Bumlai, o “amigo do Lula”, era sócio de Galvão Bueno no Burger King

burger

A incansável Helena Sthephanowitz publica hoje, na Rede Brasil Atual, a informação, esquecida por quase toda a mídia, que o famoso “amigo do Lula” já era, antes de cavar seu espaço junto ao petista, não apenas um grande pecuarista, mas também um grande empresário: um dos sócios da Burger King, rede de lanchonetes americana no Brasil. Era, porque a vendeu em 2010 por R$ 4 bilhões  para a a BR Partners, num negócio abençoado pela 3G Capital, do empresário e homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemman, dono da  ABInbev, antiga Ambev, junto com Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que passou a ser dona da matriz estrangeira.

E a Helena dá uma informação interessante: o locutor Galvão Bueno, o mais chato narrador esportivo do planeta, era sócio de Bumlai no negócio. Bumlai nunca foi, portanto, um “sem ter onde cair morto” a quem o BNDES fez empréstimos, como se quer fazer crer.

Reproduzo, abaixo, um trecho do post da Helena, tendo tido o cuidado, antes, de ir buscar na Junta Comercial do Estado de São Paulo o acordo de acionistas do qual constam Bumlai e Galvão, devidamente registrado sob o número 332.044/04-0, do qual foi reproduzida a ilustração.

“De acordo com as notícias publicada na imprensa, Bumlai só foi apresentado a Lula em 2002, quando já era um dos maiores criadores de gado do Brasil. Fez o mesmo que outros grandes empresários dispostos ao diálogo, considerando que, à época, muitos hostilizavam ou temiam um governo petista.

Mas, convenhamos, se “ser amigo” já é criminalizado pela imprensa tradicional, como deveriam tratar “ser sócio”?

Pois o narrador esportivo da TV Globo Galvão Bueno foi sócio de Bumlai na rede de fast food Burger King no Brasil, numa composição empresarial que tinha ainda o ex-prefeito de Santos e atual deputado federal Beto Mansur (ex-PSDB, ex-PP e atualmente no PRB) e do piloto de Fórmula Indy Hélio Castro Neves.

João Carlos Saad, dono da TV Bandeirantes, foi sócio de Bumlai na TV Terraviva, dedicada ao agronegócio, que também teve como sócio o também empresário Jovelino Mineiro, que por sua vez, foi sócio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na fazenda Córrego da Ponte, no município mineiro de Buritis.

O pecuarista José Carlos Bumlai tem muitos outros amigos políticos, alguns deles graúdos empresários da bancada ruralista. O ex-governador de Mato Grosso e atual senador Blairo Maggi (PMDB-MT), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (PMDB-RJ), criador de gado; Jonas Barcelos (ex-dono de freeshops em aeroportos e ligado ao ex-senador Jorge Bornhausen (PSD-SC), também criador de gado. E se aproximou de petistas matogrossenses antes de Lula chegar à presidência, no período em que o PT governou Mato Grosso.

É óbvio que ninguém pode ser criminalizado por atos de terceiros, apenas por ser sócio, parente, amigo, colega de trabalho ou o quer que seja, se não participou de atos ilegais.

Mas é óbvio também que há muito cinismo dos veículos de comunicação que tiveram negócios com Bumlai, em apresentá-lo ao distinto público apenas como se fosse “amigo” exclusivamente de Lula.

Como diz hoje na Folha o José Simão: “Ufa! Ainda bem que eu não sou amigo do Lula!”.

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7 respostas

  1. O malabarismo feito pelo blog é digno de aplausos. Há uma questão concreta que envolve dívidas contraídas por Bumlai para financiamento de campanha do PT, quitado por contratos da Petrobras.
    Ele poderia ser amigo de Jesus Cristo, sua prisão não foi decretada por isto, qualquer imbecil entende isto, no entanto o blog faz questão de bater nesta tecla, como se estivéssemos acompanhando um caso de perseguição política pura e simples.
    O nome disto é mau caratismo.

    1. O texto é absolutamente claro em dizer que não é crime ele ser sócio de quem quer que seja. Como não é crime ser amigo de quem quer que seja. No entanto o texto da mídia é sempre “o amigo do Lula”. Para usar a sua frase, “qualquer imbecil entende isso”.

  2. Lógico que o Bunlai não está preso SÓ por ser amigo do Lula.
    Qualquer imbecil reconhece que a expressão ‘amigo do Lula’ é uma figura de linguagem chamada eufemismo. Sem estilo, seria o ‘comparsa do Lula’.
    Mas pensando bem, não é que o Bunlai poderia ser um tucano? assim como o coxinha Bernardo Cerveró?….
    O blogueiro concebe que seus seguidores usam fraldas e chupetas.
    Já já os tijoleiros vão choramingar que Galvão Bueno não foi preso por ser da Globo…buá, buá, buá…

    1. ” …
      Depois de viver dois anos na Europa, trabalhando para a Shell, Delcídio Amaral voltou ao Brasil. Foi diretor da Eletrosul em 1991, responsável pelo planejamento energético da região sul.

      Em março de 1994 ocupou a secretaria executiva do Ministério das Minas e Energia, onde permaneceu até setembro. No final do governo Itamar Franco foi ministro de Minas e Energia, de setembro de 1994 a janeiro de 1995.

      No governo Fernando Henrique Cardoso, foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás, entre 2000 e 2001, quando trabalhou com Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, dois dos delatores da Operação Lava Jato.

      Algumas fontes afirmam que foi filiado ao PSDB entre 1998 e 2001.[1] [2] [3] Outras afirmam que ele teria assinado a ficha de filiação ao partido mas esta nunca teria sido homologada.[4] [5] [6] Em 2001 ele se aproxima do PT e se torna secretário de infra-estrutura do então governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, e na sequência, apoiado por este, elegeu-se ao Senado em 2002 pelo PT.[7]


      Está na wikipedia…

      1. “…
        Na semana passada, foi tornado público depoimento do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, no qual ele cita a empresa Iberbras como receptora de parte da propina de 15 milhões de dólares que viabilizou a venda da refinaria de Pasadena, nos EUA, da belga Astra Oil para a Petrobras.

        Como mostrou CartaCapital, a Iberbras leva ao nome de Gregório Marin Preciado, um espanhol radicado no Brasil e investigado na CPI do Banespa.

        A companhia está registrada no nome da filha e do genro de Preciado, que vem a ser casado com a prima do senador José Serra (PSDB-SP), de quem foi sócio e doador de campanhas. Segundo Fernando Baiano, a empresa do “primo” de Serra ficou com um valor entre 500 mil e 700 mil dólares por ter direcionado parte da propina de Pasadena.
        …”

        Está no Conversa Afiada…

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