A obra de Levy para acabar com a inflação: a maior inflação desde 2002

mf

O número final  do IPCA de 2015 – 10,67% – é o retrato final da “era Levy” na administração da economia brasileira.

Pior do que o simples fato de ter sido alto – alto pelos padrões atuais de inflação, é claro – é o fato de ter se dado em um contexto  de grave retração na atividade econômica.

É primeira contradição com o que dizem os “economistas  de manual”, que adoram classificar a inflação  como resultado de uma expansão da demanda, provocada por “demônios” como o pleno emprego e a elevação  da renda (leia-se salários) da população, como transparece da aula – registrada aqui – do “professor de desemprego”.

O segundo item que fica evidente é que  a “política de choque” nas tarifas elétricas teve um impacto desastroso neste índice, que vai além do 1,5%  que agrega sozinha ao índice inflacionário. Se considerar-se o curso reflexo desse aumento nos serviços e produtos – especialmente aqueles cujos fabricantes não podem se defender com contratações diretas  de energia, que encareceram menos – não é nenhum absurdo dizer que, apenas alinhada à  remarcações dos demais produtos, o índice global cairia algo ligeiramente acima de 2%.

Muito embora a previsão para 2016 seja de um cenário hídrico muito melhor que os três anos de seca que o antecederam, não tenha a menor esperança em que caia na mesma proporção o preço da energia. Preço que se põe mão se tira mais. Ao menos não sem crise, como ficou evidente na dureza que foi anular parte das desonerações tributárias concedidas no governo anterior. E no inverso também, porque duvido que alguém se  lembre de queda nos preços  quando do fim da CPMF.

Esta discussão poderia ir longe, mas é preciso tratar da questão mais importante para o aumento da inflação: o cenário de pessimismo econômico – que é real, mundial – ter sido amplificado aqui com a tolice de “turbinar o bode” da sala para que, quando retirado, o alívio fosse maior.

Se o “bode” do pessimismo econômico fosse um animal mansinho, dócil, e obedecesse aos planos, nenhum problema.

Só que o bode econômico é bravo, tem chifres e distribui patadas. E demonstrou que sequer tem apreço a quem lhe folgou as cordas.

No Brasil não pode existir outra política econômica senão a de crescimento. Política recessiva, como se viu na felizmente curta “Era Levy” não serve sequer parra arrumar as finanças públicas, porque o efeito colateral que provoca na arrecadação é muito pior do que qualquer corte (falo dos razoáveis, não de massacres) que se possa fazer nas despesas.

Como disse outro dia o Professor Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp, tudo foi feito de maneira simplória.

Brizola contava que, ainda jovem, visitou Osvaldo Aranha, no Ministrio da Fazenda, então  instalado no enorme prédio de estilo neoclássico na Esplanada do Castelo, no Rio. Aranha o levou a ver um salão imenso, onde uma multidão de “guarda-livros” operava suas notações e contas furiosamente. E disse: veja, Brizola, estas são as mulas do Ministério: trabalham muito, muito mesmo. Mas são inférteis”

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

14 respostas

  1. Se se para a doacao dos minerios brasileiros , acaba o problema da economia!
    e mais simples ainda “Auditoria da Divida”Ja!

  2. O mestre sala do golpe à brasileira, o Mc FHC, já disse: Se a Dilma não cair por qualquer outra causa – impeachment, golpe, STE, renúncia, morte natural ou não, vai cair pelos cofres vazios do Estado. A gente já sabia do golpe passional da oposição: Se o Brasil não é nosso (dela, a oposição) , ele não será de ninguém. O caldeirão da maldade está a todo o vapor. Espero que os bruxos caiam todos dentro dele.

  3. Dilma ainda tem três anos de Governo. Acredito que o resultado alto da inflação de 2015 deve gerar algumas reflexões para o futuro. Por quê Dilma escolheu um ministro da Economia tão desafinado com o que ela e o PT pensam para a economia? Se houve um choque nos custos de energia, as políticas de Governo aplicadas no setor energético provocaram isso? E se provocaram, quais medidas foram equivocadas e não devem ser repetidas? Por quê não é possível abaixar o preço da gasolina nesse momento em que o preço do petróleo cai significativamente em todo o mundo? Isso nao poderia ajudar a conter a inflação?

