A vergonha dos vencedores

O decreto da liberação da posse de armas – segundo Bolsonaro, apenas um aperitivo, “apenas o primeiro passo”, para franquear o acesso generalizado a armamento para a população – não pode ser julgado apenas no campo político.

É um retrocesso civilizatório que nos custará muitas vidas e muitos anos para reverter.

Não fosse isso, diria que foi a derrota política inaugural de Jair Bolsonaro.

É algo que, mesmo antes das tragédias anunciadas que irá produzir, só encontrou apoio incondicional em seus adeptos mais radicais.

A classe média, sempre tão feroz na teoria, passa a viver o medo de que o seu vizinho de porta tenha uma, duas,  várias pistolas.

Ou o caixa da padaria. Ou o dono da quitanda, que você andou chamando de ladrão por cobrar 10 reais no quilo do tomate. Ou o inspetor da escola dos filhos.

Os neoliberais “cult” não tiveram peito de defender  e o próprio Sérgio Moro fez questão de ficar nas sombras no anúncio da “grande conquista”, mesmo sendo, agora, o responsável pela Segurança Pública.

A comparação dos perigos oferecidos por uma arma de fogo com os riscos de um liquidificador, feita pelo sempre energúmeno Ônyx Lorenzoni  ofende a inteligência de um asno.

Os vencedores estão envergonhados.

Só o núcleo selvagemente fascista celebra, e olhe lá.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

25 respostas

  1. Moro pode ter até se escondido, mas mesmo o mais idiota dos bolsominions sabe que ele faz parte disto. Além de Tofolly, de Mourão, de Villas Boas, de Maia, de Carmen, do TRF 4, enfim de tantos quantos ajudaram esta “besta apocalíptica” a chegar na presidência. Todos estão com suas digitais neste decreto e com ele serão varridos do poder e da história, mais cedo do que se possa imaginar.

      1. O mal já foi feito quando conseguiram eleger o fascista, o que retroage às origens da farsa da Lava Jato.
        Quer dizer, mais do que ao próprio Bozo, a morte de inocentes tem que ser debitada principalmente na conta de Moro, o Araucário Fraudador de Processos!

  2. Caro Fernando, venho, a cada momento que os afazeres me permitem, dar uma espiada. A tua presença por aqui é um alento. Com o perdão dos amantes de pistolas e outras engenhocas, pelo menos o liquidificador evitará um dano a mais aos valentões, já que não dispõe de maça de mira, facilitando o trabalho dos médicos, ao retirarem a peça e evitando gastos desnecessários junto aos armeiros.

  3. Éééé… Agora eu quero ver a turma do “Deus acima de todos” defender essa barbaridade… Ops, esqueci, tem padre e pastor posando com armas por aí. ????????

  4. Vc falou exatamente do meu medo, como sair de casa, como criticar algo errado na rua ou estabelecimentos, e o vizinho? Penso tbm nos meus filhos que sei não usarão armas, isso vai gerar naus medo na sociedade.

  5. Estão todos nadando no dinheiro que estão ganhando dos fabricantes de armas e na valorização das suas ações no mercado secundário

  6. Primeiro, não são vencedores (há que se questionar sempre e SEMPRE, inclusive historicamente (historiograficamente), essas eleições, a meu ver fraudadas, de um modo e/ou de outro, e tudo pós-golpe de 2016). São assaltantes, ladrões do poder. Segundo, que essa escória da escória, lixo político-ideológico não se envergonha com o que quer que seja. E terceiro, há que se dar utilidade benéfica prática, concreta, ao prestígio que se tem junto aos leitores conclamando-os a efetivarem ações engajadas, de intervenção direta (por menores que sejam) na realidade circunstante. O resto é poesia (e olhe que eu gosto de Poesia!…).

  7. “Apenas o primeiro passo” em direção ao mundo selvagem no qual se um comunista atira, é assassino; se um bolsonete atira, é justiça.

    1. E nós devemos isso em parte à essa imprensa nazifascista que existe neste Brasil do atraso, que não deu nada de importante para a humanidade em 500 anos de existência, tenho vergonha de ser brasileiro, mas infelizmente aqui nasci e aqui vou morrer, lembrando desde criança, quando diziam: este é o país do futuro, isto tem mais de cinquenta anos e continuamos no passado

    2. Pior, quando qualquer um em qualquer lugar puder ter uma arma, o conceito de segurança vai para o espaço.De que vai adiantar vc morar num condominio fechado, cheio de traquitanas tecnológicas de segurança (cameras, portão eletronico, vigilancia via tv..etc..etc..) se na hora que puser o pé pra fora de casa, pode ser acertado na primeira curva por qualquer um????Vai ter que voltar aos tempos medievais e providenciar uma armadura….Imaginar que se pode ser uma ilha de prosperidade e segurança em meio a um oceano de pobreza e violencia, é uma completa ilusão.

  8. O Cabôco Mamadô do Henfil liquefez o cérebro do sujeito antes.Que coisa!!Não se sabe o que é pior,se o decreto ou a comparação.

  9. Olha Brito, gostaria de concordar, gostaria muito, mas acho que nao tem ninguem envergonhado nao. A classe media esta avida por sua arminha de estimacao. Aqui na regiao as lojas de vendas de armas aumentaram muito suas vendas ja a partir do anuncio de que o decreto estava no forno. O mesmo para os stands de tiro. Falo com propriedade, porque na regiao 77,6% das pessoas votaram em “voce sabe quem” e, em minha cidade particularmente, o percentual chegou a 88,6%. Nao vejo um unico Bolsominion arrependido. Estou cercado de Bolsominions por todos os lados. E ja circula no face e whats as primeiras falacias sobre as maravilhas do governo Bolsonaro – Investigacao das maracutais no BNDES, descoberto complo do PT no Ceara, queda do dolar, baixa do preco da gasolina, tudo como consequencia das primeiras acoes desse governo de tresloucados e por ai vai…

    1. Verdade, comigo acontece o mesmo (até parentes…). A maioria no frissom de comprar a “primeira arma”. Querem ver “sangue” a qualquer preço. Que tragédias vão acontecer, não existe a menor dúvida….É o sacrificio pago ao Deus Mercado e a Deusa Intolerancia.Entretanto, tal qual os bumerangues, a violencia costuma voltar pra quem atirou……

  10. Moro já era insignificante.apenas tinha holofotes do pig!Agora fica na defensiva medíocre! Onde anda o pavão do barroso?sumiuuu…não entendeu por sua mediocridade o decreto da ONU…

  11. Houve um tempo que política de estado era o combate a fome…e não icentivar morticínio…

  12. Os patrocinadores desta barbaridade, que foram alçados ao governo central em eleições vergonhosamente fraudulentas, têm como objetivo apenas o enriquecimento pessoal pelas altas propinas que já recebem e continuarão a receber da indústria internacional de armas. Um horror!

    #LulaLivre

  13. Canalhas não se envergonham, Brito. Por favor, sejamos razoáveis. Sugiro-lhe uma coisa bacana: evite inflamar seus leitores contra um mundo que não existe. O que existe são festas comemorativas no rosto de cada um daqueles que contribuíram para que este país tomasse o rumo que tomou. Evitemos pensamentos positivos. Nossa inteligência deve ser mais forte do que nossas perturbações.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *