A estupidez vaidosa do guru de Bolsonaro

Nenhum tipo de burrice ou limitação humana pode ser condenado impiedosamente, exceto um: aquele que se envaidece da própria estupidez e pretende que sua idiotia seja vista como genialidade.

Pela segunda vez, o astrólogo Olavo de Carvalho enche as páginas da Folha para proclamar-se um gênio – não existe (“nem pensar!“) nenhum intelectual de esquerda no seu nível – , um comunicador de massas – “eu tenho mais leitores do que qualquer órgão da grande mídia no Brasil, através do meu blog e Facebook. ” – e o melhor conselheiro de Jair Bolsonaro – “Eu sei que o Bolsonaro lê as minhas coisas e a gente está vendo que leva bastante a sério.”

Confirma ter sido o padrinho da indicação dos ministros das Relações Exteriores e do Ministro da Educação, que já bem demonstram a mediocridade.

O primeiro, proclamando-se orgulhoso em fazer papel de ridículo em escala mundial, diz que será a “sagrada voz do povo”, entendida como a voz do presidente eleito. Essa voz, segundo Araújo, deve ser autêntica e não “dublada no idioma da ONU”, “pois no idioma da ONU é impossível traduzir palavras como amor, fé e patriotismo”, conforme registra O Globo. Seu sucesso diplomático está diretamente ligado a que os diplomatas estrangeiros sussurrem à sua chegada: “não liga pra este aí não, que ele é maluco”.

Já Vélez Rodrigues também correu para mostrar seu sabujismo, escancarando as provas do Enem para que o “chefe” defina quais são as perguntas adequadas aos estudantes, quem sabe para perguntar sobre o que o seu colega do Itamaraty chama de “marxismo cultural” que, no seu delírio, diz ter nascido na Revolução Francesa, quase 30 anos antes do filósofo alemão vir ao mundo.

O tutor de ambos, ao menos, teve a modéstia, diz, de recusar um convite para ser o embaixador do Brasil nos EUA – embora comovido pelo fato de que lá ” é o  lugar para buscar dinheiro” – entre outras razões porque não ia poder fumar cachimbo na embaixada.

Mais não falo da entrevista por piedade do leitor, mas espanta o fato de que estas sandices estejam sendo ditas e reproduzidas sem que haja escândalo no país e que se lhes forneçam amplo espaço na mídia.

Imbecis, sempre houve, mas nunca tão orgulhosos de sua estupidez.

 

 

 

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24 respostas

  1. mas é claro que não tem nenhum intelectual de esqueda do nivel de OC
    OC tem nível -80 , não conheço ninguém com esse baixo nivel

    1. O problema é que o americanismo dele subiu ao juízo pelo lado errado. Ele acha que é o Doutor Silvana, o célebre cientista do mal que dava trabalho ao Capitão Marvel.

      1. meu amigo
        esses caras não batem bem da cabeça
        nem ele nem a familia traste
        olha onde nos metemos
        por causa de um bando de descerebrados que lembraram de votar nesse traste estamos agora lascados

  2. O Bozo só vai ver as provas, porque ler ele não vai não: Tem muito texto para quem conhece pouco vocabulário conseguir entender. Tá OK?

  3. Caro Fernando:
    Você disse:
    “Nenhum tipo de burrice ou limitação humana pode ser condenado impiedosamente, exceto um: aquele que se envaidece da própria estupidez e pretende que sua idiotia seja vista como genialidade.”
    Matias Aires nasceu em São Paulo, em 1705, onde viveu os onze primeiros anos de sua vida. O seu pai José Ramos da Silva tornou-se um grande magnata devido ao fornecimento de gêneros para os bandeirantes. Em 1716. Em partiu para Portugal com toda a sua família e lá buscou e conseguiu satisfazer sua ambição ao conseguir ocupar o cargo que tanto sonhara no reino, ocupando o cargo de Provedor das Casas de Fundição.
    Em 1722 Matias Aires matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra .
    Matias Aires é considerado o primeiro filósofo brasileiro. Vejamos o que ele diz sobra a vaidade.
    1. ” De todas as paixões, a que mais se esconde é a vaidade: e se esconde de tal forma que a si mesmo se oculta e ignora”.
    2. ” Os homens trazem entre si uma contínua guerra de vaidade; e conhecendo todas as vaidades alheias, nenhum conhece a sua. ”
    Ass frases acima são do livro de Matias Aires, REFLEXÃO SOBRE A VAIDADE DOS HOMENS, Ed. Edipro.
    Quem conhece um pouco de marketing deve saber o que diz uma das leis do Marketing, A famosa lei do Sucesso – ” Com frequência, o sucesso leva à arrogância e a arrogância ao fracasso.”
    ……
    Com tanta ” gente boa” e “preparada ” que vai ser ministro no próximo governo, acho que teremos em breve uma grande Onagrocracia . Vamos aguardar mais um pouco para ver a bagaceira em que se transformará este pais.