    Não posso acreditar que em apenas 12 meses apenas o Levy provocou números tão ruins de inflação. Há decisões da época do Mantega que precisam ser avaliadas também. O remédio correto para melhorar o paciente passa por um bom diagnóstico da doença. E esse é exatamente o momento em que o diagnóstico bem feito vai definir o futuro do país pelos próximos 3 anos e nas eleições de 2018 também.

    1. Baixar o preço da gasolina com a PETROBRAS endividada até as tampas!!!!! Depois a culpa é do mensageiro que só fez trazer a mensagem. Vai entender.

  4. Se aceitarmos que tudo o que está ocorrendo hoje é culpa do Levy, o que particularmente discordo, uma vez que ele veio com a missão de por as contas do país nos trilhos; podemos concluir que a real culpada e a presidenta, pois foi ela quem o colocou no cargo e foi quem traçou as linhas da política econômica que o ministro deveria seguir. Só estamos pagando o preço das más escolhas feitas pelo governo populista, cujo único objetivo era se manter no cargo, independente do preço que seria cobrado da população, principalmente a mais pobre; exatamente aquela que mais sente diariamente o custo de vida elevado por conta da inflação.

  5. A era Levy é caracterizada pelo neoliberalismo puro. Para a nação e a sociedade, um desastre. Mas para os rentistas é o paraíso.
    Bem, Levy já saiu, e temos a chance de retomarmos o crescimento. E quando sairá o ministro zé da justiça, para normalizar o resto do país?

  6. A obra de Levy? Levy presidenta do Brasil?
    A obra de José Cardoso no MJ? José Cardoso presidenta do Brasil?
    Incompetentes todos, exceto a presidenta, inclusive eu, que votei numa mentira.

  7. Como a economia e a inflação vive das expectativas, ouso dizer que a inflação de 2015 além da marca de Levy, leva também a assinatura (pela turbinada do Bode) de mais mãos que muito colaboraram para este resultado, jogando para baixo as expectativas de 2015…
    Eduardo Cunha e Aécio Neves foram grandes colaborados da causa de jogar a Economia brasileira no chão…
    Mas ninguém fez mais, e TALVEZ até tenha superado o Levy em termos de DANO a economia brasileira, que o “homem do ano” o “cara que faz”, o Sérgio Moro e a sua Lava-Jato…

  8. O Levy rezou na cartilha de seus patrões do mercado. Gerou uma recessão ecdesempfsgo ímpar. Agora, ele, tem emprego garantido em qualquer instituição financeira e tem mais, pra ficar em casa pelo lucro que deu a essas instituições. São uns pilhas!

  9. O legado desse (des)governo DILMA será o mesmo de Átila, o Flagelo de Deus, rei dos hunos : deixará o país arrasado, onde nem a relva crescerá. Essa doidivanas além de destruir o país, salga a terra, para nada mais florescer !
    JOAQUIM LEVY só não serve para LULA, DILMA, RUI FALCÃO et caterva, mas assumirá o cargo de CFO do Banco Mundial, em vista de suas evidentes qualidades.
    Essa turma é a escória da política, é chorume tóxico !

  10. E o Levy está agora no mais alto posto do banco Mundial. Quem o indicou para lá? É uma espécie de pagamento pelos estragos feitos no Brasil? O Banco Mundial é o Shangrila de Levy?

  11. O problema do Brasil hoje são os juros e impostos. Explico: Pressão de demanda não existe. Reservas internacionais temos de sobra. A alta do dólar já foi assimilada e deve estimular um pouco a economia. Petróleo baixíssimo, chuvas estão aliviando as hidroelétricas. Pra que juros de 17%aa que o tesouro(prefixado) está pagando? Subir impostos só piora o quadro. Quem vai paga-los? Os empresários passam pros preços, que geram mais inflação e os gênios vão combater com mais juros… A população com menos dinheiro no bolso consome menos… Pra que abrir um negócio que vai retornar 12%aa se o tesouro me dá 17%aa sem suar a camisa?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *