A moto da Dilma e o ônibus do Brizola

Sensacional a matéria da Folha hoje sobre o passeio de moto de Dilma por Brasília.

Para quem não leu: a Presidenta driblou os seguranças, colocou um capacete e saiu de moto pelas ruas de Brasília, livre, leve e solta.

Se é verdade ou não, não sei.

Mas se não é, deveria ter sido.

Um dos maiores males de que se acometem os governantes é o isolamento palaciano.

A maioria porque gosta de bajulação e salamaleques, mesmo.

Mas também aos que não o querem, pela liturgia e responsabilidade dos cargos.

E isso, exceto a fenômenos políticos como um Lula ou um Brizola, personagens especiais que dificilmente perdem a sintonia com o povão, gera um desconhecimento que induz a erros e armadilhas que estão sempre a nos espreitar, ao governar.

O episódio me lembrou outro, que vivi.

Às vésperas da inauguração da primeira etapa da Linha Vermelha, ligando a Ilha do Governador ao Centro do Rio e ao Elevado da Paulo de Frontin, fui ao apartamento de Leonel Brizola, conversar sobre assuntos de Governo.

Ele estava reunido com duas pessoas, uma delas o Secretário de Transportes. Sentei-me no sofá próximo à mesa redonda onde ele despachava e esperei.

À saída do secretário, dei o bote.

– Dr. Fulano, foi ótimo o senhor estar por aqui: eu preciso divulgar quais serão as linhas de ônibus que vão passar pela Linha Vermelha…

Eu sabia que uma empresa, a Paranapuã, detinha quase o monopólio dos ônibus na Ilha do Governador e não ia pegar nada bem se só ela pudesse usar a nova via.

– Olha, ainda está em estudos, porque é uma via segregada, temos de considerar a velocidade do tráfego, etc, etc…

E o velho Briza olhando…

– Mas Doutor, eu não sou técnico de transportes, mas fico pensando no sujeito ali, no ônibus lotado, pendurado no balaústre, suando e vendo os carros particulares ..zupt!…pela Linha Vermelha e o ônibus dele parado para pegar o engarrafamento da Avenida Brasil… Será que ele não vai ficar chamando o Brizola de fdp, que faz obra só para quem tem carro?

O homem ficou pasmo…

E o Brizola, que sacou tudo, não perdoou:

– Olha, Dr. Fulano, o Brito pega ônibus, escute o que ele fala…Há quanto tempo o senhor não pega um ônibus, Dr. Fulano?

Suba na moto, Presidenta.

Dirija seu próprio governo, acelere, até mesmo correndo riscos, porque risco se corre em tudo.

E ficar parado, sendo corroído pelo tempo, é o pior deles, porque tem 100% de possibilidades de acontecer.

Não havia uma história sobre não ter medo de ser feliz?

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35 respostas

  1. Fora de pauta, mas muito feliz que os problemas do blog foram resolvidos e mais ainda por ter agora a possibilidade de enviar textos por e-mail. Longa vida ao blog!
    Ah! e a Dilma poderia mesmo andar de moto, ônibus, metrô

  2. A Dilma anda de moto, o Brizola quis saber dos ônibus da Linha Vermelha e o senador do Leblon dirige Land Rover bêbado…

  3. É uma prova da capacidade do Governo Dilma de reverter a opinião das manifestações das ruas. E ainda vai melhorar mais quando o Programa Mais Médicos, começar a deslanchar com a melhora no atendimento da população mais carente (que depende do SUS).

  4. e temos que agradecer aos “coxinhas de jaleco”, pois deram grande visibilidade ao programa mais médicos, justamente a quem interessa: as populações desassistidas. agora, todo cuidado é pouco, pois essa recuperação vai deixar a turma pirada e muy criativa para as maldades de sempre.

  5. Na alternativa de o Brasil ter médico alocado ao interior, nacional ou estrangeiro, com remuneração razoável e não ter médico algum nessas localidades não vejo o que debater. Porém, médicos sem suporte de uma estrutura mínima adequada (inatalações, aparelhagem técnica, remédios etc.) pouco podem fazer mais que os curandeiros locais. Quanto à medicina cubana esta é de terceiro mundo e a qualidade profissional dos ali formados é muito aquém da brasileira, por exemplo. Só quem esteve em Cuba (e em Angola) sabe da precariedade da medicina cubana e do país. As instalações das faculdades de medicina em Cuba caem aos pedaços.Fidel, depois de exportar dezenas de milhares de soldados cubanos para lutar em Angola, onde milhares morreram, não deixou de cobrar e receber de Angola uma fortuna. Tempos depois, finda a guerra, exportou médicos que recebiam só $100, 00 por mês ( a parte do leão ficava para o governo cubano) em Angola onde a vida é muito cara e estes ainda economizavam para mandar para suas famílias em Cuba. Dava pena deles, e logo muitos desertaram e se casaram com angolanas. Com a abertura de Angola chegaram jovens médicos de todo o mundo inclusive muitos brasileiros e logo a população local percebeu a diferença de qualidade e passou a rejeitar os médicos cubanos. Hoje Angola já tem faculdades de medicina e custou a se livrar dos médicos cubanos pelos quais pagava muito dinheiro ao governo cubano! Mas Fidel continua escravizando seus cidadãos e é um proxeneta (cafetão) dos profissionais e atletas que vão trabalhar fora. Uma vergonha!

  6. Na alternativa de o Brasil ter médico alocado ao interior, nacional ou estrangeiro, com remuneração razoável e não ter médico algum nessas localidades não vejo o que debater. Porém, médicos sem suporte de uma estrutura mínima adequada (inatalações, aparelhagem técnica, remédios etc.) pouco podem fazer mais que os curandeiros locais. Quanto à medicina cubana esta é de terceiro mundo e a qualidade profissional dos ali formados é muito aquém da brasileira, por exemplo. Só quem esteve em Cuba (e em Angola) sabe da precariedade da medicina cubana e do país. As instalações das faculdades de medicina em Cuba caem aos pedaços.Fidel, depois de exportar dezenas de milhares de soldados cubanos para lutar em Angola, onde milhares morreram, não deixou de cobrar e receber de Angola uma fortuna. Tempos depois, finda a guerra, exportou médicos que recebiam só $100, 00 por mês ( a parte do leão ficava para o governo cubano) em Angola onde a vida é muito cara e estes ainda economizavam para mandar para suas famílias em Cuba. Dava pena deles, e logo muitos desertaram e se casaram com angolanas. Com a abertura de Angola chegaram jovens médicos de todo o mundo inclusive muitos brasileiros e logo a população local percebeu a diferença de qualidade e passou a rejeitar os médicos cubanos. Hoje Angola já tem faculdades de medicina e custou a se livrar dos médicos cubanos pelos quais pagava muito dinheiro ao governo cubano! Mas Fidel continua escravizando seus cidadãos e é um proxeneta (cafetão) dos profissionais e atletas que vão trabalhar fora. Uma vergonha!

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