Bolsonaro está errado. Mas se for na “roça”, Alckmin, pode?

Todos “caíram de pau” na cena de Jair Bolsonaro “ensinar” a uma pequena menina, de colo ainda, a fazer o gesto de quem aponta uma arma de fogo.

Com razão.

Nem para alguns dos desavisados que acham que possuir uma arma é a solução para a segurança e o apóiam a coisa caiu bem.

Foi um daqueles atos que se praticam porque “é mais forte que a gente” e brotam da própria natureza do sujeito que a pratica.

Mas é bom não esquecer que, de olho nos alucinados que migraram do voto tucano para o voto “com cano”, o senhor Geraldo Alckmin também defendeu  facilitar o porte de armas para quem vive no campo.

“Porte de armas pode ter. Na área rural até deve ser facilitado”, disse.

Reparem, não é posse, doméstica ou profissional, de uma arma, o que já é um perigo, mas é e nunca deixou de ser legal.

A posse é permitida, desde que haja registro, com a comprovação de residência, ausência de antecedentes criminais e da aptidão psicologica e de manuseio. A posse “autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa”, pela Lei 10.826.

E ter 25 anos, ao menos, além de autodeclarar o motivo de querer tê-la. O cidadão, pasme, pode ter legalmente em casa até seis (!!!) armas de fogo.

Portar, que é o que Bolsonaro defende indiscriminadamente e Geraldo Alckmin sugere para a “área rural” – quem sabe igual ao “Velho Oeste”, deixando a arma na entrada da cidade – é outra coisa diferente. É andar armado em locais públicos, com a arma embalada e pronta para uso.

Por exemplo, quem sabe, numa “fechada” de automóvel, numa discussão com o vizinho, por causa de umas vacas fujonas ou uma cerca rompida. Ou atirar no garoto que foi roubar umas goiabas, Ou, quem sabe, sob os eflúvios da “marvada pinga”…

Porque, mesmo para a sempre alegada defesa da propriedade, até mesmo contra ladrões que invadem um sítio,  se você está nela, o efeito da posse e do porte é o  mesmo.

Em ambos os casos terá de ser provada a necessidade do uso e a proporcionalidade  que caracterize a legítima defesa.

O porte de arma é permitido desde que quem queira se habilitar a ele demonstre “a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física”.

Do contrário, seria o armamento “amplo, geral e irrestrito”, porque qualquer um poderia pedir e obter autorização para andar armado e fazer, deus nos proteja, uso da arma segundo seus próprios critérios e humores.

Num país onde se mata, em um ano, mais do que morreram norte-americanos no Vietnã em dez, fazer demagogia com armas, como faz Bolsonaro, é desqualificante para qualquer um, inclusive Alckmin.

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24 respostas

  1. E o “picolé de chuchu” Geraldo Alckmin embarca no “caveirão eleitoral” de Bolsonaro.

    Na essência é tudo igual, basta lembrar que S. Paulo, a muito governado por Alckmin, tem a Polícia que mais mata do Brasil, um verdadeiro oásis fúnebre, o consentido “auto de resistência”.
    #LicençaPraMatarPobre

  2. Quando falamos em armas para todos nos referimos ao povo em geral, ou apenas aos maçons, classe média alta, que já tem o apoio das armas do exército, das policias e por ai afora.
    Se a UDR irá se armar mais, por que não armar o MST??
    Se a Febraban irá ter mais armas, por que os sindicatos dos bancários não pode?
    Se assassinaram 70 ruralistas o ano passado e nenhum latifundiário, os ruralistas também tem direito a arma.
    LulaLivre

    1. Pois é, esse papo. de “liberar” as armas é só papo. Bolsonazi é a favor de armar jagunços, seguranças e grupos fascistas. Alckmin também. Quando o ladrão de merenda fala em “região rural”, ele NUNCA está se referindo a pequenos agricultores ou trabalhadores rurais sem terra.
      Essa questão das armas precisa ser repensada pela esquerda. É de Lênin a frase “nossa única garantia de democracia é um fuzil no ombro de cada trabalhador”.

      1. Verdade. Se é para virar um faroeste, então que seja liberado para todos (tendo em vista que os jagunços ruralistas já estão armados há anos e a turma do tráfico também). Esse pessoal não vai sossegar até criar uma guerra civil.

    2. É exatamente isso. O Bolsonaro prega a Luta de classes. É claro que arma em um suposto governo dele não vai ser liberada para a senzala.

    3. Bozossauro só quer o apoio dos ruralistas. O termo correto, no seu comentário, seria “agricultura familiar” ou pequenos agricultores. São os que plantam alimentos. Os latifúndios plantam soja. E quem come soja, no dia a dia? Mas tens razão num ponto: ruralista quer arma para matar gente do MST. Mas nem precisa de lei para isso, pois eles já provaram que andam armados.

