Bolsonaro finge não ver o que até os burros vêem

Jair Bolsonaro está criticando as medidas restritivas decretadas pelos governadores dos Estados.

E tomando “invertidas” de personagens que são reconhecidamente medíocres, como Wilson Witzel e João Doria.

Medíocres, mas que acabam por parecer gênios diante da ameba furiosa que preside este país.

Tomara que amanhã as decisões possam ser consideradas um exagero – embora eu ache que serão julgadas até tímidas – e não tenhamos aqui o desastre de proporções italianas, com 624 mortes nas últimas 24 horas (poderia dizer Espanha, com 210, ou Irã, com 149).

Quando surgiram os primeiros casos na Itália, em pequena cidades na região da Lombardia, fecharam-se as visitas ao Doumo, a catedral símbolo de Milão. A coisa lá, no final de fevereiro, andava mais ou menos como anda aqui e, preocupados com a economia do turismo, apelaram a um tosco patriotismo e, dia 2 de março, reabriram as visitas para os poucos turistas que tinham.

Claro que é impossível determinar quantos casos de contaminação aconteceram ali, ou mesmo se aconteceu algum. Mas o fato é que, em lugar das poucas dezenas, a capital econômica da Itália tem 20 mil casos e mais de duas mil mortes.

Urgente é produzir medidas que retardem o quanto for possível a eclosão de uma onda que nosso sistema de saúde não terá como suportar e garantir que as pessoas possam contar com os parcos empregos que têm hoje.

Os aeroportos e as viagens interestaduais vão parar de qualquer forma e, por isso, sua interrupção não acrescentará muito custo humano, porque serão poucos os voos e ônibus. Mas nestes, alguns poucos casos podem chegar e multiplicarem-se exponencialmente.

E não, como faz Jair Bolsonaro, ficar indiferentes a que “morram velhinhos”, cuja hora não ia demorar, talquei?

Temos a comunicação virtual para famílias e negócios. Não é o mesmo, claro, mas é o que temos para estas semanas.

 

 

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