macaco Zé Simão é que não erra uma.
    O MP no Brasil depois do Fernandinho, com contrato do amiguinho DD, e do Jô Soares, virou uma piada pronta.

    kkkkkkkkkkkkkkkk

  2. Fernando, tem um vídeo no meu canal sobre isso que postei no dia 20/08/2013 onde mostro o documento e onde as pessoas podem encontrar no MP. Se puder divulgar agradeço porque teve somente 83 views.

    Rede Globo e a denúncia do mensalão – Será que a justiça é seletiva?
    http://www.youtube.com/watch?v=p80GwbO-4pA

    Abraços.

  3. Diante destes fatos, so tem uma saida honrosa. Comecar uma nova investigacao e um novo julgamento no mensalao. Muito grave.

  4. Sera que a pressao da midia sobre a corte era pra camuflar esses fatos? Que coisa! Onde isso vai parar?

  5. É CLARO NOTÓRIO E SABIDO QUE A GLOBO É O QUARTO PODER NO BRASIL—- PODER AO QUAL OS DEMAIS SE SUBORDINAM—– OU ALGUÉM QUER SER ALVO DE CAMPANHA DA GLOBO.

  6. IMAGINE UMA FAMILÍA COM UM CAPITAL DE APROXIMADAMENTE R$ 100 BILHÕES (FORBES) MAIS UMA REDE DE TV – JÁ DIZIAM: ” A MÍDIA É O 4º PODER”.

  7. Quer dizer que o Quinzinho sabe de tudo, mas estava negociando a prisão do Dirceu (Algemado) para obter o apoio da Globo e zerar o débito da mesma com o fisco e outras maracutaias. Mas, me digam uma coisinha só? E este tanto de dinheiro que aparece neste inquerito cujos quais a globo é a principal beneficíaria, não será por isto e outros desvios, este desvário do Quinzinho, o Carlin do Pt, Fux, MM, o Marcos PavãoAurélio ficaram neste desespero para entregar o serviço (prender o Dirceue levá-lo algemado para a prisão). E agora, não fizeram o serviço e por isto não vão receber aqueles $$$$$$$$$$$$$$$ prometido. E o Quinzinho perdeu o apoio da Mídia na suas pretensões de se eleger Presidente???? Acho pouco e quero mais!

  8. Esse rancor desse Freire, me faz lembrar de um outro Freire. Também pernambucano, mas de cepa mais bem qualificada, que em 74 ganhou a eleição com o seu “sem ódio e sem medo”. Já tivemos Freire bem melhor

  9. Franklin Martins é uma reserva moral desse país, um grande quadro político e ideológico inigualável, um profissional do primeiro time do jornalismo brasileiro. Dilma está de parabéns ao escolhê-lo para a sua campanha de 2014.

  10. Creio que não precisa ser um intelectual para concluir que: os mais pobres são justamente os que tiveram menos condição de estudo, portanto acreditam nas mentiras desses lobos que estão no governo, sem contar as “BOLSAS” que nada mais é do que compra de votos.

  11. Um gráfico ainda mais interessante a se analisar seria o da evolução salarial versus custo da cesta básica porque estar empregado não significa estar sendo dignamente remunerado.

  12. Esta muito estranho este presidente do Supremo sair fazendo palestras em centros produtores e divulgaores do pensamento americano. Ele parece ser mui amigo e devemos lembrar que o que e bom para os EUA nao e bom para o Brasil. A prisao da reporter de um jornal brasileio, mesmo tao servil quanto o Estado, deve ser repudiada por nos, brasileiros.

  13. No Brasil 247

    O RISCO MARINA

    Miro Teixeira MIRO TEIXEIRA

    29 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 13:54

    No caso de Marina querem inverter a história, como se estivesse ela a pedir um privilégio. Se o estivesse, talvez fosse atendida. Mas não está. Reclama o cumprimento da Constituição do País
    Marina Silva virou sinônimo de ameaça a um Estado degradado pela traficância de poder enriquecedora de dirigentes partidários que se distanciaram da representação do povo e do pluralismo político, certos da impunidade assegurada pela dissimulação da verdade e da propaganda enganosa.

    Programas assistenciais insuficientes são apresentados como conquistas do povo pobre, sempre chamado a se opor aos demais brasileiros, os da classe média, chamados de ricos, na versão caricata da luta de classes que traz fortunas aos bajuladores bem remunerados do poder.

    De tão miseráveis, os miseráveis não percebem que são enganados quando se anuncia quantos brasileiros saíram da linha de extrema pobreza, definida por uma renda mensal inferior a setenta reais para cada pessoa de uma família. Abaixo de setenta está na extrema pobreza. Com setenta e um, está fora. É de um ridículo que beira a atrocidade. É o cinismo a desacatar os pobres

    Felizes estão os que recebem o Bolsa Família. Como já dizia o Betinho, quem tem fome tem pressa. Mas tal felicidade ficaria abalada se soubessem que ganham uma terça parte do auxílio-reclusão.

    Pois é em nome dessas e outras migalhas alardeadas como alavancas da dignidade da pessoa e da cidadania que se escorcha a população com impostos, taxas, contribuições que sustentam as máquinas corrompidas.

    Contra quem se insurge, vem o brado galhofeiro da luta de classes, que ecoa no silêncio covarde dos que têm o dever de falar e silenciam temerosos do patrulhamento que dissuade a reação à farsa.

    Os beneficiários da farsa, da tragédia e do medo impõem obstáculos à trajetória de Marina e ao registro, na Justiça Eleitoral, da Rede, e procuram desqualificar suas virtudes anunciando que eles não cumpriram as regras do jogo. Temem a rebeldia de uma voz serena.

    De que jogo falam, afinal de contas? Da cumplicidade, das alianças secretas? Do oportunismo? Da delinquência estatal e privada?

    Pois bem. Eles desconheciam o jogo e suas regras, e, se o conheciam, preferiram não jogá-lo. Mantiveram a postura digna e decidiram não encaminhar à Justiça 220 mil fichas de verificação duvidosa.

    Correndo contra tudo, já tiveram validados 450.432 apoios ao Rede e 95.206 outros não foram validados sem qualquer razão explicativa do ato administrativo, como mandam nossas leis. Totalizam, portanto, 545.638 apoiamentos legalmente amparados, 53 mil acima do número mínimo de 492 mil.

    Não há mágica nos números. A mágica estará na interpretação da lei. Prazos não cumpridos pelo poder público e recusa de emitir documentos segundo as normas atacam direitos dos cidadãos.

    No caso de Marina querem inverter a história, como se estivesse ela a pedir um privilégio. Se o estivesse, talvez fosse atendida. Mas não está. Reclama o cumprimento da Constituição do País.

    Em 27 de novembro de 1984, ao decidir questão sobre a eleição indireta para Presidente da República, ocorrida em 1985, o Tribunal Superior Eleitoral, o mesmo ao qual agora Marina recorre, decidiu contra as regras desejadas pelo Poder de então, que queria anular os votos dados a candidato de partido diferente do parlamentar votante. Pela pleiteada regra da fidelidade partidária, Paulo Maluf estaria previamente eleito presidente da República. O Tribunal se louvou acima de tudo na Constituição e libertou o parlamentar eleitor da regra da fidelidade partidária: deu Tancredo. A ditadura acabou.

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