Arquivos da intervenção deram a Witzel segredos da milícia , diz jornalista

Há mais coisas entre a Barra da Tijuca e o planalto brasiliense do que supõe a nossa vã filosofia.

Maria Cristina Fernandes, hoje, no Valor, ao analisar os desdobramentos das ações policiais na política (leia o artigo completo aqui), dá uma informação relevantíssima para quem quiser entender caldeirão de pressões, segredos e chantagens em que estamos mergulhados:

A linha dura na segurança pública coloca Doria em concorrência direta com Witzel pela raia bolsonarista. Além de exibir uma letalidade policial que é o dobro da de São Paulo, o governador do Rio tem armas inexistentes no arsenal paulista. Quando deixaram o comando da segurança pública no Rio, em dezembro de 2018, os militares levaram para o Centro de Informações do Exército todos os arquivos que diziam respeito à atuação de sua tropa e entregaram para o governador eleito as informações relativas às policias estaduais e às milícias por elas controladas. Foi assim que Witzel colocou algumas braçadas à frente de Doria. Sua polícia não apenas é a que mata mais como também é guardiã do mais disputado acervo da República. Aquele que conta a história de como o descontrole do poder armado deu asas ao maior fenômeno da direita na história nacional.

Fernandes é profissional extremamente séria e não estaria dizendo isso sem ter boas fontes.

A briga entre Witzel e Bolsonaro talvez se explique por aí. O juiz-fuzileiro, para atacar o capitão-artilheiro deve, de fato, ter munição de grosso calibre.

Da mesma forma, o interesse em retirar o caso Marielle da polícia estadual e entregá-lo a pessoas “de confiança” na Polícia Federal pode se explicar por este acervo de informações.

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9 respostas

  1. Briga de DELINQUENTES da pior espécie .O terrível disto é que eles controlam e fazem uso da ESTRUTURA DO ESTADO para produzir seus crímes.
    O TERRORISMO DE ESTADO ESTÁ A CAMINHO,… DE NOVO.

  2. PCC x Milícias. É isso mesmo que nos tornamos? 11 meses de “governo” e não saímos das páginas policiais

  3. Brito, li o artigo. Não me pareceu que o Witzel tenha nada bombástico em mãos. Se tivesse, já estaria detonando os Bolsonaros, porque ele sabe que, mesmo sendo muito grave, qualquer denúncia levaria perto de um ano para produzir resultados, e a melhor chance dele seria forçar uma nova eleição até o final do ano que vem, porque, se demorar até 2022, o clã vai consolidar sua versão das SS, a tal aliança, e será extremamente difícil apeá-los do poder sem derramamento de sangue.
    Estou muito preocupado é com a farsesca repetição da ascensão de Hitler. As direitas, dos liberais aos autoritários, já adotaram a mesma complacência com Bolsonaro com que presentearam o austríaco entre 1929 e 1933, e pelos mesmos motivos – conter as esquerdas. E com as mesmas ilusões de que poderiam dominá-lo. Ora, isto só seria possível se Bolsonaro entendesse o Grande Jogo, versão política interna, mas ele faz parte daquela porção da sociedade que provavelmente jamais ouviu falar disso, e não entende os sinais que lhe dão. Faltava um elemento: a organização paramilitar que sustentava o poder nazista frente ao Reichwehr, as SA. Pois agora Bolsonaro deu início à sua formação, ou alguém duvida que o tal partido 38 vai estar cheio de soldados, cabos, sargentos, tenentes e detetives (e também delegados e oficiais mais graduados)? No momento certo, seu núcleo mais duro (sua SS, por assim dizer) lançará sua Noite das Facas Longas sobre Witzel, Doria, Lula, Ciro, as esquerdas em geral e muitos liberais, a exemplo do arrependido Reinaldo Azevedo. Mas a semelhança se esgota aí, e não sei se isso será bom ou ruim, porque essa ditadura bolsonarista, sem a loucura do expansionismo militar dos nazistas e a guerra consequente, poderá se estender por duas ou três décadas, destruindo o Brasil de vez.
    Este país vive em equilíbrio precário, e nosso maior inimigo sabe disso a muito tempo. Faltava uma política de destruição dos Estados Nacionais, e essa política ele já implementou, basta ver o que ocorreu no Iraque, na Líbia, na Síria, etc. Eu, pela idade, talvez não presencie isso, mas sinto que aqui está em gestação a próxima leva de guerras civis destruidoras…

  4. Um delegado da polícia civil do Rio falou às televisões explicando a extensão, as atividades que controla nas favelas e o modus operandi das milícias cariocas, com gráficos e tudo mais. Pelo menos a mim deixou-me muito surpreso. Se um delegado fala assim abertamente da milícia, é porque foi autorizado a tanto, e a briga que envolve polícia e milícia já está no último patamar, o da transparência..

  5. Mas como tem bandido no poder!
    E os generais atiçando brasas. A intervenção militar no rio foi um desastre e deixou lixo no caminho.
    Nada do que agora está no poder presta!
    Golpistas, que desastre!

  6. O que causa mais espanto é ver no Alto Comando das Forças Armadas, generais apoiando ou, no mínimo, aceitando tranquilamente este quadro que em breve se tornará um problema de segurança nacional sem precedentes, cuja solução, provavelmente, exigirá o recurso às armas.
    Os sangrentos conflitos do México, onde cartéis do narcotráfico comandam exércitos fora de qualquer possibilidade de controle, é o cenário que se afigura no horizonte do Brasil.

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