  4. Não provoca revolta na mídia, em páginas e mais páginas de falação moral sobre política, pois, o Bozo “é o que temos para hoje” do empresariado.

    E claro, porque personifica como ninguém, a perseguição ideológica através da máquina de Estado, a tudo o que for associado à esquerda e/ou o progressismo. Que, obviamente, sempre foram uma pedra no sapato à implantação de uma agenda econômica ultra-liberal de forma plena, e, radicalmente anti-trabalhador.

  5. Olavo de Carvalho é um provocador contumaz e o seu propósito é provocar indignação em seus opositores. Como a boçalidade venceu a eleição, Olavo está se sentido a vontade de usar e abusar das tiradas boçais.

  6. Por essas e outras que o Roberto Campos precisava ser imortal. Uma desgraça, mas não nos fazia parecer o Tártaro.

  7. Esse é o problema dos ignorantes que saíram do esgoto para serem manipulados a vontade pelo whats para eleger o boçal ,a sua arrogância.
    Desfilam a sua miseria intelectual com pompa e com a certeza de não existir argumento plausível a se contrapôr a sua “sabedoria”.
    Vivemos a era da ignorãncia e a estupidez ,e ela chegou da mão da tecnologia e do livre acesso à informação,um paradoxo.

  8. É bastante revelador que esse megalomaníaco esteja no patamar de conselheiro do presidente eleito ….
    Realmente estamos passando pela Primavera dos Imbecis!!!

  9. Toda essa patetice ridícula tem um único proposito: desviar as atenções!! Abramos os olhos!

  10. Fernando Brito, o seu texto e a sua verve estão melhores do nunca. Dá gosto lê-lo e apreciá-lo “com o véu e o palato”, como diria Goethe.

  11. Umberto Eco, há alguns anos, em seu livro “Número Zero”, já havia mostrado que, nesses estranhos tempos da “bobalização” por meio das chamadas “redes sociais”, os imbecis em vez de se calarem, se se envergonharem da imbecilidade, da ignorância estavam se orgulhando dela. Esse pseudo-filósofo, suas cópias-carbono em Pindorama (como um tal de Luiz Felipe Pondé) e seguidores tá idiotas quanto ele, são exemplo acabado daquilo que, com indignação e preocupação, o escritor italiano relatou na obra citada.

  12. Ninguém está livre de dizer asneiras. Mas o que não se deve fazer é dizê-las solenemente. E nisso o astrólogo debilóide é mestre. Bom, pelo menos ele está sendo “mestre” em alguma coisa: o da estupidez.

  13. Nelson Rodrigues, um visionário , já dizia ” Os idiotas vão tomar conta do mundo, não pela capacidade, mas pela quantidade…Eles são muitos”.

    E aqui no Brasil do século 21, eles saíram dos armários e tem orgulho de desfilar suas ignorâncias.

  14. Simplesmente não consigo nem ter na conta da seriedade essa possível intervenção do fascista no Enem.

    Já que fere, gravemente, a liberdade de cátedra, já que a avaliação não é feita da noite ao dia para que alguma sugestão seja acatada e ainda teria a possibilidade de um cancelamento.

    É, creio e quero crer, cortina de fumaça. Quanto ao Olavo, só posso concordar e agradecer.

  15. O Brasil, finalmente, está se tornando tudo que ele sempre mereceu ser!

    E isso deveria deixar todos muito contentes, afinal, o que pode ser melhor para um povo do que ter e ser exatamente o que ele merece?

    O Brasil, como Nação, nunca fez por merecer sequer a sua extensão territorial quanto mais uma organização social e política minimamente justa.

    O Brasil está se tornando aquilo que sempre deveria ter sido desde a Colônia. E está agora no caminho certo de vir a ser o que sempre buscou ser, ou seja, uma África Sulamericana, uma Índia Sulamericana, um “país de contrastes”, uma esculhambação ampla, geral e irrestrita, sem qualquer caráter como o seu herói maior, o Macunaíma.

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