A lição da garotada

Uma multidão de meninos e meninas se posta à frente do Colégio Militar do Rio de Janeiro, que passa a vergonha de passar o seu 130° aniversário na presença de quem despreza a educação de qualidade que aquela escola dá.

É coisa de apertar o peito de quem, quase meio século atrás, fez o mesmo que estes guris para defender a escola pública a quem deve tudo o que é.

Não é hora de dar de “sabido” e falar em índices, em custeio, em orçamentos.

É só de seguir o coração para saber onde está a verdade, a decência, a humanidade.

Podem falar o que quiserem deles, é só olhar em seus rostos e ver que são exatamente o que fomos.

Estão lá os meu colegas tardios da Escola Técnica Federal , os “cepê-doispaus” – como chamávamos os alunos do Pedro II – os dos Institutos Federais de Educação, coisa nova, recente, e necessária para o mundo do trabalho moderno.

Para recebê-los, só fileiras de soldados da Polícia do Exército.

Com a perseguição do olavista Abraham Weintraub, o dinheiro só dá para suas escolas funcionarem até agosto, setembro.

A cobertura fotográfica do G1 – veja aqui – é comovente.

É só o começo. A gente sente quando um movimento é espontâneo e vai se alastrar.

Pena que Bolsonaro é surdo, porque ele poderia se lembrar de uma musiquinha de propaganda da ditadura que tanto louva, que dizia que “ninguém segura a juventude do Brasil”.

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13 respostas

  1. As imagens da rapaziada do Pedro II são revigorantes. Foi assim, lembro muito bem, que começou a luta contra a ditadura de 1964. Com a juventude nas ruas exigindo mais recursos e mais respeito para a Educação. Isso alastra, felizmente, e alastra rápido.

  2. Para combater um tal de “marxismo cultural” – coisa que nem mesmo esses celerados sabem definir – eles procuram difundir e aplicar o “macartismo cultural”.

    Em tempo, o Colégio Militar também vai sofrer cortes? Não precisam me responder, já sei a óbvia resposta. :)

  3. “A gente sente quando um movimento é espontâneo e vai se alastrar”
    Já há algum tempo, podem ser visto os sinais claros da revolta cada vez maior do cidadão comum com o governo Bolsonaro, inclusive no carnaval. Infelizmente nossas “lideranças” supostamente ainda não acordaram para isso e, em vez de trabalhar na mobilização e organização do povo, preferem dar entrevistas, soltar notinhas ou ficar no twitter com frases de efeito.

  4. Olho! Esses cortes também têm outros objetivos, talvez maiores.
    O desgoverno está preparando um lockout orçamentário, tendo como pretexto a “regra de ouro”, para criar artificialmente a “tempestade perfeita”. O objetivo é arrancar da sociedade e do congresso uma carta branca para que os ultraneoliberais façam tudo o que quiserem. É, de novo, a técnica de encurralar pela crise.
    Ninguém, nem mesmo na mídia alternativa progressista, está dando atenção a essa possibilidade. Fernando Brito, por favor, dê uma pensada sobre isso, mesmo que você resolva que não convém publicar este comentário.

  5. Gostaria que esta lição de cidadania e de revolta contra o que o Bolsobosta e sua trupe representa se espalhasse pelo país, num movimento legítimo e avassalador. Pena que há tantos alienados no meio, que prosseguem acreditando na besta-fera eleita em 2018.

  6. Penso que somente com uma Frente Ampla poderemos recuperar o Estado Democrático de Direito. Muitos dizem que isso é uma obviedade. Pergunto: se é óbvia e necessária, QUEM impede a formação dessa Frente ?
    Fernando: porque todos os jornalistas democráticos (você inclusive) escondem o nome desse obstáculo e a razão do impedimento à formação da Frente ? Revele-nos os bastidores da política, em vez de pedir honra a militares entreguistas.

  7. BELA LIÇÃO AOS DITOS POLÍTICOS DE ESQUERDA QUE NÃO TIRARAM A BUNDA DE SUAS POLTRONAS E OS DEDOS DOS TECLADOS, SÓ GARGANTA.

  8. A Academia Militar das Agulhas Negras, a Escola Naval e a Academia da Força Aérea sofrerão cortes também? Afinal, são escolas públicas de ensino superior. Ou não?

    Bacharelado
    em Ciências Navais – habilitação Administração, oferecido pela Escola
    Naval da Marinha do Brasil;

    Bacharelado
    em Ciências Militares – oferecido pela Academia Militar das Agulhas Negras
    (AMAN) do Exército Brasileiro;

    Bacharelado
    em Ciências Aeronáuticas, oferecido pela Academia da Força Aérea (AFA), da
    Aeronáutica.

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