A “condução coercitiva” do Doria Jr. O da Vila Kennedy, óbvio

outrodoria

A história é perversamente irônica, volta e meia.

No mesmo jornal a Folha de hoje –  em que João Doria Jr. assumiu o estelionato de suas promessas de exercer por todo o mandato o cargo de prefeito de São Paulo,  conta-se a história de outro Doria Jr., o relojoeiro Carlos Alberto, de 26 anos, na Vila Kennedy, detido por militares do Exército, manietado com uma tira de plástico, levado a um quartel, depois a uma delegacia de política na mala de uma “viatura”, depois a um presídio, num périplo de 36 horas pelo crime de…ter reclamado de ter sido lançado spray de pimenta em seus olhos.

Os dois episódios, cada um à sua maneira, ilustram no que dá meter-se em aventuras.

O Doria João, no que dá apelar a um aventureiro sem escrúpulos para fazer dele o símbolo de sua “vitória”, como fez Geraldo Alckmin. Chegou-se a um grau de imprevisibilidade que faz  Vera Magalhães, a tucaníssima colunista do Estadão, dizer que “Geraldo Alckmin e seus aliados temem que, uma vez fora da Prefeitura, João Doria Jr. volte a flertar com uma candidatura à Presidência, fustigando o aliado que demora a crescer nas pesquisas”.

O Doria da Vila Kennedy parece mostrar aos comendantes militares o tamanho do perigo de ver envolvido em episódios que coloquem as Forças Armadas no centro de escândalos que as desmoralizem. Um caso que poderia ter terminado num simples “deixa disso” revela o risco de que, alguma hora, termine num tiro e num cadáver.

E pra quê? Pra nada, como nos versos de Ascenso Ferreira.

A cereja do bolo de ironias do jornal de hoje é posta pela procuradora geral da República, Raquel Dodge, indo ao Supremo defender – ela que seria a fiscal da lei – a ilegalíssima condução coercitiva sem que tivesse havido recusa em comparecer espontaneamente.

Sem isso, como montar para o Ministério Público cenas tão espetaculares como a dos soldados na Vila Kennedy? Como alimentar os jornais com o heroísmo moral dos locupletados promotores e juízes?

Talvez fosse o caso de repetir a frase que levou o Doria da Vila Kennedy a passar 36 horas “conduzido coercitivamente” pelo sargento Pimenta a um quartel, uma delegacia e a um presídio: “tá maluco, querendo esculhachar morador?”

Estão, rapaz, estão. Morador e eleitor.

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11 respostas

  1. É só mais um Silva.Não estão nem aí.Operação tabajara.E as elites ó……..só no molengotengo!

  2. Enquanto isso a intervenSSÃO ainda não começou, com troca de comandos e rotinas, o que vemos são apenas demonstração de força.

  3. Ditadura jurídico-midiática transformando-se, paulatinamente, em ditadura militar, em reles gorilada. “Protesto é quando eu digo que algo me incomoda. Resistência é quando eu me asseguro que aquilo que me incomoda nunca mais acontecerá”, de Ulrike Meinhof, pela Fração do Exército Vermelho, sessão RFA.

    1. Fui bloqueado no 247 porque citei esse grupo. Que censura!

      O contexto do comentário foi sobre o super-golpista dono da Riachuelo que chamou as manifestantes de terroristas quando da ocupação de uma de suas fábricas no Dia Internacional da Mulher.

      Lembrei que lá, diferentemente daqui, mataram o presidente da Confederação de Indústrias Alemãs (por sinal, um ex-oficial da SS). Aqui não temos nem um centésimo disso.

  4. Falando em Dória , lembre se de Serra fez o mesmo na prefeitura . Há época registrou em cartório que ficaria na prefeitura até o final do mandato., ficou apenas um ano e meio . Tucanos são assim , leves , livres e soltos . O resto e ditadura .

    1. Parece mesmo fórmula pra tucano ganhar prefeitura. Promete que vai cumprir o mandato pra sair depois de menos de dois anos candidato de novo

  5. As forças armadas brasieliras nunca se prestaram a nada mais do que issso.
    São uns merdas que brincam de soldado gostam mesmo é de torturar brasileiros
    A imensa maioria dos oficiais desconhece o sentido da palavra soberania, não sabem o que é autodeterminação de um país. Exemplo mais claro do que o Etchegoyen não existe. Um lambe cu de uma familia de lambe cu.
    Uma das poucas no miundo que já voltou armas contra seu prórpio povo.
    Nada de estranho!

  6. (modo ironia ligado – hoje em dia tem de avisar essas coisas ) Pois é, quem é o sujeito pra reclamar do “sordado”? tá pensando o quê? Que isso é uma democracia? Hummm!

  7. Eu gosto disso tudo pq esse Dória tem muito a ensinar ao povo de SP e ao seu padrinho Alckmin!! Pena q os mais prejudicados com suas maldades são os paulistanos menos privilegiados como esse relojoeiro.

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