      1. Plantam alimentos para eles, ou seja agricultura familiar para seu próprio sustento. Precisamos de produção em alto escala só quem pode fazer são os grandes produtores desse país.

    4. É exatamente isso. O Bolsonaro prega a Luta de classes. É claro que arma em um suposto governo dele não vai ser liberada para a senzala.

    5. Um negro, ao ser parado pela polícia, será levado a sério quando disser que a arma é própria?
      Uma mulher que atire para se defender terá sua alegação de legítima defesa considerada pelo juiz?
      Claro que não, como lembraram os colegas, a sociedade de classes continua a mesma.

  3. A relação de Boçal Nato com as armas é algo fálico, só pode ser – o cara só pensa “naquilo” o tempo todo!

  4. “Para que possamos defender nossas famílias”, é o mantra da classe reacimédia. Apenas mais uma idiotice largamente difundida neste país idiotizado.
    A cada dia que passa, a cada manifestação estúpida que presencio, mais diminui minha esperança de que algo possa acontecer para nos livrar do abismo.

  5. A relação de Boçal Nato com as armas é algo fálico, só pode ser – o cara só pensa “naquilo” o tempo todo!

  6. GOLPISTAS ESTÃO EM PÂNICO… PENSAM QUE VÃO À ALGUM LUGAR ELEITORAL, MAS A PRAIA DA DEMOCRACIA É AMPLA E AGUARDA ANSIOSA, OUTUBRO ESTÁ CHEGANDO, OS CORPOS DAS CANDIDATURAS DOS TRAIDORES QUE ROUBARAM OS DIREITOS SOCIAIS E TRABALHAISTAS DOS BRASILEIROS! XÓLA KOXINHA!

  7. Se liberar arma de fogo para o Estado de São Paulo. Tipo liberou geral. Vai ser preciso primeiro extinguir a Polícia Militar se não vai haver guerra. O PCC agradece!!!

  8. Voto tucano para voto com cano confundem-se hehehe. O chuchu deve estar se referindo às terras sem lei que já existem aos quatro cantos desse país. Vejam o Pará, o Mato Grosso, o interior de Minas, ou do Goiás, ou do Paraná. Nem precisa falar em São Paulo ou Rio de Janeiro. Fazendeiros e seus jagunços especialmente armados e especializados em grilagem de terras contra sem terras, índios e quilombolas.

  9. “Quem não reagiu está vivo” (ALCKMIN, G., 2012).
    Frase proferida após a violenta desocupação da comunidade Pinheirinho. Não é só Bolsonaro que tem “natureza de escorpião”. O outro citado, de santo só o apelido na planilha da Odebrecht.

  10. Você se esquece que na fecsda de 70, 80% da população tinha arma e não era uma calamidade, se informa antes de falar besteira.

  11. Já imaginaram? A ladrãozada vão se armar até os dentes, pois sabendo que cada um pode ter porte de uma arma de fogo ou numa família imaginemos cinco pessoas habilitadas. Os ladrões vão assaltar sítio por ai que não vai ser mole.
    Ô Loco meu, eu francamente não saberia responder u qual será pior. Temos que levar em conta que por segurança todo cidadão vai querer ter uma arma em casa. Qualquer barulhinho tome balas.
    Seja u q Deus quiser e tome balas.

  12. ALCKMIN é o ESTADO mínimo. Onde os ricos são cada dia mais ricos. BOLSONARO é o braço armado dos mais ricos para defenderem a qualquer preço suas fortunas.Para (ALCKMIN & BOLSONARO) pobre só serve para ser explorado pelo NEOLIBERALISMO.

  13. As armas são inúteis em um país de verdadeiros cristãos. Contudo, no mundo de lobos em que vivemos, uma população desarmada e destreinada é tratada como gado. Por isso, sofremos um golpe de estado a cada 30 anos. Por isso nossas riquezas nos são roubadas. Os gringos sequer necessitam de uma invasão armada. Depois desse último golpe a esquerda deveria estar se armando até os dentes, ou ainda acham que esse golpe vai cair com votos apurados em urnas eletrônicas que não deixam rastros de fraude e com juízes eleitoras parceiros de moro?

  14. A LIBERDADE DO FUZIL

    Mao tsé-Tung

    Líder da revolulção chinesa

    O SONHO NÃO ACABOU

    Eu poderia fazer diversas considerações sobre os mais variados complicadores, e contradições na vida do proletariado Brasileiro. Mas de fato não há considerações gerais a se fazer; além do atraso social, cultural, politico e econômico, que se desenrola na luta de classes dentro do sistema democrático burguês, em nossa sociedade. Quem desejar enxergar, poderá ver sem a necessitar de comentários adicionais.

