O capital de quarentena

Os bancos estrangeiros “suspenderam praticamente todo o financiamento aos bancos brasileiros em meio à crise do coronavírus”, diz ao Valor o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Isaac Sidney.

É a “lei do oeste selvagem” do mercado financeiro e é, por sinal, o que os bancos daqui fazem com seus clientes.

Os que se aventuram, claro, a tomar créditos sem saber quando e como vão voltar a faturar para pagá-los.

A montanha de dinheiro liberado para os bancos, lá fora e aqui, segue a mecânica do mercado: muito para quem tem muito e pouco ou nada para quem tem pouco.

A maneira correta de auxiliar as micro e pequenas empresas e, ao mesmo tempo, dar destinação social ao dinheiro seria assumir todo ou quase toda folha de pagamentos e de encargos.

São pouco mais de seis milhões de empresas, que respondem, segundo dos números do Sebrae, por mais de 16 milhões de empregos formais, mais da metade de todas as carteiras assinadas no Brasil. Parte deste dinheiro será recuperada quando ele entrar na roda do consumo e parte poderia ser compensada com recursos que não serão despendidos do seguro-desemprego, que vai explodir.

Daí para cima, é estender o aviso prévio remunerado para três meses, no caso de demissão imotivada e disponibilizar empréstimo a juro mínimo para honrar as folhas. sem desligamentos, via bancos oficiais ou linhas unificadas obrigatórias para os bancos privados.

Agora, tomar empréstimo “normal”, no mercado, via bancos, nenhum pequeno fará. Eles sabem que os negócios, que já não iam bem, ficarão arruinados por meses, porque a crise vai durar mais que o vírus.

E, nos bancos, que sabem perfeitamente bem que o dinheiro não vai entrar no país – já saía a rodo e com as maluquices do capitão, estão saindo mais velozmente – não terão nem tão cedo.

 

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24 respostas

  1. Se não encampar os bancos privados para colocá-los à serviço da recuperação da economia nacional, a crise se extenderá por muito tempo já que os bancos e financistas em geral não tem compromisso com a produção, apenas com a ganância financeira. E as desigualdades se acentuarão.

  2. Fosse país, sério e com governo sério e respeitado, bloqueava os depósitos dos bancos no Banco Central e aliviava as micro e média empresas para manterem seus funcionários em casa, devolvendo esses valores a juros decentes quando a situação voltasse ao normal. Mas vivemos numa POCILGA. Aqui no Nordeste a situação ficará dificílima.

    1. Além de tudo e sobretudo, este é um país mergulhado em um caldo grosso de invencionices que dificulta e põe em cheque a todo momento a premente necessidade da difusão de informações corretas sobre a pandemia. A todo momento vemos gente desesperada que vive nesse caldo e desse caldo, e que rejeita de modo absurdo o noticiário real mais comezinho sobre a terrível doença. Agora vemos quanto mal pode causar uma mídia mentirosa. Quanto mal pode causar o convencimento popular através de mentiras convenientes para a política, e que depois se transformam em armadilhas incontroláveis para todas as informações verdadeiras. É a fábula o lobo e do menino mentiroso, levada a um extremo catastrófico. Só que o menino queria apenas se divertir mentindo, e esses canalhas que deformaram a opinião pública do país se locupletaram com suas mentiras.

  3. Esse dinheiro não podia ser dado aos bancos privados. Tinha que ser dado aos bancos públicos e a concessão dos empréstimos tinha que seguir regras específicas para o momento atual e não as tradicionais regras dos bancos privados, que se resume em oferecer aos clientes guarda-chuvas em tempos de sol e trancá-los dentro do cofre em tempos de chuva.

  4. A banca internacional aproveitou o gancho do coronavirus para abandonar de vez um país governado por um louco, completamente desacreditado a nível mundial, e com um ministério da economia dirigido por um incompetente que NÃO SABE que medidas tomar para recuperar uma economia que já estava à deriva bem antes da epidemia. Infelizmente, o ex-país do futuro está a caminho do colapso, do desastre, da tragédia econômica, humana e social.

    E onde estão hoje os responsáveis diretos por isso (STF, MP, Legislativo, Judiciário em geral, Globosta e mídia criminosa, milicos criminosos, Fiesp, empresários canalhas tipo véio da Havan e muitos, muitos outros, mais os milhões de idiotas apoiando o “mito”)?

    1. Quem te disse que o guedes é burro???????

      Ele esta fazendo tudo certinho , mas infelizmente mão para o Brasil (POVO). Ele está agindo certinho para enriquecer o brazil (mercado financeiro),e está trabalhando muito bem nisso!!!!!!