    A burguesia nacional, que é parte do “ciclo simbiótico” da burguesia internacional, prega através de suas instituições: Estado, Igreja, Escola, Imprensa, Associações…, a paz entre classes. Ela ignora o profundo abismo de antagonismo que entre elas existe. Por outro lado, só para se garantir, arma as suas instituições repressivas como guardas municipais, policias estaduais e federais, forças nacionais, e exércitos. Tudo isso em nome da ordem pública e para a manutenção da “pax”*. A tal ordem, deveria ser fruto da livre consciência de uma sociedade desenvolvida e igualitária. Satisfeita em suas necessidades substantivas, e não da força imposta por uma ordem de classe, a base da baioneta, à outra.

    O que podemos ver na verdade é uma ideologia fundamentada na opressão e repressão, para a constituição e manutenção do poder. A dialética histórica ensina que a formação de toda sociedade burguesa foi pautada pela força, e é por esse motivo oculto, enquanto informação, que se mantém sob a mira do fuzil, o status quo da malfadada e frágil democracia burguesa. Haja visto a necessidade de constante reiteração em público, por parte dos representantes políticos da classe dominante, de que vivemos em uma “plenus democratia”. Se esta condição fosse verídica, não necessitaria de constantes sui affirmatio.

    O fuzil é nas mãos do trabalhador, a peça chave para sua liberdade. Ele é a negação da violência; enquanto violência na luta de classes. Porém nas mãos do estado burguês, é a negação da liberdade e da paz, dentro do quadro antagônico entre as duas classes. Para coibir essa expressão do pensamento proletário, a imprensa burguesa promove uma alienação em massa, condenando o uso da força, e do apoio à luta armada. Enquanto isso, faz mea culpa em suas criticas não contundentes ao sistema de opressão estatal. Esse jogo na disputa da consciência do trabalhador, se da unicamente para manter a estabilidade do poder em suas instituições, que devem sempre estar acima da critica, ou sofrer criticas parciais.

    Ao se abstrair da conjuntura, a consciência pode enxergar claramente o principio dessa negação e suas dimensões. A critica proletária e importante no processo de transição sistêmica, porém facilmente superada pelo confronto direto. “Pois a arma da critica não pode suplantar a critica das armas”.(Hegel-Karl Marx)

    Analisando a constituição do universo, observamos que tudo se mantem pela força. Toda uma ordem universal, galáctea e planetária, obedecem a uma figura maior, de superior envergadura, proveniente do movimento dialético de sua constituição. Imaginemos a força necessária para manter a terra em orbita, e a força utilizada pela terra par a manter os mares, o vento, os homens plantas e animais em seu ciclo de vida. Assim, a força exerce sobre a existência um poder supremo e dominante. No entanto sabemos que onde há força há resistência. Nesse principio dialético dos contrários, um exercerá supremacia sore o outro. Nessa linha de pensamento, uma nação mais armada sempre exercera domínio sobre a outra, sobre sua economia, politica e cultura. Um exemplo disso é o poder da Rússia, dos Estados Unidos, e da china. Da mesma forma, uma classe mais organizada, mais forte, exercerá domínio sobre a outra. Assim é a relação da burguesia para com o proletariado. Essa força se dá principalmente pela supremacia das armas que essa classe dominante possui. Além de seu sistema politico-parlamentar, com adornos de democracia, antiquado e repressor

    O preço da liberdade é alto. Ela passa pelo rompimento de velhas culturas de domínio intelectual, emocional e religiosos. E para combater um fuzil, só a critica de outro fuzil, concederá igualdade na luta. Por esse motivo, este norte do embate proletária precisa ser levado a cabo, a fim de que os grilhões da miséria, da fome, do atraso intelectual e da escravidão assalariada sejam rompidos. Ele passa por uma luta sangrenta na conquista do poder pela força. O mesmo fuzil que mata, liberta e traz à vida a uma geração altaneira em sua consciência, e plena em liberdade. Em uma nova forma de democracia.

    Trabalhadores em armas contra

    a desigualdade social

    Mao tsé-Tung, líder da revolução proletária chinesa, revelou que o trabalhador só poderá encontrar a paz ansiada, através da luta armada; apesar de não deseja-la. “Somos a favor da abolição da guerra, não queremos a guerra. Mas a guerra só pode ser abolida com a guerra. `Para que não existam mais fuzis, é preciso empunhar o fuzil.”, Ele quis dizer, que na luta dos contrários, com a vitoria do proletariado e a constituição da liberdade substantiva, não haverá mais necessidade do uso da força para manter a orbita social em constante desenvolvimento. Apenas o uso da dialética se fará necessário, pois as contradições para uma existência pacifica se terão dirimido. Surgindo assim as condições adequadas para uma nova estrutura social, livre e superior!. A citar: Cuba e Coréia do Norte.

    *PAX: é o longo período de relativa paz, gerada pelas armas e pelo autoritarismo. (wikipedia)

    http://consideracoesdialeticas.blogspot.com/2013/01/a-liberdade-do-fuzil.html

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