  5. Vou fazer um comentário, mesmo correndo o risco de ser contestado; e podem contestar, já de ante mão, se você entende de economia, com muito mais razão e conhecimento. Nunca estudei economia, portanto, minha opinião é por intuição: “se metade do dinheiro que destinaram ao sistema financeiro fosse reservado para a metade da população mais pobre (105 milhões de habitantes). R$1000,00 para cada um por mês, durante 4 meses. O resultado final seria a entrada em circulação de R$105 bilhões por mês que seriam 100% usados para o consumo de produtos básicos para a alimentação, serviços, e outras atividades essenciais. O dinheiro poderia vir das reservas internacionais (400 bi de dólares) e seriam necessários apenas 20 bi de dólares por mês; muito menos do que o governo tem gastado na venda para o sistema financeiro. Se assim fosse feito, como o dinheiro ia circular, a industria ia continuar produzindo os alimentos, remédios e muitos outros produtos essenciais, gerando emprego e renda. Cabe ainda muitas considerações sobre essa opinião.
    A outra metade, para socorrer o sistema financeiro, a gente já sabe que vai parar no estrangeiro, em paraísos financeiros, sem gerar um único emprego

    1. Jota, você não estudou economia, mas com certeza SABE MAIS de economia do que o imbecil do Guedes. Ou talvez seja porque você não é movido a propinas e comissões…

      1. E se fosse como propus, não precisaria de ajudar bancos e financeiras. Pois economia, na minha humilde intuição é o dinheiro em movimento. Passando de uma mão para a outra; de uma classe social para outra – começando na base da pirâmide social.

      2. Tá de sacanagem!! O cara fala uma coisa inteligente e vc diz que ele sabe mais do que o Guedes? Porra!! Quem não sabem mais do que o Guedes?! KKKKKKKKKKKKK!!!!!!

    2. É por aí.
      Mas a função dos economistas no mundo capitalista é inventar mil e uma dificuldades para o dinheiro chegar ao pobre, e mil e uma facilidades para que chegue ao rico.
      É por isso que se vc botar este mesmo comentário em um grupo de economistas, eles te dirão que não é tão simples.

      1. Concordo com você. Tanto é que só os economistas da plumagem neoliberal tem acesso aos meios de comunicação. Ultimamente, alguns liberais que defendem pagamento da merreca de R$600,00 estão sendo chamados de esquerdistas.

      2. Se não assistiu, assista ao vídeo da TV247 com a entrevista do Pepe Escobar. Ele fala do golpe que o Trump está dando no cidadão americano ao distribuir um pouquinho de dinheiro para os americanos e um montão para o sistema financeiro.

    3. Jota, concordo com tudo e não estudei economia. Mas apenas dar dinheiro não é suficiente pq as empresas não estão produzindo. Faltará produtos na prateleira e o dinheiro não terá serventia. Temos que urgentemente testar toda a população para descobrir quem está com vírus e isolar. Este deveria ser a prioridade do governo federal só assim poderíamos retornar a produção.

      1. Não faltará produtos. Há um grande estoque nos centros de distribuição. E a produção continua, ainda que mais lentamente, exatamente pela queda no consumo. Veja o caso dos alimentos perecíveis. continuam chegando nas prateleiras.
        Uma vez diminuindo os estoques, a produção acelera. A indústria está com uma capacidade ociosa de 30% ou mais em alguns seguimentos.
        Quanto aos testes em massa, concordo plenamente, é informação crucial para saber a hora de sair do isolamento com segurança.

    4. O fato é que não existe motivo real para que não se resolva a situação de maneira muito simples e fácil.

      Até mesmo um analfabeto, ou um “nove dedos”, com muitas limitações, pode fazer milagres – de tão fácil que é fazer o certo.

      Por isso mesmo, tais pessoas são presas, ou de qualquer outra forma mantidas afastadas do poder. Para que não seja feito o que é simples e correto.

      Poderiam distribuir cartões de crédito – utilizando todo o sistema que já existe – com um limite rígido (de 600 reais ou 1200 reais por mês), associados aos CPFs. Só um exemplozinho, entre tantas outras centenas de hipóteses igualmente factíveis e simples.

      Mas… quem quer que tenha boas intenções e simplicidade, está devidamente afastado dos centros de poder.

  6. Não vi ninguém alardeando a iniciativa abaixo; parece um bonde que não podemos perder.
    Nas palavras do Prof Eduardo Fagnani:
    “É importante propor o imposto sobre grandes fortunas, neste momento, para escancarar realmente a extrema concentração de riqueza que tem no Brasil e o potencial que essa concentração de riqueza agora nos dá para resolver o problema emergencial da crise.”
    https://www.brasildefato.com.br/2020/03/30/contra-crise-entidades-defendem-tributacao-de-ricos-e-preveem-arrecadar-r-272-bi

  7. A lei do mais forte, eugenia. O viés nazista do desgoverno circo dos horrores.

  8. O Japão é o “modelo” que suporta o discurso bolsonarista, contra o isolamento social. Inútil afirmar que a população de lá tem já experiência em se defender de vírus similares, tem máscaras em casa, sabe fazer higiene pessoal, que o país é rico e organizado, etc. Mas agora, o pau está quebrando….O primeiro ministro simplesmente se recusa a se reunir para discutir o aumento do isolamento social. Lá como cá, há governadores que apoiam outros não. O Paulo Guedes de lá admite que está por um fio, para que decretem emergência nacional… Por fim, o governo parece confiar no antiviral da FUJI (Fujifilm). TOMARA que funcione mesmo !!!
    Fonte Asahi Shinbum
    http://www.asahi.com/ajw/articles/13260041

  9. O Governo reduziu o depósito compulsório dos Bancos. Isso baixaria os juros em um ambiente NORMAL e caso não houvesse um Oligopólio Bancário no País. O óbvio seria TABELAR os juros durante a crise. Iria mais longe. SUSPENDERIA por três meses uma boa parte de TODOS os empréstimos para pessoas físicas, pequenas e médias empresas, salvo amortização com juros SELIC. Os bancos já vêm acumulando lucros imorais há anos.

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